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Mulher médica: como é a sua participação no mercado atual?

Mulher médica: como é a sua participação no mercado atual?

Assim como muitas outras áreas profissionais, a Medicina tem uma trajetória marcada pela desigualdade de gênero no decorrer dos anos. Entretanto, a mulher médica, têm lutado bravamente por seu espaço, conseguindo superar obstáculos e contribuindo fortemente para o avanço do campo da saúde.

Neste artigo, apresentaremos um panorama da participação da mulher na Medicina do país, sua evolução ao longo do tempo e previsões para o futuro da atuação na área. Boa leitura!

Medicina no Brasil e a participação da mulher médica

A trajetória das mulheres na Medicina vem de longa data e, assim como em outros aspectos da vida, elas tiveram que enfrentar muitos preconceitos, discriminações e proibições.

A primeira mulher médica a se formar no Brasil, foi a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes, que iniciou seus estudos no Rio de Janeiro e terminou na Bahia. Ela defendeu a sua tese em 1887, intitulada “Paralelo entre os métodos preconizados na operação cesariana”.

Após Rita Lobato, outras mulheres conseguiram se formar em Medicina e algumas chegaram até a obter bolsa de estudos no exterior. Assim, gradativamente, as mulheres foram ocupando esse espaço profissional, antes reservado, essencialmente, aos homens. Apesar dos avanços, também tiveram retrocessos ao longo dos anos, principalmente devido à ditadura militar, mas podemos dizer que os avanços foram retomados posteriormente.

Aceitação em escola pública e criação de Associação

No Brasil, a primeira escola pública de nível superior do Estado, que permitiu o ingresso de mulheres no curso de Medicina, foi a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que formou a primeira turma em 1918.

Já a Associação Brasileira das Mulheres Médicas (ABMM), foi fundada em 16 de novembro de 1960, no Rio de Janeiro, por incentivo da Associação Internacional de Médicas (Medical Women’s International Association – MWIA).

Aumento da participação das mulheres na área médica

Segundo estudo que trata da feminização da Medicina no Brasil, nos anos 1910, as mulheres representavam 22,3% da classe médica, com 2.956 profissionais ativas. Em 1920 essa porcentagem caiu para 21,5%. Nos anos posteriores, esse percentual oscilou para menos, chegando a 13%, em 1960.

Contudo, a partir de 1970 essa proporção começou a evoluir constantemente, alcançando 23,5%, em 1980; 30,8%, em 1990; 35,8% em 2000; 39,9%, em 2010; e 45,6% em 2017, conforme o censo de 2018.

Conforme a Demografia Médica do CFM, o número de mulheres médicas no Brasil tem aumentado. Em 2023, os homens correspondiam a 50,08% do total, com 288.473 médicos ativos, enquanto as mulheres representavam 49,92%, com 287.457 médicas atuantes.

Mas esse quadro está mudando rapidamente. Atualmente, entre os profissionais com 39 anos ou menos, as mulheres despontam como a maioria, representando 58% em comparação a 42% dos homens, conforme o levantamento citado.

Segundo o levantamento, as mulheres são predominantes em 19 especialidades médicas, contra 36 dos homens. Nesse sentido, a Dermatologia conta com o maior número de profissionais — são 8.236 médicas, representando 77,9% dos dermatologistas do país, seguida da Pediatria (75,6%), Alergologia e Imunologia e Endocrinologia e Metabologia, ambas com 72,1%, que completam esse ranking.

Segundo a Demografia Médica, o fenômeno da “feminização” na profissão já era um aspecto observado desde 2009 entre os profissionais recém-graduados. Contudo, ainda havia, na totalidade da profissão, 59,5% de homens e 40,5% de mulheres.

Entre 2010 e 2022, a quantidade de mulheres médicas quase dobrou, passando de 133 mil para 260 mil, aumentando para 48,6% de médicas contra 51,4% de médicos.

Crescimento do número de médicos no Brasil

Atualmente, segundo dados recentes da Demografia Médica, o país tem 575.930 médicos ativos, equivalente a 2,81 para cada mil habitantes, o maior número já registrado no país, conforme levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Essa proporção é superior às registradas em outros países, EUA, Coreia do Sul, Japão, e México.

O crescimento é influenciado, principalmente, pelas novas políticas de educação médica adotadas, que ocorreram principalmente nas últimas duas décadas. Nesse sentido, o crescimento na quantidade de faculdades de Medicina, bem como a expansão do número de vagas oferecidas nos cursos, contribuíram de maneira significativa para o aumento do número de médicos ativos.

Apesar desse grande crescimento, segundo CFM o país ainda apresenta uma grande desigualdade regional na oferta de médicos. Isso porque a maioria desses profissionais optam por se estabelecer nos estados do Sudeste e do Sul, bem como nas capitais, em razão das condições de trabalho.

Dessa forma, os profissionais que residem no Norte, Nordeste e nos municípios mais pobres do interior enfrentam a falta de investimentos no setor da saúde, que, por sua vez, geram vínculos precários de emprego e baixas perspectivas para atuação na área.

Para o CFM, o atual cenário indica tendências a serem avaliadas com atenção. Isso porque, a entidade entende que se o ritmo de crescimento da população e de escolas médicas se mantiverem, em 2028, o Brasil contará com 3,63 médicos por mil habitantes. Esse índice ultrapassa a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento).

Previsões para o futuro da mulher médica

O futuro da Medicina será profundamente impactado pela presença crescente das mulheres, tanto em relação à vanguarda da inovação tecnológica quanto à liderança na área da Medicina.

Isso inclui pesquisas genéticas, diagnóstico por imagens e inteligência artificial, que englobam áreas promissoras nas quais a mulher médica já delineia sua marca, por meio do desenvolvimento de tecnologias que prometem uma revolução nos cuidados da saúde.

Além disso, o empoderamento e a liderança das mulheres no campo da Medicina estimula uma abordagem mais holística e empática em relação ao tratamento dos pacientes. Isso porque a sensibilidade feminina pode contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento de políticas de saúde mais inclusivas e promoção de uma assistência médica que inclua as necessidades específicas de grupos populacionais diversos.

A estimativa, segundo a Demografia Médica, é que, ainda em 2024, pela primeira vez, o número de mulheres médicas na Medicina ultrapasse a quantidade de homens médicos. A projeção para 2024, aponta que 50,2% do total de médicos no país sejam mulheres, representando a maioria na classe médica. Para 2035, a expectativa é que essa porcentagem aumente para 56%.

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Como vimos, a atuação da mulher médica no mercado de trabalho só cresce e as previsões apontam para maior ocupação ainda nos próximos anos. A Medicina do futuro é configurada no presente, e desejamos que se torne um ambiente cada vez mais acolhedor, inclusivo e equitativo, com melhores oportunidades para todos.

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