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Antidepressivos: quais são os melhores?

Antidepressivos: quais são os melhores?

Saber quais são os melhores antidepressivos é importante, não apenas para médicos psiquiatras, como também para quem é médico generalista e atua em locais com demanda de pacientes diversificados. Igualmente relevante é estar a par quanto à efetividade dos fármacos mais utilizados para tratar a depressão para cada perfil de paciente, melhorando as chances de cura.

Em vista disso, vamos listar os fármacos considerados os melhores antidepressivos do mercado atualmente. Entenda melhor a relação entre o consumo desses remédios no Brasil e no mundo com o contexto pós-pandemia. Ainda, saiba quando indicar esses fármacos e a influência dessa escolha terapêutica para o sucesso do tratamento.

Um panorama da depressão

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), os números da depressão no mundo já ultrapassam 300 milhões. A doença afeta pessoas de todas as idades e causa limitações e incapacitações nos pacientes, até mesmo naqueles em tratamento contínuo.

No Brasil pós-pandemia, os números desse transtorno estão cada vez mais preocupantes. Um estudo recente destacou que o país é o que tem maior prevalência de depressão na América Latina. Nos casos mais graves, ela provoca sofrimento muito intenso, levando os riscos de suicídio.

Logo, a realidade que envolve a saúde mental é alarmante para a Saúde Pública. Esse é um dos temas mais discutidos em congressos de Medicina, haja vista a influência da instabilidade psíquica sobre a qualidade de vida e o bem-estar da coletividade.

Segundo as informações da OMS, é possível destacar que:

  • a depressão é o distúrbio mental mais frequente na população e amplamente discutido durante a formação médica;
  • esse problema é mais comum nas mulheres do que nos homens;
  • após a pandemia, os casos de depressão no mundo aumentaram cerca de 25%, exigindo um manejo centrado no atendimento humanizado com esses pacientes;
  • sintomas relacionados à depressão são os que mais contribuem para a carga global de doenças;
  • quase 200 milhões de pessoas já sofriam com depressão antes da pandemia;
  • com a pandemia, a doença afetou até os indivíduos sem história prévia de doença mental;
  • a maioria das pessoas com a doença não tem acompanhamento adequado.

O uso de antidepressivos no Brasil e no mundo

Nas últimas décadas, os medicamentos antidepressivos entraram para a lista de fármacos mais vendidos no mundo. Em alguns países, essa classe de medicamentos supera até os analgésicos. Porém, há um ponto positivo nisso: a indústria farmacêutica tem investido bastante em estudos nessa área.

Dados de uma importante pesquisa amplamente divulgada pela mídia afirmam que os antidepressivos estão mais seguros e eficazes. Mas isso precisa ser avaliado com cautela, já que na maioria das pesquisas há vieses relacionados a conflitos de interesses. Logo, o cuidado na prescrição desses remédios deve ser constante no trabalho médico.

Recentemente, um estudo avaliou as vendas de antidepressivos no Brasil. Os dados do relatório final apontou o seguinte:

  • as vendas de remédios para tratamento de depressão aumentaram quase 60% entre os anos de 2017 e 2021;
  • somente em 2021, a quantidade de antidepressivos e estabilizadores de humor vendida no Brasil chegou a quase 43 milhões.

As principais classes de antidepressivos

Em vias gerais, existem várias classes dessas substâncias. Porém, vamos destacar apenas os melhores antidepressivos do mercado — e os mais vendidos. Entre eles, destacam-se os Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), os Benzodiazepínicos e os Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina (ISRS).

A classe de antidepressivos mais conhecida é a dos ISRS, pois é largamente empregada nos consultórios, clínicas e hospitais. Entre eles, a fluoxetina é a mais famosa. Os ISRS passaram a ser as drogas de primeira escolha para o controle das crises depressivas, ansiedade e insônia.

Os ISRS apresentam vantagens em relação aos demais remédios com a mesma aplicabilidade, mesmo que seja alguns dos melhores antidepressivos. Observe:

  • induzem uma boa resposta aos tratamentos;
  • apresentam vantagens seletivas quanto às reações adversas quando comparados aos demais antidepressivos;
  • têm boa aceitação pelos pacientes;
  • têm baixo custo;
  • apresentam menos risco de causar efeitos colaterais que levam a complicações.

