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17.8.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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O uso de medicamentos é uma parte integrante do tratamento de muitas condições patológicas. No entanto, os fármacos podem produzir reações adversas leves ou graves se forem prescritos isoladamente, incorretamente ou em combinação com outros remédios. Esses efeitos adversos e potenciais perigos não são desejados pelos profissionais de Medicina e seus pacientes.
Por este motivo, os médicos precisam tomar algumas medidas de segurança na hora de fazer a prescrição de medicamentos. Isso ajudará a minimizar os riscos de erros de medicação e diminuirá os efeitos colaterais. O primeiro passo é se manter bem-informado sobre as interações medicamentosas mais comuns e compreender as contraindicações de medicamentos.
Gostaria de entender quais são as contraindicações de medicamentos mais corriqueiras e por que você precisa conhecê-las? Acompanhe a leitura!
O domínio das contraindicações medicamentosas é fundamental para oferecer tratamentos mais eficientes e reduzir ao máximo os riscos para a saúde das pessoas atendidas em clínicas, consultórios ou hospitais. Os médicos são profissionais especializados que precisam trabalhar com uma ampla gama de medicamentos e saber quando ou não aplicá-los durante a sua carreira profissional.
Existem vários medicamentos diferentes para cada tipo de enfermidade e cabe ao médico determinar qual é o mais indicado por meio das consultas prestadas aos pacientes. Há pessoas com problemas de saúde mais sérios e que não podem usar um remédio qualquer ou terão danos ainda maiores em sua saúde.
As interações medicamentosas também podem ser ameaças reais, pois diminuem a eficácia dos componentes ou aumentam a ação de determinados elementos. Por exemplo, a mistura de um sedativo com um anti-histamínico pode atrapalhar os reflexos e retardar as reações de uma pessoa que opera uma máquina ou dirige um automóvel. Nesse ponto é essencial também educar os pacientes sobre os riscos da automedicação.
Contraindicações medicamentosas ocorrem quando uma condição médica preexistente torna certos medicamentos potencialmente prejudiciais. Portanto, a administração de fármacos envolve mais que prescrever um medicamento a um paciente. Ela requer a aplicação de habilidades por parte dos médicos, julgamento profissional e conhecimento completo do diagnóstico. Observe abaixo mais detalhes sobre o assunto!
Quando o profissional não tem conhecimento do estado gestacional, pode fornecer diagnósticos errados. Antes de prescrever os medicamentos, o médico precisa perguntar às pacientes se há possibilidade de elas estarem gestantes, já que alguns fármacos são contraindicados no período de gestação. Eles podem produzir efeitos colaterais e adversos que prejudiquem o bebê que está em formação.
Certos componentes podem ser mais prejudiciais quando ingeridos durante os primeiros 3 meses de gravidez e, muitas vezes, as mulheres nem sabem que estão gestantes. As pacientes que já tomam medicamentos antes de engravidar precisam de uma revisão e de ajustes para ter segurança durante a gestação. Avalie os riscos e benefícios dos fármacos antes de fazer a receita.
A área das doenças cardiovasculares está em plena evolução e novos tratamentos proativos estão sendo descobertos. Hoje o foco não é apenas reativo e os pacientes têm a possibilidade de prevenir disfunções cardíacas, especialmente se estiverem relacionadas ao tratamento do câncer. Os médicos são responsáveis por fazer as revisões periódicas e por reduzir os fatores de riscos cardíacos.
Embora já existam tratamentos modernos, alguns medicamentos não são ideais para um paciente cardíaco. Os pacientes com doenças cardíacas pré-existentes precisam usar uma série de fármacos, por exemplo, anticoagulantes e antiarrítmicos. Entretanto, existem fórmulas com interações medicamentosas que influenciam a quimioterapia e que precisam de atenção especial dos profissionais de Medicina.
Os medicamentos podem predispor os pacientes a efeitos graves não intencionais, bem como aumentar ou diminuir a eficácia quimioterápica. Os médicos de todas as especialidades devem estar cientes das possíveis prescrições e interações medicamentosas para mitigar eventuais riscos ao cuidar da saúde cardiovascular de pessoas com outras enfermidades como o câncer, autoimunes, alergias, problemas genéticos, entre outros.
