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Obstrução intestinal: principais causas e tratamentos

Obstrução intestinal: principais causas e tratamentos

Dentre as doenças do intestino, a obstrução intestinal é um problema que afeta diversas pessoas. E o pior: a sua incidência vem aumentando, conforme estudo da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Por isso, é de suma importância que os profissionais da saúde estejam devidamente atualizados e bem-informados sobre o assunto.

Caso você precise relembrar o tema ou esteja em busca de novas informações para aprimorar o atendimento aos seus pacientes, continue a leitura! Ao longo das próximas linhas, faremos um apanhado sobre causas, sintomas, diagnóstico e tratamento da obstrução do intestino. Boa leitura!

O que é a obstrução intestinal?

A obstrução intestinal é uma condição em que há um bloqueio parcial ou total do trato gastrointestinal, impedindo a passagem normal dos alimentos, líquidos e gases pelo sistema digestivo.

Esse tipo de problema pode ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal, incluindo o intestino delgado e o intestino grosso.

Quais são as suas possíveis causas?

A obstrução intestinal pode ter várias causas, e elas podem ser agrupadas em diferentes categorias. Confira algumas das mais frequentes a seguir.

Adesões ou aderências

Adesões ou aderências são “dobras de tecido” cicatricial que podem se formar após procedimentos cirúrgicos abdominais. Quando o corpo se recupera de uma cirurgia, ele pode desenvolvê-las como parte do processo de cicatrização.

O problema surge quando essas bandas de tecido começam a conectar partes diferentes do intestino, causando obstrução. As adesões podem criar estrangulamentos ou torções no intestino, limitando ou bloqueando o fluxo normal dos alimentos e líquidos.

Isso pode resultar em sintomas como dor abdominal, inchaço e vômitos. É importante salientar que elas são uma causa comum de obstrução intestinal em pessoas que passaram por cirurgias abdominais múltiplas.

Hérnias

Hérnias ocorrem quando uma porção do intestino se projeta por meio de uma “fraqueza” ou abertura na parede abdominal. Se essa protrusão se tornar estrangulada, o suprimento de sangue para a área afetada pode ser comprometido, levando à obstrução intestinal.

Os sintomas incluem dor intensa na área da hérnia, náuseas e vômitos. A correção cirúrgica geralmente é necessária para resolver a obstrução e reparar a hérnia.

Tumores

Tumores no intestino podem ser benignos ou malignos e têm o potencial de causar obstrução intestinal. Tumores malignos, como câncer colorretal, podem crescer ao redor ou dentro do lúmen intestinal, bloqueando a passagem dos alimentos.

No entanto, os tumores benignos, como pólipos, também podem crescer o suficiente para causar obstrução. A forma de diferenciá-los é por meio de exames como a biópsia, normalmente realizada após a excisão da neoplasia.

Os sintomas geralmente incluem dor abdominal, alterações nos hábitos intestinais e perda de peso inexplicada. O tratamento depende do tipo de tumor, podendo envolver cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.

Divertículos

Divertículos são pequenas bolsas que se formam nas paredes do cólon, e a condição é conhecida como diverticulose. Se uma delas inflamar ou infeccionar, pode levar à obstrução intestinal a partir do estreitamento ou bloqueio do cólon, prejudicando o fluxo normal de conteúdos intestinais.

Os sintomas podem incluir dor abdominal, febre, alterações nos movimentos intestinais e inchaço. O tratamento pode envolver antibióticos para tratar a inflamação aguda e, em casos graves, cirurgia para remover a porção afetada do cólon.

Doença Inflamatória Intestinal

Doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa, podem causar obstrução intestinal devido à inflamação crônica. A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, levar a cicatrizes e estreitamento (estenoses), enquanto a colite ulcerativa afeta o cólon.

Os sintomas incluem dor abdominal, diarreia, sangramento retal e perda de peso. O tratamento visa controlar a inflamação com medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e, em alguns casos, cirurgia para remover áreas afetadas.

Impactação fecal

A impactação fecal ocorre quando fezes endurecidas se acumulam no intestino, bloqueando parcial ou totalmente o fluxo. Isso é frequentemente associado à constipação crônica e pode ocorrer em pessoas idosas ou em indivíduos com hábitos alimentares inadequados.

Os sintomas incluem dor abdominal, distensão, vômitos e incapacidade de evacuar. O tratamento envolve a remoção do acúmulo de fezes, muitas vezes com a administração de laxantes, enemas ou, em casos graves, procedimentos médicos.

Vólvulo

O vólvulo ocorre quando uma porção do intestino se torce sobre si mesma, resultando em obstrução. Geralmente, isso acontece no cólon, especialmente na porção sigmoide.