A ação dos antidepressivos no cérebro

A farmacologia é uma área bem ampla e, devido às constantes pesquisas e estudos sobre os medicamentos, o médico recém-formado deve procurar atualizações sobre essa temática. Mesmo que esses conteúdos sejam abordados durante a formação médica, o ideal é aliar informações, conhecimento e experiência com remédios de uso psiquiátrico.

Sendo assim, torna-se de extrema relevância discutir aspectos ligados à prescrição e aos cuidados que o paciente deve ter durante o uso de antidepressivos. Como em sua composição química há elementos que alteram a função dos mediadores químicos cerebrais, o usuário deve ser monitorado continuamente.

Nas fórmulas dos antidepressivos existem componentes que acentuam a ação dos neurotransmissores, visando controlar os sintomas da depressão. Um dos alvos é o GABA — chamado de ácido gama aminobutírico. O GABA é produzido pelo cérebro, e sua principal função antidepressiva é estimular o relaxamento e tornar o humor mais estável.

Os critérios para a seleção dos fármacos

Compreender os critérios para a seleção de fármacos é essencial em diferentes aspectos da terapia medicamentosa. Tal área é composta por fatores multidisciplinares que, se adequadamente observados, tornam os procedimentos mais seguros.

Entre outras questões, o cuidado com prescrição durante a consulta médica é um dos pontos-chave para a prevenção e tratamento das doenças. Assim sendo, os médicos generalistas devem estar a par desse conhecimento, sobretudo para aumentar a segurança no manejo de medicações antidepressivas.

Como parte desse processo, as terapias farmacológicas estão classificadas em 4 critérios, que objetivam definir o uso desse tipo de terapia. Para tornar essa prática mais didática, os quatro pontos têm como referência a sigla IESA, que significa:

  • indicação;
  • efetividade;
  • segurança; e
  • adesão.

Dada à complexidade dessa temática, elencamos as características de cada um dos critérios. Veja como superar os principais problemas inerentes à aplicação da terapia medicamentosa em pacientes psiquiátricos!

Indicação

Em geral, existem 2 tipos de indicação de terapia farmacológica. A primeira delas pode ser feita pelo farmacêutico, sem prescrição. Nesse caso, o profissional em Farmácia pode indicar ao paciente apenas remédios que não precisam de receita médica.

Para fazer essa indicação, o farmacêutico se baseia nos sintomas apresentados ou que, no momento da abordagem, são declarados pelo paciente. Nesse tipo de prescrição farmacêutica, é possível solucionar quadros mais simples, tais como gripe e resfriado, por exemplo.

O outro tipo é a indicação definida no atendimento médico durante a consulta. Nessa prescrição, o profissional define a melhor terapêutica medicamentosa após uma análise criteriosa do quadro do paciente. Para tanto, é necessária uma anamnese médica, que inclui a coleta da história clínica do paciente. Exames laboratoriais ou de imagens podem ser necessários.

Entre os desafios comumente apresentados nesta primeira fase da terapia medicamentosa, destaca-se a baixa adesão dos pacientes e a dificuldade de seguir com o tratamento. Com vistas a uma melhor aceitação das terapias, é essencial priorizar a clareza nas orientações sobre os medicamentos prescritos.

Eficácia e efetividade

Antes de tudo, convém destacar a diferença entre eficácia e efetividade. Mesmo que tais termos sejam comumente confundidos com sinônimos, eles têm significados distintos.

O primeiro indica o fator de desempenho de um determinado medicamento em estudos clínicos randomizados. Por sua vez, o segundo está relacionado ao desempenho do medicamento durante o processo terapêutico. Porém, essa avaliação é feita com base em populações reais, condição observável durante a prática médica ou farmacêutica.

Segurança

Apesar da infinidade de estudos que objetivam a precisão e a segurança de um medicamento, ainda não é possível garantir que todos os fármacos sejam seguros, de fato. Na verdade, eles podem ter eficácia comprovada e, conforme utilizado na linguagem médica, até integrarem o seleto grupo dos medicamentos “padrão ouro”.

Contudo, mesmo que certos remédios sejam eficazes contra doenças específicas, o risco de efeitos adversos é grande. Ou seja, alguns remédios são eficazes em tratamentos para determinados órgãos do corpo, mas podem gerar complicações em outros.

Portanto, é necessário estar alerta quanto aos padrões de segurança medicamentosa na hora da prescrição, mesmo que o fármaco escolhido esteja entre os melhores antidepressivos. Critérios quanto à posologia não podem ser ignorados, já que uma prescrição segura deve considerar a diferença entre a dosagem eficaz e a que pode produzir efeitos adversos.

