Polissonografia: para que serve e quando pedir esse exame?

Apr 30, 2025 . 6 minutos de leitura
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Polissonografia: neste material, você vai saber a importância desse exame e como ele ajuda no direcionamento dos tratamentos para os distúrbios do sono.

Hoje, vamos te contar para que serve a polissonografia. Vamos explicar de quais formas o exame pode interferir em diversos fatores ligados à qualidade do sono e interferir na estabilidade do humor, no nível de produtividade e no bem-estar geral.

Entenda o que é a polissonografia, quando é indicado, como funciona e qual é a sua relevância no tratamento de distúrbios do sono de seus pacientes. Descubra, ainda, a real efetividade desse procedimento e quais são os principais problemas que podem ser detectados por ele. Aproveite a leitura!

Afinal, o que é polissonografia (PSG)?

Os problemas relacionados à saúde do sono são amplamente discutidos na faculdade de Medicina e envolvem acadêmicos, médicos e professores nessas abordagens. Isso porque a efetividade da PSG já foi comprovada no diagnóstico dos diferentes distúrbios do sono.

Logo, esse procedimento tem sido largamente utilizado, pois é considerado fundamental na investigação dos distúrbios respiratórios. Durante a realização do exame, o polissonógrafo capta e registra as atividades cerebrais, cardíaca, respiratória e muscular dos pacientes em tempo real.

Qual a importância do exame?

Nas últimas décadas, os avanços da Medicina possibilitaram melhoria no diagnóstico e investigação da origem de diferentes doenças. Acoplados a tecnologias específicas, o uso da polissonografia se destaca como um importante recurso para a investigação dos problemas do sono.

Por meio da PSG, o médico pode avaliar a qualidade do sono do paciente e analisar o seu perfil polissonográfico. Dados importantes como a capacidade ventilatória, frequência cardíaca e perfil do peso corporal são analisados durante o exame.  

Esse procedimento é útil para avaliar os riscos de uma das doenças mais comuns: a Síndrome da Apneia e Hipoapneia Obstrutiva do Sono, também conhecida como SAOHS. No exame, é possível perceber dados relacionados a um conjunto de sinais e sintomas compatíveis com alterações funcionais das vias respiratórias.

Oximetria

Um dos pontos-chave desse teste é a avaliação da oximetria: a forma como o PO₂ e PCO₂ se equilibram. O oxigênio e o gás carbônico devem se manter em equilíbrio fisiológico: um estimula o centro respiratório e o outro deprime.

Logo, se houver quaisquer indícios de anormalidades respiratórias durante o sono, o risco de SAOHS é maior.

De forma resumida, em transtornos obstrutivos como a SAHOS há acúmulo de CO₂ e redução de O₂, já que a entrada de oxigênio está diminuída pelo estreitamento das vias respiratórias. Hipóteses sugerem que doenças como a obesidade, desvio do septo e alterações nas amígdalas contribuem para esse quadro.  

Quando indicar polissonografia para os seus pacientes?

Mesmo que você seja um médico generalista, o ideal é que reconheça a necessidade de indicar a avaliação dos distúrbios de sono. Com maior frequência, os pacientes que necessitam de PSG costumam ter os seguintes sintomas ou queixas:

  • noites mal dormidas;
  • roncos excessivos;
  • redução da libido;
  • sonolência excessiva durante o dia;
  • não se lembram dos sonhos ou “nunca sonham”;
  • muita irritabilidade e falta de concentração;
  • despertar muitas vezes durante o sono para ir ao banheiro;
  • alterações no comportamento e nos aspectos relacionados à saúde mental.

Como funciona a polissonografia de noite inteira?

Existem dois tipos de PSG: a digital, que pode ser feita em até três horas, e a convencional, com duração de 12 horas. Em ambos os casos, o exame mede diversos parâmetros ligados ao funcionamento das vias aéreas durante o sono.

O tipo mais utilizado é a PSG tipo 1. O termo “de noite inteira” faz referência ao período de 12 horas em que o paciente fica sob monitoração. Esse exame é feito em clínicas especializadas ou em laboratórios do sono.

A PSG tipo 1 é uma modalidade mais completa e mais efetiva, já que monitora 7 canais de forma simultânea. Cada canal avalia os riscos mais comuns em pessoas com apneia do sono ou com problemas de ronco, insônia e outros.

Quais as doenças a PSG detecta?

Em geral, a polissonografia basal pode auxiliar na identificação dos transtornos do sono. Listamos os mais comuns, que são:

  • síndrome da Hiper Resistência das Vias Aéreas Superiores (SHVAS);
  • doença Pulmonar Obstrutiva do Sono (DPOC);
  • síndrome dos Movimentos Periódicos dos Membros (PLMS);
  • síndrome da Paralisia do Sono (SPS);
  • síndrome das Pernas Inquietas (SPI);
  • SAHOS;
  • hipersonia;
  • hipopneia;
  • insônia;
  • sonambulismo;
  • terror noturno;
  • narcolepsia;
  • pesadelos;
  • bruxismo.

Como a polissonografia é feita?

O teste é feito por meio de eletrodos fixados na pele, cujo objetivo é detectar alterações no perfil de sono do paciente. Vale frisar que a PSG é um exame indolor e não invasivo.

Mesmo que seja um exame simples, os médicos costumam listar algumas recomendações. Confira:

  • evite o consumo de café e bebidas energéticas nas 24 horas anteriores ao exame;
  • mantenham o uso de medicamentos de rotina;
  • opte pelo uso de roupas ou pijamas confortáveis para passar a noite;
  • não é aconselhável fazer o exame se estiver com algum tipo de virose, diarreia ou condições desfavoráveis à avaliação.

Contraindicações

Mesmo que não existam contraindicações para a submissão ao exame, é importante manter atento a certos critérios de exclusão, tais como:

  • pacientes com transtornos de ansiedade não controlados;
  • tratamentos para a depressão grave;
  • menores de 12 anos.

Quando surgem os primeiros sinais de distúrbios do sono?

Em vias gerais, os sinais precoces dessa condição costumam surgir na fase pré-escolar. Nas crianças entre 5 e 9 anos, pais e professores devem ficar atentos a situações que sugerem a necessidade de avaliação médica para o distúrbio de sono.

Vale destacar, ainda, que os problemas do sono podem ser confundidos com transtornos de ansiedade ou mesmo com condições associadas aos distúrbios do neurodesenvolvimento — como o autismo.

Por isso, o ideal é observar as mudanças no comportamento e relacionar os fatos com alterações no padrão do sono. Sintomas como irritabilidade, diminuição da atenção e da concentração podem ser indícios de distúrbios do sono.

Nesse contexto, os pais ou responsáveis devem buscar ajuda médica. Ou seja, é importante avaliar a conduta mais adequada à manutenção da saúde da criança.

Por fim, vale destacar que a polissonografia é um mecanismo poderoso para diagnosticar diferentes condições clínicas. Mesmo quem não é especialista nessa área deve observar os sinais e sintomas que podem comprometer a qualidade do sono e o bem-estar dos pacientes.

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