A torção impede o fluxo adequado de alimentos e líquidos por meio do intestino. Os fatores de risco incluem constipação crônica, hérnias e anormalidades anatômicas.

Nesse caso, os sintomas podem ser agudos e incluem dor abdominal intensa, distensão abdominal, náuseas e vômitos. O tratamento envolve desfazer a torção, muitas vezes por meio de procedimento médico ou cirúrgico, e corrigir quaisquer fatores predisponentes, como hérnias.

Estenoses

Estenoses referem-se a estreitamentos anormais nas passagens intestinais, frequentemente resultado de inflamação crônica, como na doença de Crohn. O estreitamento pode levar à obstrução intestinal. Na doença de Crohn, a inflamação recorrente pode causar cicatrizes, levando a estenoses que prejudicam o fluxo normal de conteúdos intestinais.

Os sintomas incluem cólicas abdominais, diarreia, perda de peso e distensão abdominal. O tratamento visa controlar a inflamação com medicamentos e, em alguns casos, cirurgia para remover as áreas estreitadas.

Intussuscepção

A intussuscepção ocorre quando uma porção do intestino se dobra para dentro de outra. Isso pode obstruir o fluxo intestinal e prejudicar o suprimento de sangue para a área afetada.

É mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos. Os sintomas incluem dor abdominal súbita, vômitos e fezes com sangue e muco. O diagnóstico muitas vezes é confirmado por exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada.

O tratamento geralmente envolve procedimentos não cirúrgicos para reduzir a intussuscepção, mas em alguns casos cirurgia pode ser necessária.

Corpos estranhos

A ingestão acidental de objetos não digeríveis pode levar à obstrução intestinal. Isso é mais comum em crianças e em adultos com distúrbios psiquiátricos. Os objetos estranhos podem ficar presos no intestino, impedindo o fluxo normal. Os sintomas variam dependendo do local e do tamanho do objeto, incluindo dor abdominal, náuseas, vômitos e distensão abdominal.

O diagnóstico muitas vezes envolve exames de imagem, como radiografias ou endoscopia. O tratamento, por sua vez, pode incluir a remoção do objeto por métodos endoscópicos ou, em casos mais complicados, cirurgia.

Há fatores de risco envolvidos? Quais são os mais comuns?

Sim, existem vários fatores de risco associados à obstrução intestinal. É importante observar que a presença desses fatores não garante o desenvolvimento da obstrução, mas eles podem aumentar a probabilidade. Confira a seguir!

Cirurgias abdominais anteriores

Aderências podem se formar como resultado de cirurgias abdominais anteriores, aumentando o risco de obstrução.

Hérnias

Pessoas com hérnias têm maior probabilidade de desenvolver obstrução, especialmente se a hérnia se tornar estrangulada.

História de obstrução intestinal prévia

Indivíduos que tiveram obstrução intestinal anteriormente têm um risco aumentado de recorrência.

Doença de Crohn e colite ulcerativa

Pacientes com doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa, têm maior propensão a desenvolver estenoses e obstrução.

Diverticulose

Pessoas com divertículos no cólon têm um risco aumentado de desenvolver obstrução se ocorrer inflamação ou infecção dessas bolsas (diverticulite).

Constipação crônica

A constipação crônica pode levar à formação de fezes endurecidas, aumentando o risco de impactação fecal e obstrução.

Câncer colorretal

Tumores no intestino podem causar obstrução. Pessoas com história familiar de câncer colorretal têm um risco aumentado.

Idade avançada

Idosos podem ser mais propensos a desenvolver obstrução devido a fatores como adesões, constipação e outros problemas relacionados à idade.

Como é feito o diagnóstico do problema?

O diagnóstico da obstrução intestinal geralmente envolve uma combinação de avaliação clínica, exames físicos e procedimentos diagnósticos por imagem. Continue a leitura para conferir algumas abordagens possíveis.

Avaliação clínica

Nesta etapa é feita a coleta de informações sobre o paciente, como sintomas, histórico familiar e possíveis fatores de risco. O exame físico pode revelar sinais como distensão abdominal, sensibilidade à palpação e ausência de ruídos intestinais normais.

Exames de imagem

A radiografia abdominal pode ser realizada para detectar sinais de obstrução, como distensão intestinal, níveis hidroaéreos e a presença de fezes ou fluidos no intestino. Já a tomografia computadorizada (TC) fornece imagens mais detalhadas, permitindo uma avaliação mais precisa da causa e localização da obstrução.

Ainda temos a colonoscopia, que pode ser realizada para examinar diretamente o interior do cólon e identificar possíveis causas de obstrução, como tumores, pólipos ou estenoses. Por fim, há a ultrassonografia, que também pode ser utilizada na avaliação da presença de líquido livre na cavidade abdominal.

