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13.3.2018
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Equipe Afya Educação Médica
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Lúpus, também chamado de lúpus eritematoso sistêmico ou pela abreviação "LES", é uma doença autoimune na qual o sistema imunológico do paciente não reconhece as células do próprio organismo e começa a atacar o tecido conjuntivo presente em diversos órgãos, por meio de anticorpos e da ativação do sistema complemento, provocando dano tecidual e inflamação.
Assim, o lúpus pode acometer praticamente qualquer parte do organismo, como as articulações, pele, rim, coração, pulmões, vasos e sistema nervoso. Não há como saber se a doença se manifestará um dia e que parte será afetada caso isso aconteça.
Mas para a maioria das pessoas, o lúpus é uma doença que afeta sistemas específicos, não acometendo todos os órgãos simultaneamente. É comum que os sintomas surjam e desapareçam repetidamente, criando um ciclo com fases de surto e remissão da doença.
Você sabe quais são as causas, sinais e sintomas mais comuns no lúpus? Sabe como se dá o diagnóstico da doença e como abordá-la na anamnese? Então continue acompanhando nosso post. Vamos falar mais sobre tudo isso a seguir!
O lúpus pode ser dividido em quatro tipos. São eles:
A lesão é restrita à pele. Este tipo de lúpus é identificado pelo surgimento de lesões cutâneas eritematosas em forma de placas que frequentemente aparecem na face, na nuca ou no couro cabeludo.
O lúpus sistêmico é o tipo mais comum da doença, variando da forma leve à grave. As lesões ocorrem no organismo como um todo, atingindo vários órgãos ou sistemas, não se restringindo à pele. Algumas pessoas com a forma discoide da doença evoluem para a forma sistêmica.
Os sintomas provocados por esse tipo de lúpus dependem do local das lesões, incluindo problemas de rins, coração, pulmões, além de distúrbios neuropsiquiátricos, gastrointestinais, lesões cutâneas e nas articulações.
Algumas medicações, como os anti-inflamatórios e anticonvulsivantes, provocam uma inflamação temporária enquanto seu forem administradas, provocando sintomas semelhantes aos do lúpus sistêmico, como a chamada "síndrome lupus-like".
O mais comum é que essa síndrome ocorra após a administração de hidralazina, procainamida e difenilhidantoína, mas ela já foi associada a centenas de drogas, inclusive as utilizadas no próprio tratamento do lúpus sistêmico. O que define esse diagnóstico, no entanto, é o desaparecimento das manifestações com a suspensão do medicamento.
O lúpus neonatal é uma condição pouco comum que acomete filhos de mulheres com lúpus, sendo provocada por anticorpos da mãe que atravessam a placenta e afetam a criança ainda no útero. Ao nascer, o neonato pode ter erupção cutânea, alterações hepáticas, pancitopenia, leucopenia, anemia ou trombocitopenia.
Bebês com lúpus neonatal podem ainda apresentar defeitos cardíacos graves. Com exames apropriados para essa faixa etária, é possível identificar a grande parte das mães em risco, e o bebê pode ser tratado antes do parto e melhor acompanhado com o diagnóstico precoce.
A causa do lúpus ainda não é conhecida, apesar de muitas pesquisas na área. É provável que não exista uma causa única, mas uma combinação de fatores genéticos, ambientais e possivelmente hormonais que trabalham juntos para causar a doença.
Lúpus não é contagioso e nem causado por nenhum agente específico. Nenhum gene específico foi encontrado para explicar a doença, mas é conhecida a relação familiar de pacientes lúpicos.
Os sinais de lúpus variam muito de acordo com a pessoa acometida. Seus sintomas podem incluir:
O lúpus pode ser difícil de diagnosticar, à medida que os sintomas desaparecem e reaparecem e podem imitar os de muitas outras doenças. O diagnóstico é complexo e deve incluir.
Colher a história pregressa do paciente durante a anamnese é o primeiro passo para suspeitar de lúpus. É importante perguntar sobre sinais e sintomas que possam ter melhorado e não estarem presentes no momento da consulta.
Estas informações, juntamente com um exame físico e testes laboratoriais, ajudam a excluir outras doenças que podem ser confundidas com o lúpus e evita erros médicos.
O teste de fator de anticorpos antinucleares (FAN) é comumente solicitado para ajudar no diagnóstico, assim como outros anticorpos envolvidos na patofisiologia do lúpus (anti-P, anti-hemácia, antilinfócito, antiplaqueta, antifosfolipídeo e antineurônio).
Vale ressaltar, no entanto, que a maioria das pessoas com lúpus tem FAN positivo, mas outras condições médicas podem se apresentar com um teste positivo e é preciso pedir um painel detalhado para descobrir quais os anticorpos antinucleares presentes. O anti-Sm, por exemplo, é o mais específico para o LES, enquanto o anti-DNAdh está mais associado à nefrite lúpica e o anti-Ro ao lúpus neonatal.
Tendo 4 ou mais dos 11 sintomas de lúpus, conforme definido abaixo pelo American College of Rheumatology, em 1982 (e revisado em 1997), é possível fechar um diagnóstico. São eles:
Em 2012, um novo sistema de pontuação foi criado pela Systemic Lupus International Collaborating Clinics (SLICC). No novo critério, o diagnóstico pode ser feito apenas com a confirmação anatomopatológica de nefrite lúpica ou com a presença de um critério imunológico em conjunto com outros três achados da doença (sendo pelo menos um deles clínico).
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