Já foram identificadas muitas infecções e doenças que exigem o uso dos medicamentos respiratórios. Um exemplo bastante conhecido é a asma, cuja incidência está aumentando anualmente em todos os lugares e grupos raciais. Essa enfermidade causa dias perdidos na escola, no trabalho e é a origem de despesas médicas elevadas no mundo inteiro.
Muitas pessoas são acometidas por doença pulmonar obstrutiva crônica, sinusites, febres e rinites. Diante disso, os médicos fazem prescrições de medicamentos que tratam enfermidades respiratórias de seus pacientes. Mas o uso generalizado de fármacos pode causar incidentes de interação medicamentosa extremamente prejudiciais. Consequentemente, é preciso ter cuidado e descobrir o que os pacientes consomem antes de prescrever.
As doenças autoimunes estão inseridas em uma categoria com dezenas de enfermidades que compartilham uma patogênese comum. Elas ocasionam a ativação inadequada do sistema imunológico e atacam os órgãos do corpo do paciente. Os medicamentos utilizados para aumentar as defesas do organismo são capazes de causar eventos adversos, provocar manifestações inflamatórias autoimunes semelhantes e gerar lesões.
Por este motivo, os pacientes com condições autoimunes precisam usar medicamentos que não aumentem o risco de carcinogênese. A inflamação crônica pode atingir todo o organismo e, em alguns casos, o cérebro. Preste atenção ao atender pessoas que têm tendência genética de ativação imune e terá maior segurança quanto a eficácia dos fármacos prescritos.
A prescrição de remédios é uma das principais abordagens para a prevenção de doenças, o tratamento de condições patológicas e o alívio de sintomas em geral. Ainda que os medicamentos diminuam a dor e tratem enfermidades, todos podem causar danos se prescritos inadequadamente. Veja a seguir sugestões para evitar falhas nesse sentido!
O histórico médico do paciente é essencial para estabelecer diagnósticos precisos das condições médicas. Colete todas as informações sobre enfermidades que o paciente teve durante a vida e construa um documento detalhado. Anote os possíveis ganhos referentes ao uso dos medicamentos prescritos e potenciais danos que podem ocorrer se a enfermidade for ou não tratada.
Sempre considere o histórico de medicamentos dos pacientes para depois prescrever novos fármacos. Crie uma lista precisa de remédios recentes e atuais, inclusive os da Medicina do Trabalho, alternativas e as medicações de venda livre. É preciso fazer a combinação de substâncias em determinados casos e registrar nos documentos as reações adversas, interações e alergias.
Com um histórico médico atualizado, você conseguirá evitar medicamentos que são capazes de causar interações indesejadas. Converse com os cuidadores se estiver atendendo pacientes idosos ou com dificuldades de comunicação. Se tiver dúvidas, procure informações sobre o número de pacientes afetados por reações adversas aos fármacos, acidentes e internações de emergências decorrentes da ingestão de remédios.
Considere as preocupações, ideias e expectativas dos pacientes se deseja que eles realizem os tratamentos adequadamente. Considere outros fatores que podem alterar os benefícios e malefícios de uma prescrição, bem como aspectos individuais. Pacientes com condições genéticas, insuficiência hepática, renal ou cardíaca e alterações fisiológicas exigem maiores cuidados.
Demonstre a eles que é necessário fazer parceria para a escolha dos medicamentos. Certifique-se de que o paciente entendeu e concordou com os motivos de realizar os tratamentos. Fale sobre os fármacos mais econômicos, seguros e eficazes de forma individualizada para as pessoas participarem da escolha dos remédios. Seja claro sobre os benefícios das prescrições.
Apresente os riscos do tratamento e os danos de não tratar uma enfermidade. Essas informações juntas trarão mais clareza às decisões dos pacientes sobre risco e benefício e ajudarão os pacientes a decidirem se tratar adequadamente. Utilize dados baseados em evidências publicadas e somente prescreva fármacos com eficácia científica comprovada.
A administração de um medicamento ao paciente exige a anterior identificação de possíveis contraindicações ao seu uso. As mais comuns se referem à lactação, gestação, sensibilidade ou alergia às substâncias, problemas nos rins e outros órgãos vitais. Informe-se continuamente sobre novos fármacos, seus efeitos e condições relacionadas às patologias que continuam sendo estudadas.
Quando um médico identifica que um medicamento é contraindicado em determinadas circunstâncias, é importante que ele se comunique com o paciente e informe-o sobre a impossibilidade de prescrever esse remédio. Não prescreva medicamentos alternativos ou não incluídos nas práticas médicas. Escolha a melhor dose, formulação, frequência, duração do tratamento e via de administração.