Exames laboratoriais

Os exames de sangue podem ser realizados para avaliar os níveis de eletrólitos, a contagem de glóbulos brancos e outras condições associadas à obstrução intestinal.

Outros exames

Se uma causa específica, como doença de Crohn, for uma hipótese diagnóstica para os sintomas, exames mais específicos podem ser realizados.

Quais são as formas de tratar a obstrução intestinal?

O tratamento da obstrução intestinal depende da causa subjacente, da gravidade dos sintomas e de possíveis complicações. Aqui estão algumas abordagens comuns para o tratamento da obstrução intestinal.

Monitoramento e tratamento conservador

Em casos leves ou parciais, o paciente pode ser hospitalizado para monitoramento. O tratamento conservador pode envolver jejum para descansar o intestino, administração de líquidos intravenosos para evitar desidratação e alívio da dor com analgésicos.

Descompressão gástrica

Uma sonda nasogástrica pode ser inserida por meio do nariz até o estômago para ajudar a aliviar a distensão abdominal, removendo o ar e o fluido acumulados no trato digestivo.

Laxantes ou enemas

Se a obstrução for causada por impactação fecal, laxantes orais ou enemas podem ser utilizados para amolecer e remover as fezes endurecidas.

Procedimentos endoscópicos

Em certos casos, procedimentos endoscópicos podem ser realizados para remover obstruções, como a remoção de tumores ou corpos estranhos, ou a dilatação de áreas estreitas.

Medicamentos

Antibióticos podem ser administrados se houver sinais de infecção associada à obstrução. Medicamentos anti-inflamatórios podem ser prescritos para tratar inflamações subjacentes, como na doença de Crohn.

Cirurgia

Se a obstrução for grave, recorrente ou não responder ao tratamento conservador, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A cirurgia pode envolver a remoção da parte obstruída do intestino (ressecção) ou correção de hérnias, adesões ou outras anormalidades anatômicas.

Tratamento da causa subjacente

Em casos de obstrução devido a condições crônicas, como doença de Crohn ou colite ulcerativa, o tratamento visa controlar a inflamação subjacente para prevenir futuras obstruções.

É possível prevenir esse problema? Como?

Embora nem todas as causas de obstrução intestinal sejam completamente evitáveis, existem algumas medidas que podem reduzir o risco de desenvolver essa condição. Confira e saiba como orientar os pacientes da melhor forma possível!

Hidratação adequada e dieta rica em fibras

Consumir uma dieta equilibrada rica em fibras pode promover movimentos intestinais regulares, prevenindo a constipação e a formação de fezes endurecidas. A hidratação adequada também é essencial para manter a consistência adequada das fezes.

Evitar o consumo excessivo de alimentos processados

Alimentos ultra-processados, com baixo teor de fibras e alto teor de gordura, podem contribuir para problemas digestivos. Optar por alimentos naturais e integrais pode ajudar a manter a saúde do trato gastrointestinal.

Manejo adequado de doenças crônicas

Para pessoas com condições médicas crônicas, como doença de Crohn, colite ulcerativa ou diverticulose, é essencial destacar a importância de seguir as orientações do médico para controlar a condição e minimizar o risco de obstrução.

Evitar o consumo de corpos estranhos

Principalmente em crianças pequenas, é crucial manter objetos pequenos fora do alcance e monitorar cuidadosamente o que é colocado na boca. Isso ajuda a prevenir a ingestão acidental de corpos estranhos.

Prática de atividade física regular

A atividade física regular estimula o funcionamento adequado do trato gastrointestinal, promovendo movimentos intestinais regulares e reduzindo o risco de constipação.

Evitar o uso indiscriminado de laxantes

O uso excessivo de laxantes pode levar a problemas, incluindo a dependência desses medicamentos para evacuar. O uso de laxantes deve ser orientado pelo médico.

Atenção a sintomas e tratamento precoce

É crucial prestar atenção a sintomas como dor abdominal intensa, distensão e alterações nos movimentos intestinais. Orientar os pacientes a buscar assistência médica imediata ao detectar esses sinais pode prevenir complicações graves.

Seguir as recomendações pós-cirúrgicas

Para aqueles que passaram por cirurgias abdominais anteriores, seguir as recomendações pós-cirúrgicas do médico pode ajudar a prevenir a formação excessiva de adesões.

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Como podemos ver, a obstrução intestinal é um assunto sério e um problema que pode evoluir negativamente, demandando a realização de procedimentos cirúrgicos e colocando em risco a vida dos pacientes afetados. Assim, seja você um coloproctologista ou não, é importante estar bem-informado sobre o tema.

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