Adesão

A fase da adesão do paciente é uma das mais desafiadoras da área de saúde. Independentemente de ser recém-formado ou de integrar o grupo dos médicos com vasta experiência, convencer um paciente a utilizar medicamentos antidepressivos corretamente é sempre um desafio.

Por isso, essa etapa é considerada uma das instâncias mais complexas entre todas as que envolvem o processo de terapia medicamentosa. Vale destacar, no entanto, que a adesão está intrinsecamente ligada a outros fatores, que não apenas à capacidade de persuasão do profissional.

Sendo assim, o médico deve estar consciente do seu papel, já que ele é visto como uma figura que simboliza sabedoria e conhecimento sobre as doenças. Ou seja, ao se explicar a importância do uso correto dos fármacos — principalmente ao indicar os melhores antidepressivos —, os demais fatores que influenciam poderão ser superados.

Logo, nesta etapa de adesão é crucial trabalhar a conscientização do paciente nesse processo. O ideal é fornecer todas as explicações sobre o modo correto de usar o fármaco e convencer o paciente de que, a partir de então, a solução para o problema está em suas próprias mãos.

Os principais remédios do ranking para tratamento de depressão

Destacamos os medicamentos psiquiátricos classificados como os melhores antidepressivos do mercado. Os dados foram extraídos de um estudo envolvendo 116 mil participantes realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Divulgado pelo Jornal da USP, os resultados são promissores quanto à eficácia desses fármacos.

Destacamos os melhores antidepressivos do mercado que figuram na lista da pesquisa da universidade inglesa. Veja quais são!

Amitriptilina

Entre outras características, esse fármaco tem propriedades sedativas e calmantes. Isso torna a amitriptilina um dos medicamentos padrão ouro para controle e tratamento da depressão. Além disso, esse remédio também tem indicação para tratamento da incontinência urinária, principalmente em idosos.

Venlafaxina

Classificada como ISRS, faz parte do seleto grupo dos fármacos indicados para tratar a depressão. Devido à sua composição específica com substâncias que inibem a recaptação de serotonina, ela também é utilizada para controlar outras síndromes.

Citalopram

Tanto o escitalopram como o bromidrato de citalopram são utilizados pelos psiquiatras para auxiliar no suporte terapêutico dos pacientes com depressão. Em geral, o citalopram é o fármaco de escolha para tratamentos de longo prazo, pois auxilia na prevenção de novos episódios depressivos.

Bupropiona

Classificada entre os melhores antidepressivos do mercado, é um medicamento amplamente empregado para tratar transtornos depressivos. Mesmo que apresente alguns efeitos colaterais, essa medicação apresenta a vantagem de auxiliar em tratamentos de obesidade e para controle do tabagismo.

Os melhores antidepressivos para controle da ansiedade

Muitas vezes, depressão e ansiedade andam juntas. Por conta disso, os transtornos de ansiedade também podem ser tratados com os medicamentos usados para a depressão.

De igual modo, as substâncias da classe dos ISRS são amplamente empregadas para essa finalidade. Confira!

Fluoxetina

Integrante do grupo dos melhores antidepressivos, essa medicação é uma das mais antigas usadas para controlar a ansiedade. No Brasil, ela teve liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na década de 1990.

Inicialmente produzido nos Estados Unidos como Prozac, esse fármaco ganhou o mercado rapidamente e logo ficou famoso. A fluoxetina funciona aumentando os níveis do hormônio serotonina no cérebro e melhora os níveis de humor.

Zolpidem

Por ser um dos melhores antidepressivos, esse medicamento atua como um sedativo eficaz contra os transtornos ansiosos que causam insônia. A orientação é que seja utilizado para curto prazo, já que o seu principal efeito adverso é o risco potencial de causar dependência.

Sertralina

A sertralina consegue restaurar o equilíbrio da serotonina, o que a torna ideal para reduzir os efeitos dos transtornos de ansiedade. Também é empregada para tratar síndrome do pânico e outros distúrbios emocionais e psiquiátricos.

Ainda que sejam os melhores, vale ter cautela na prescrição

Como visto, a depressão é um dos transtornos mais prevalentes. Por isso, a qualidade do tratamento empregado para todos os seus níveis é um dos motivos de preocupação entre os profissionais da prática médica. Nesse sentido, convém ter mais atenção ao prescrever, ainda que sejam remédios do grupo dos melhores antidepressivos.

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