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23.10.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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A ozonioterapia é um método que promete tratar inflamações, dificuldade de cicatrização, infecções e entre outros. Entretanto, existe uma certa polêmica a respeito de seu uso, visto que algumas entidades alegam faltar evidências científicas a respeito de sua eficácia.
Em agosto de 2023 foi sancionada Lei nº 14.648, que permite a utilização da ozonioterapia como tratamento de saúde complementar. É preciso destacar que a decisão vai contra os posicionamentos do Conselho Federal de Medicina (CFM), mas está em conformidade com a regulamentação dos Conselhos de Odontologia (CFO), Farmácia (CFF), Fisioterapia (COFFITO) e outros.
Continue a leitura e saiba mais informações a respeito da ozonioterapia!
Em condições normais, o ozônio consiste em um gás e é essencial para filtrar a radiação ultravioleta capaz de prejudicar a vida na Terra. No entanto, ele é um gás instável, e que requer muito cuidado em seu manuseio, pois pode provocar reações estrondosas a depender das substâncias em sua volta.
Além disso, diferente do ozônio utilizado nas indústrias, o ozônio medicinal é obtido a partir do oxigênio medicinal e é obtido em uma concentração e doses exatas.
A ozonioterapia é um procedimento que utiliza a mistura de ozônio e oxigênio medicinais com objetivo terapêutico. O procedimento apresenta um carácter complementar e não substitui as técnicas e tratamentos já inseridos no sistema de saúde.
Desse modo, a finalidade é ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, como mais uma opção, para além dos tratamentos já estabelecidos.
Em torno de 1840 o médico pesquisador alemão, Christian Friedrich percebeu um odor característico ao submeter o oxigênio a uma descarga elétrica, momento no qual descobriu o gás ozônio. A partir da descoberta de Friedrich, a terapia foi difundida para combater infecções na pele, especialmente na Alemanha e na Áustria. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) médicos alemães e ingleses usaram do método para melhorar os ferimentos dos soldados com um resultado satisfatório.
Por diversos anos a técnica ficou limitada apenas na Europa, e apenas nos anos 1970 que essa terapia foi levada para outros lugares, inclusive para o Brasil, e começou a ser aplicada de forma mais abrangente na Medicina. Atualmente, a terapia é aplicada no tratamentos de diversas doenças infecciosas, inflamatórias e isquêmicas.
De maneira simples, a mistura de oxigênio e ozônio medicinais é aplicada em algumas partes do corpo do paciente, como na pele, na boca e no reto, para tratar feridas, problemas dentários e outras infecções. Sua aplicação pode ser realizada por meio de uma injeção direta no músculo ou na forma de gás, por inalação.
O intuito do procedimento é melhorar a oxigenação dos tecidos e contribuir no sistema imunológico por meio de mecanismos celulares. Assim, a ozonioterapia é aplicada para melhorar o sistema circulatório do paciente, a taxa de oxigênio no sangue e evitar processos inflamatórios.
Acredita-se que a ozonioterapia consiga ajudar diversos pacientes, visto que pode ser aplicada no tratamento de asma, esclerose múltipla, HIV, hérnia de disco, distúrbios da articulação temporomandibular, complicações da diabetes, esclerose múltipla e entre outros.
Além do mais, acredita- se que a terapia melhora a imunidade, diminui a dor, controla a inflamação e inchaços, combate microrganismos, ajuda na circulação e entre outros benefícios para a vida do paciente.
Quando utilizada por um profissional capacitado e preparado, a ozonioterapia contribui de forma positiva na vida do paciente. No entanto, pode apresentar sérios efeitos colaterais, motivo pelo qual a Anvisa exige que o especialista seja devidamente qualificado para a aplicação.
No caso de aplicação por injeção, o paciente pode apresentar irritação no local, náuseas, vômitos, dor de cabeça, tosse e reações alérgicas. Ainda, é preciso ressaltar que quando a ozonioterapia é aplicada na forma de gás, a sua inalação pode provocar irritação nos pulmões, edema pulmonar, problemas no cérebro, olhos e coração.
Desse modo, é preciso saber utilizá-la e não deve ser aplicada em mulheres grávidas, em crianças, em pessoas que já tiveram infarto, apresentam hipertireoidismo não controlado, problemas sanguíneos e entre outros. Ao seguir todas as recomendações, o método pode ajudar nos cuidados e tratamentos de diversas enfermidades.
A ozonioterapia apresenta diversas finalidades, ou seja, pode ser utilizada no tratamento e cuidado de diversos problemas capazes de afetar a qualidade de vida do indivíduo. Confira, a seguir!
A aplicação de ozônio ajuda na prevenção e tratamento das diversas doenças periodontais, como gengivite. Por causa de sua ação antimicrobiana e a capacidade de estimular o sistema imunológico, diversos profissionais recorrem ao tratamento em seus pacientes.
O ozônio também é indicado em procedimentos estéticos, isto é, os profissionais podem utilizá-lo na limpeza e assepsia da pele. Isso porque apresenta um eficiente ação antimicrobiana.
Como já foi mencionado, a ozonioterapia auxilia no processo de cicatrização das feridas. Logo, ela é utilizada para estimular a circulação de sangue, diminuir a inflamação no local e a regeneração do tecido do paciente.
A ozonoterapia é capaz de eliminar as bactérias causadoras das cáries. Devido a sua ação antimicrobiana, ele pode ser utilizado no tratamento.
A ozonioterapia é indicada no tratamento de canal, pois evita o crescimento de bactérias e evita possíveis infecções na região em que o procedimento está sendo realizado. Dessa forma, as chances de uma possível infecção são minoradas.
A ozonioterapia tem caráter complementar e deve ser aplicada com os devidos cuidados
Como vimos, a ozonioterapia apresenta diversos benefícios e riscos. Assim, o procedimento pode ser realizado por profissionais inscritos em conselhos de fiscalização e com os equipamentos devidamente regularizados pela Anvisa. Além do mais, o paciente deve saber a respeito do caráter complementar da terapia.
Portanto, mesmo com as controvérsias, a lei foi sancionada e o objetivo da ozonioterapia é ajudar os pacientes. Depois da aprovação, o CFM reafirmou em nota que a terapia não apresenta reconhecimento científico suficiente para o tratamento de doenças. Já os defensores da prática afirmam que a terapia ajuda no combate à dor crônica e aumenta a resposta do sistema imunológico do indivíduo.
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