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8.3.2023
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A Medicina é uma das áreas profissionais mais relevantes e valorizadas do mundo, e o número de mulheres que estão escolhendo essa profissão vem aumentando consideravelmente. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, em 2023, as mulheres na Medicina representam 49% (267,7 mil) dos médicos no Brasil, um crescimento significativo em comparação a décadas anteriores.
Para entender melhor sobre esse tema, vamos explorar, ao longo do artigo, a evolução da presença e atuação das médicas mulheres, analisando conquistas e desafios enfrentados ao longo do tempo. Continue a leitura!
Durante muito tempo, a Medicina foi uma área profissional dominada pelos homens. As mulheres eram pouco presentes e, quando atuavam, eram relegadas a funções secundárias, tais como enfermeiras e parteiras. No entanto, ao longo do tempo, elas foram ganhando espaço e conquistando seu lugar na área médica.
A evolução da presença feminina na Medicina pode ser dividida em três grandes períodos. Veja a seguir!
Nesse período, as mulheres eram impedidas de estudar Medicina em diversas partes do mundo. Na Inglaterra, por exemplo, a primeira mulher a se formar em Medicina foi Elizabeth Blackwell, em 1849. No Brasil, o primeiro curso de Medicina para mulheres foi criado apenas em 1888, na cidade de São Paulo.
Nesse momento, as mulheres começaram a ser admitidas em escolas de Medicina em vários países, mas enfrentavam muitas dificuldades, como preconceitos e discriminações.
No começo dessa fase, as mulheres passaram a ser cada vez mais presentes na Medicina e a enfrentar menos obstáculos. Houve um aumento significativo no número de mulheres formadas em Medicina e a área começou a se adaptar à nova realidade. No entanto, ainda havia muito a ser conquistado em termos de igualdade de oportunidades e remuneração.
A entrada das mulheres na Medicina foi um processo lento e difícil, marcado por resistência e preconceito. Entenda melhor nos próximos tópicos!
No início do século XIX, algumas mulheres começaram a estudar Medicina, mas enfrentaram muita resistência por parte dos homens na profissão e da sociedade em geral. Muitas vezes, elas eram vistas como intrusas e ameaças à ordem social estabelecida.
Como citamos anteriormente, a primeira mulher a se formar em Medicina nos Estados Unidos foi Elizabeth Blackwell, em 1849. Ela enfrentou muitas dificuldades para conseguir ser aceita em uma escola de Medicina, sendo rejeitada por nove instituições antes de ser aceita na Geneva Medical College, em Nova York.
No Brasil, a primeira mulher a se formar em Medicina foi Rita Lobato Velho Lopes, em 1887, pela Faculdade de Medicina da Bahia. Ela enfrentou grande resistência de seus colegas homens e da sociedade em geral, que consideravam inadequado e imoral uma mulher estudar e trabalhar em uma profissão dominada por homens.
No século XX, a luta por igualdade de gênero na Medicina ganhou força, impulsionada pelo movimento feminista e por mudanças na sociedade. A Segunda Guerra Mundial foi um marco importante nesse processo, pois muitas mulheres passaram a trabalhar como médicas devido à falta de homens disponíveis para a profissão.
Nos anos 1960 e 1970, houve um grande aumento na presença de mulheres na Medicina em todo o mundo. No Brasil, a primeira mulher a presidir o Conselho Nacional de Saúde foi Eleonora Menicucci de Oliveira, em 1988. Mesmo sendo Socióloga, ela se tornou um símbolo da luta pela igualdade de gênero e inspirou muitas outras mulheres a seguir seus passos.
Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam muitas barreiras e desafios na Medicina. Uma das principais é a falta de acesso à educação e aos recursos necessários para se tornar médica. Muitas delas não têm acesso a instituições de qualidade ou não podem pagar por uma formação médica.
Além disso, as mulheres enfrentam preconceitos e discriminação em muitos setores da Medicina, como nos hospitais e nas clínicas. Elas são frequentemente subestimadas e desvalorizadas em comparação aos homens, o que pode afetar sua autoestima e desempenho.
O público feminino ainda precisa lidar com as desigualdades salariais e de oportunidades de carreira nessa área. Muitas vezes, são contratadas para cargos menos qualificados e com salários menores do que seus colegas do sexo masculino. Isso pode dificultar sua ascensão na profissão e limitar suas oportunidades de desenvolvimento profissional.
As mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço na Medicina, mas isso não aconteceu de forma fácil. Elas tiveram que enfrentar muitas barreiras e preconceitos para conquistar seu lugar na profissão. Neste tópico, vamos explorar como as mulheres foram ganhando espaço na Medicina ao longo dos anos, em diferentes áreas.
Na área de pesquisa médica, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos. De acordo com um estudo publicado em 2019 na revista científica The Lancet, a proporção de mulheres que publicaram artigos em periódicos científicos aumentou de 28% em 1995 para 42% em 2018.
No entanto, as mulheres ainda enfrentam desafios na pesquisa médica, como a falta de financiamento e de acesso a recursos e oportunidades de carreira. Além disso, muitas vezes suas contribuições são subestimadas e desvalorizadas em comparação às dos homens.