É crucial realizar a identificação de possíveis incompatibilidades entre os remédios prescritos aos seus pacientes. Alguns medicamentos são compatíveis com outros, porém, há substâncias que não reagem bem em conjunto. Os fármacos compatíveis podem ser administrados com segurança com a mesma seringa, enquanto os não compatíveis devem ser administrados separadamente.
As reações alérgicas aos fármacos podem ser quase imperceptíveis, muito graves ou potencialmente fatais. Desse modo, os médicos são responsáveis por avaliar os pacientes e apontar as possíveis alergias aos medicamentos que serão prescritos. Confira o histórico médico das pessoas que atenderá, verifique quais remédios estão sendo usados e se já houve uma resposta alérgica anterior.
As alergias são normalmente documentadas pelos profissionais de enfermagem que também alteram os registros de administração de medicamentos. Analise todos os dados inseridos no prontuário, respeite as políticas e procedimentos da clínica ou hospital. Alguns pacientes podem ser alérgicos à penicilina, cefalosporina e sulfonamidas que são particularmente perigosas e podem causar a morte.
Os efeitos colaterais de medicamentos são mais perigosos se o paciente recorre a remédios sem receita ou têm uma condição preexistente prejudicial. Faça uma averiguação cuidadosa dos dados documentados por outros profissionais de saúde que já atenderam ou fizeram a triagem dos pacientes, especialmente sobre reações adversas já detectadas e danos sofridos.
Pergunte se o paciente usa suplementações ou toma medicamentos contínuos, como antidepressivos, que não foram inseridos no seu histórico médico. Alguns indivíduos podem dizer que são alérgicos a certos alimentos ou estão sofrendo com os efeitos adversos de remédios, mas na realidade não estão. Procure informações objetivas sobre os sintomas apresentados e descubra as motivações para tais afirmações.
Informe os seus pacientes sobre os efeitos colaterais mais comuns e os resultados potenciais de interações medicamentosas para que ele tenha cuidados com a sua saúde. Converse sobre as contraindicações dos medicamentos e faça avaliações se eles apresentarem alguma queixa. Além disso, dê orientações à família sempre que for possível ter contato com os familiares.
Os cuidadores também devem receber informações completas sobre todos os medicamentos que os pacientes vão tomar. Revele o nome, a dosagem e a finalidade de cada medicamento. Oriente sobre quando e com qual frequência os fármacos devem ser administrados, os sinais e sintomas das reações adversas para que essas pessoas estejam preparadas.
As reações adversas de medicamentos precisam ser documentadas para facilitar as prescrições futuras. Utilize formulários e siga as diretrizes ou orientações produzidas pelas autoridades competentes no momento de documentar os efeitos colaterais, para ficarem disponíveis em sistemas de apoio às tomadas de decisões. Escreva prescrições legíveis e inequívocas usando a nomenclatura correta.
Ao fazer esses registros, outros profissionais da área médica serão capazes de identificar, acessar e utilizar essas fontes de informação que já foram validadas e confiáveis. Eles conseguirão fazer análises críticas das informações para selecionar fármacos conforme as necessidades e custos. Monitore e anote os resultados dos tratamentos, tanto os adversos quanto os benéficos.
Monitore as interações e os efeitos colaterais dos medicamentos para conseguir registrar esses dados imediatamente. Busque conhecimentos sobre reações benéficas decorrentes de tratamentos e preste atenção em relatos de suspeitas de danos à saúde causados por fármacos. Comunique e documente as suas decisões de prescrição e as razões que levaram às escolhas.
Forneça aos seus pacientes informações relevantes sobre como tomar os medicamentos, as reações adversas, os benefícios que eles trarão e se precisarão de revisão contínua. O monitoramento pode ser necessário para reduzir os efeitos colaterais e para a substituição se houver alguma contraindicação pode surgir no decorrer do tempo.
Avalie e documente atentamente as respostas dos pacientes aos questionamentos realizados sobre as medidas tomadas para diminuir os efeitos adversos. Os médicos fazem muito mais do que simplesmente administrar medicamentos. Esses profissionais podem criar vínculos e conquistar a confiança do público por meio dos seus atendimentos. Deixe claro que a opinião do paciente é indispensável durante as consultas.
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