Novo remédio para Alzheimer: quais são os resultados esperados?

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O diagnóstico de Alzheimer representa um grande choque tanto para o paciente quanto para seus familiares, principalmente devido às complicações desencadeadas pela doença, como o declínio cognitivo progressivo e a perda da independência. O remédio para Alzheimer, produzido recentemente pela farmacêutica Eli Lilly, surge como uma esperança para retardar esse processo de esquecimento.

O Alzheimer é uma doença complexa e desafiadora que gera diversos questionamentos na comunidade científica, e o desenvolvimento deste novo fármaco, chamado de Donanemab, é uma iniciativa de pesquisa voltada para a identificação de abordagens mais eficazes no tratamento da condição.

Quer saber mais sobre o assunto? Neste post, vamos abordar o que esperar da novidade já disponível no mercado. Confira!

O que é Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e incurável que afeta principalmente a memória, o pensamento e a capacidade de realizar tarefas cotidianas. Ela é a forma mais comum de demência em idosos e está associada a mudanças patológicas no cérebro, incluindo o acúmulo de proteínas anormais, como beta-amiloide e tau.

À medida que a expectativa de vida aumenta e a população envelhece, essa patologia se tornou um desafio global de saúde pública. A condição é mais frequente em pessoas com mais de 65 anos, mas é necessário ressaltar que não é uma parte normal do envelhecimento. E apesar de ser mais comum em idosos, também pode afetar indivíduos mais jovens, na faixa etária entre 40 ou 50 anos.

Quais são os principais sintomas?

As manifestações clínicas do Alzheimer incluem a perda de memória, como o esquecimento de conversas recentes, eventos relevantes ou até mesmo conhecimentos adquiridos atualmente. Com a progressão da doença, o paciente tende a ter dificuldades para realizar tarefas que fazem parte do seu cotidiano, como pagar contas, se vestir, pentear o cabelo.

A desorientação temporal e espacial é comum, fazendo com que a pessoa se perca em locais familiares ou esqueça datas importantes. Também pode haver complicações para encontrar as palavras certas, compreender o que os outros estão dizendo e expressar pensamentos.

Com o passar do tempo, o julgamento e a habilidade de tomar decisões adequadas também podem ser comprometidos, acompanhados por uma perda de iniciativa e capacidades cognitivas, como resolução de problemas e aprendizado.

Ademais, os pacientes com Alzheimer podem experimentar alterações significativas em seu comportamento, tendo irritabilidade, agressividade ou apatia. Esses sintomas pioram no decorrer dos anos e podem eventualmente levar a estágios mais avançados, nos quais a comunicação, o reconhecimento de familiares e a capacidade de autocuidado são gravemente afetados, de modo que o paciente pode chegar a ficar acamado.

Quais são as causas?

As causas do Alzheimer ainda não são completamente compreendidas, mas existem fatores de risco e mudanças patológicas no cérebro associadas à doença. Uma das principais características da condição é o acúmulo anormal de proteínas beta-amiloide e tau no cérebro, que formam placas e emaranhados. Isso está relacionado à morte de células cerebrais e à perda de conexões neurais.

Além disso, a genética desempenha um papel importante, com variantes específicas de genes, como o APOE4, que ampliam o risco de desenvolvimento da doença. O envelhecimento, histórico familiar da condição, lesões na cabeça e problemas cardiovasculares também constituem fatores de predisposição para o Alzheimer.

Embora esses fatores estejam associados ao Alzheimer, ainda não há uma causa única e definitiva da doença. É provável que o Alzheimer resulte de uma combinação complexa de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida que desencadeiam e contribuem para o desenvolvimento da doença.

Quais são os tratamentos para Alzheimer disponíveis atualmente?

Como mencionado inicialmente, o Alzheimer é uma doença incurável, mas existem tratamentos destinados a aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, que estão alicerçados no uso de medicamentos e terapias não farmacológicas.

Em relação aos medicamentos, há dois tipos principais: inibidores da colinesterase e antagonistas do receptor NMDA (memantina). Essas drogas ajudam a melhorar temporariamente a função cognitiva, atrasando o declínio em alguns pacientes. No entanto, eles não impedem a progressão da patologia.

Já as alternativas não farmacológicas, como terapia ocupacional, fisioterapia e terapia de fala, podem ser utilizadas para auxiliar na manutenção da independência do indivíduo para realizar as suas atividades diárias.

O uso da terapia comportamental e terapia de estimulação cognitiva, por exemplo, pode ser benéfico para gerenciar comportamentos e melhorar a qualidade de vida. O suporte emocional e a educação para pacientes e familiares também são componentes importantes do tratamento, proporcionando informações sobre a condição e estratégias de cuidados.

Como funciona o novo remédio para Alzheimer?

Em julho de 2023, a farmacêutica Eli Lilly divulgou o desenvolvimento do Donanemab, novo remédio para Alzheimer que promete retardar a progressão da doença.

O laboratório realizou testes com mais de 1,7 mil pacientes e evidenciou que os melhores resultados foram obtidos em pessoas abaixo de 75 anos e que estão nos estágios iniciais da enfermidade. Nessa amostra de público, a substância apresentou uma eficácia de até 35% no retardamento da perda de memória e raciocínio.

Durante o estudo foi detectado que alguns pacientes tiveram inchaço do cérebro como efeito colateral. Embora seja defendida como um divisor de águas no tratamento para Alzheimer, a farmacêutica ainda busca aprovação da Food and Drug Administration (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos), para disponibilizá-lo no mercado.

Qual é o seu mecanismo de ação?

O mecanismo de ação do remédio experimental está relacionado ao direcionamento das placas de proteína beta-amiloide no cérebro, que são uma das características patológicas da doença de Alzheimer.

Donanemab é um anticorpo monoclonal que se liga especificamente à forma beta-amiloide agregada, ajudando o sistema imunológico a reconhecê-las e removê-las mais eficientemente.

Essa remoção se dá por meio da microglia, as células do sistema imunológico do cérebro, que "engolem" as placas de beta-amiloide. O objetivo da droga é reduzir a carga de beta-amiloide no cérebro e, assim, diminuir a progressão da doença de Alzheimer.

Para quem é indicado?

A tendência é que o medicamento seja indicado para pessoas abaixo de 75 anos de idade, que estejam enfrentando as primeiras manifestações da doença, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento.

Quais são os prós?

Os potenciais benefícios do Donanemab compreendem a possibilidade de retardar a progressão da doença, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aliviar parte do ônus sobre os cuidadores familiares.

Isso pode representar avanços significativos no tratamento e na pesquisa da doença, proporcionando esperança para aqueles afetados por essa condição devastadora.

Quais são os contras?

No que se refere aos contras associados ao remédio, os efeitos colaterais provocados por eles podem ser os principais pontos de atenção entre médicos e pacientes, sendo necessário avaliar o equilíbrio entre os riscos e benefícios da medicação antes de utilizá-la.

O Alzheimer traz uma série de desafios emocionais, financeiros e práticos para o doente e seus familiares. A progressiva perda de memória e capacidades cognitivas demanda um apoio constante e muitas vezes resulta em sobrecarga para os cuidadores.

Nesse contexto, um novo remédio para Alzheimer oferece a esperança de aliviar o sofrimento, retardar a progressão da doença e melhorar o bem-estar do paciente, representando um grande marco na luta contra essa patologia.

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