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18.5.2023
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Conhecendo dados sobre as especialidades que mais crescem no Brasil, é possível entender as principais oportunidades para se destacar na carreira médica. Mas para além de ver o cenário como um todo, podemos nos aprofundar sobre a distribuição destes especialistas nas regiões do nosso país, que possui dimensões continentais.
Segundo dados da Demografia Médica de 2023 (DMB), a mais recente publicação sobre a área médica, existem, no Brasil, mais de 560 mil médicos atuando profissionalmente e inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Isso corresponde à taxa nacional de 2,6 médicos no país para cada 1.000 habitantes — um índice maior do que o mínimo sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1 para cada 1.000.
Esses números demonstram ainda que, apesar da grande quantidade de profissionais atuando no país, há uma disparidade de profissionais atendendo nas diferentes regiões do país. Em 2022 o Sudeste concentrava 59% dos médicos brasileiros, contra 5,3% da região Norte. Até mesmo nos estados a diferença é grande, com profissionais concentrados nas capitais.
Os motivos, explicam as entidades do setor, são muitos. Contudo, os dados revelam um enorme horizonte de oportunidades para os médicos que buscam se especializar por meio da educação continuada. Acompanhe a leitura e saiba mais sobre o assunto!
Antes de mais nada, é importante destacar que, em pouco mais de duas décadas, o número de profissionais médicos mais do que dobrou, sendo o DMB 2023. Entre 2010 e 2023, mais de 250 mil novos médicos passaram a atuar no Brasil — reflexo direto da abertura de universidades e de vagas de graduação em Medicina.
Dos médicos atuantes no país, 321.581 apresentavam um ou mais títulos de especialistas até 2022, o que correspondia a 62,3% do total de profissionais em atividade no país. Os demais 37,7% eram médicos generalistas, isto é, não possuíam título em nenhuma especialidade.
Enquanto a região Sudeste concentra 192 mil profissionais com especialidades, as regiões Norte e Nordeste têm, respectivamente, 63,6 mil e 14,4 mil. A região Sul tem 60,9 mil e a Centro-Oeste 32,9 mil.
Os médicos especialistas brasileiros estão concentrados em 4 especialidades muito populares, que, juntas, representam quase metade do total de registros de especialistas: Clínica Médica (11,5%), Pediatria (9,8%), Cirurgia Geral (8,4%) e Ginecologia e Obstetrícia (7,5%). Além dessas, há mais de 50 especialidades listadas pelo Conselho Federal de Medicina.
Vale ressaltar que, nos últimos anos, houve evolução da oferta de médicos especialistas no Brasil, de acordo com a DMB 2023. Esse acréscimo está relacionado com a maior titulação e expansão da Pós-graduação Médica e da Residência Médica, assim como a melhoria dos registros e dados acessados pelo estudo, sobretudo adequações promovidas nas bases da Comissão Nacional de Residência Médica e Associação Médica Brasileira.
Você pode consultar o estudo completo da Demografia Médica no site da Associação Médica Brasileira.
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Com esse panorama sobre a atividade médica no Brasil, abre-se um novo horizonte para os médicos que estão em busca de uma especialidade e querem se destacar na carreira.
Afinal de contas, existem 55 especialidades médicas e 59 áreas de atuação regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina, por isso não faltam opções para os médicos recém-formados. Claro que algumas especializações são mais concorridas que outras, sobretudo devido à demanda do mercado de profissionais e ao próprio interesse e identificação dos médicos.
Segundo a Demografia Médica, as 10 especialidades com o menor número de especialistas somam juntas apenas 2,3% do total (10.984 médicos). São, nesta ordem, aquelas com menor registro de médicos: Genética Médica, Medicina de Emergência, Radioterapia, Medicina Física e Reabilitação, Medicina Nuclear, Cirurgia de Mão, Cirurgia Torácica, Medicina Esportiva, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.
Além disso, a área de Neurologia, representa apenas 0,8% dos médicos especialistas. A de Geriatria apenas 0,5%. Isso em um país em que a sociedade envelhece a cada ano, necessitando de cuidados médicos específicos.
Outras áreas, como Gastroenterologia (1,2%), Reumatologia (0,6%), Nutrologia (0,4%) e Medicina Esportiva (0,3%) também podem ser uma excelente escolha. As oportunidades são ainda maiores nas regiões Norte e Nordeste, que concentram menos médicos por pessoa, especialmente os especialistas.
Podemos dizer que o mercado de trabalho é bastante diversificado. Existem muitas oportunidades de emprego disponíveis em clínicas, hospitais, empresas, escolas e postos de saúde. E a maioria dos profissionais da área optam por abrir seus próprios consultórios.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a empregabilidade da área chega a 97%. Os salários também são bem vantajosos, sendo considerada a segunda especialidade da área da saúde mais lucrativa.
Vale destacar que a pandemia ampliou diversas modalidades da telemedicina, que pode ser útil em muitos casos, como em eventos críticos e em circunstâncias de rotina, tanto na atenção primária quanto na hospitalar, na assistência e no ensino em serviço, em áreas remotas e com escassez de profissionais, em serviços sem a presença de médicos especialistas, em decisões de diagnóstico ou tratamento que demandam conhecimento multiprofissional ou de mais de uma especialidade médica.
Claro que existem limites para o uso da tecnologia, porque, em algumas especialidades e problemas de saúde, essa não é a alternativa eficaz de atendimento. Além do mais, pode acontecer uma baixa qualidade do atendimento não-presencial, assim como questões éticas que abrangem a relação médico-paciente e compartilhamento de informações.
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