Na Medicina acadêmica, as mulheres também vêm ganhando espaço, embora ainda enfrentem muitos desafios. De acordo com um estudo publicado em 2016 no periódico científico JAMA Internal Medicine, a proporção de mulheres em cargos acadêmicos de Medicina nos Estados Unidos aumentou de 11% em 1970 para 38% em 2010.
Na prática clínica, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço em diferentes especialidades médicas. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, as mulheres já representam mais da metade dos médicos nas áreas de Pediatria, Dermatologia e Obstetrícia e Ginecologia.
No entanto, as mulheres médicas ainda enfrentam preconceitos e discriminação em muitos setores da sua área de atuação, como nos hospitais e nas clínicas. Elas são frequentemente subestimadas e desvalorizadas em comparação aos homens, o que pode afetar sua autoestima e desempenho.
Além disso, as mulheres muitas vezes enfrentam dificuldades para conciliar a vida profissional com a vida pessoal, especialmente quando se trata de cuidados com os filhos e familiares idosos. Isso pode limitar suas oportunidades de desenvolvimento profissional e de ascensão na carreira.
As mulheres também vêm ganhando espaço na liderança médica, apesar de ainda haver muitos desafios. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, apenas 27% dos cargos de chefia em hospitais públicos e privados são ocupados por mulheres.
Há um movimento crescente de mulheres que estão assumindo posições de liderança na Medicina e trabalhando para mudar essa realidade. Elas estão formando redes de apoio e advocacia, promovendo a igualdade de gênero na Medicina e liderando iniciativas de mudança em suas instituições.
Um exemplo notável é o Women in Medicine Summit, um evento anual que reúne médicas de todo o mundo para discutir questões relacionadas à igualdade de gênero na Medicina e promover a liderança feminina na profissão. Outro exemplo é o Women Leaders in Global Health, um movimento que busca aumentar a presença de mulheres em posições de liderança na saúde global.
Essas iniciativas são importantes para garantir que as mulheres na Medicina tenham as mesmas oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional que seus colegas do sexo masculino. Elas também ajudam a garantir que a perspectiva feminina seja incluída em todas as áreas da Medicina, o que pode levar a um atendimento mais compassivo e centrado no paciente.
Ao longo dos anos, as mulheres médicas alcançaram muitas conquistas significativas, mas também enfrentaram muitos desafios. Algumas das principais conquistas e desafios enfrentados pelas mulheres na área médica incluem:
As mulheres têm contribuído de muitas maneiras importantes para a Medicina ao longo dos anos. Elas trouxeram novas perspectivas e ideias para a profissão, e ajudaram a expandir o campo para incluir áreas como a saúde da mulher e a medicina complementar e alternativa.
Além disso, as mulheres são conhecidas por seu estilo de comunicação mais empático e compassivo, o que pode ser especialmente valioso na prática clínica. Elas tendem a ouvir mais atentamente seus pacientes e a levar em consideração suas preocupações e necessidades emocionais, o que pode levar a um atendimento mais completo e humano.
As mulheres também estão liderando avanços significativos em áreas como a pesquisa médica e a tecnologia médica. Elas estão descobrindo novos tratamentos e terapias para doenças crônicas, como o câncer e a doença de Alzheimer, e desenvolvendo tecnologias inovadoras para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Por exemplo, a Dra. Helen Brooke Taussig, uma cardiologista pediátrica americana, foi a pioneira na cirurgia de correção de defeitos cardíacos congênitos em crianças, salvando milhares de vidas. Já a Dra. Hadiyah-Nicole Green é uma médica americana que desenvolveu uma terapia de laser para tratar o câncer de forma menos invasiva e mais eficaz.
Esses são apenas alguns exemplos de como as mulheres estão contribuindo para a Medicina e ajudando a melhorar a vida dos pacientes em todo o mundo. Suas realizações inspiram outras mulheres a seguir seus passos e ajudam a criar um futuro mais igualitário e diverso para a profissão.
As previsões para o futuro da atuação das mulheres na Medicina são positivas. Acredita-se que a presença e a participação do público feminino continuarão a crescer na área, influenciando e moldando a profissão de acordo com suas necessidades e perspectivas. Para você entender melhor, listamos, a seguir, algumas das tendências que podem ser observadas para o futuro. Confira!
A atuação das mulheres na Medicina é uma história de luta, conquistas e desafios. Elas enfrentaram muitas barreiras para ingressar na área e ainda lutam para alcançar a equidade salarial e de oportunidades. No entanto, sua presença e contribuição na profissão são inegáveis e cada vez mais reconhecidas e valorizadas.
As previsões para o futuro das médicas mulheres são positivas e acredita-se que a representatividade e a inclusão das mulheres na área da Medicina continuarão a crescer, permitindo que elas influenciem e moldem a profissão de acordo com suas necessidades e perspectivas. Por isso, é importante que todos continuem a apoiar a luta desses especialistas por igualdade e equidade na profissão.
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