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3.2.2018
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Equipe Afya Educação Médica
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Sol, piscina, mar e férias. O verão está aí para brindar a todos com dias de muito calor e diversão. Contudo, nos hospitais e consultórios, a perspectiva não é tão animadora. Afinal, as altas temperaturas e os hábitos comuns a essa estação contribuem para o aparecimento de doenças de verão, como hepatite e desidratação, por exemplo.
É hora de estar preparado para esses casos que, com certeza, já enchem os plantões Brasil afora. Para ajudar nessa empreitada, separamos 4 das principais doenças de verão e fornecemos algumas dicas que vão auxiliar no diagnóstico de cada quadro. Acompanhe!
A desidratação acontece quando é alterado o equilíbrio corporal, entre consumo e reposição de água, e as quantidades de sais minerais, líquidos orgânicos e água caem abaixo do normal, prejudicando o funcionamento do organismo.
No verão, os casos de desidratação costumam lotar os plantões devido principalmente às altas temperaturas, que levam a uma transpiração excessiva.
Além disso, durante a estação é comum que as pessoas se descuidem da hidratação adequada. Sem falar nas comidas ingeridas em praias, clubes e cachoeiras — muitas de procedência duvidosas ou contaminadas por bactérias que aproveitam o calor para se proliferar com mais facilidade —, levando a quadros de diarreia e vômitos, culminando na desidratação.
A doença pode apresentar-se em diferentes graus, cada um com sintomas próprios.
Nos quadros graves, há uma intensificação dos sintomas, podendo surgir outros como:
A desidratação é uma doença grave — principalmente quando atinge recém-nascidos, lactantes e idosos. Por isso, é fundamental um diagnóstico preciso. Para tanto, o médico deverá proceder com o exame clínico, avaliando desde tônus muscular e elasticidade da pele até quesitos como alteração mental.
Exames de sangue também devem ser solicitados para avaliação das funções renais e níveis de potássio, sódio e demais eletrólitos. O exame de urina poderá checar a a cor e a densidade da urina, além da presença de cetonas. Em pessoas desidratadas, ela costuma ser mais escura e concentrada.
A hepatite A é uma das principais doenças de verão devido a sua forma de transmissão: por meio da ingestão de frutos do mar e/ou mariscos crus ou mal cozidos, água contaminada ou por via oral-fecal de uma pessoa contaminada para outra saudável. Trata-se de uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus VHA, que causa uma infecção no fígado.
A hepatite pode apresentar-se de forma assintomática ou sintomática (mais raro). Durante a fase de incubação (entre duas e seis semanas), não há sintomas. Após essa fase, os principais são:
Como os sintomas são bem genéricos ou podem nem aparecer, muitos pacientes têm a doença, mas sequer ficam sabendo que contraíram. Diferente do que acontece nas variantes B e C, na hepatite A, quando o corpo se recupera (em cerca de um ou dois meses, ou, nos casos mais raros, até 6 meses), a pessoa torna-se imune ao vírus VHA.
Para o diagnóstico efetivo, o médico deverá considerar os sintomas, além de solicitar exames de sangue e fezes — para avaliar a presença de anticorpos contra o vírus — e de urina, para avaliar sua apresentação.
A hepatite A deve ser acompanhada de perto, pois, embora não seja comum, há pacientes que apresentam sua forma fulminante, que leva à necrose e morte das células do fígado nas primeiras seis semanas da infecção. Nesses casos, o índice de óbito é bastante elevado.
É importante, ainda, lembrar ao paciente que, para o restabelecimento completo do organismo e para evitar as complicações da doença, o álcool não deve ser consumido e é necessário repouso absoluto.
A insolação acontece quando, por exposição prolongada ao sol, o corpo torna-se incapaz de regular a própria temperatura, que aumenta rapidamente (hipertermia) e causa riscos significativos para a vida do indivíduo. Crianças e idosos estão no grupo de risco.
O aumento da temperatura corporal — em muitos casos, além dos 40 graus — é um dos principais sintomas do quadro. Porém, existem outros que devem ser observados, como:
Sinais neurológicos, como confusão mental e desmaio, devem ser observados com mais atenção, pois podem indicar um agravamento do quadro (hipertermia maligna).
O diagnóstico da insolação é simples de ser conduzido. Deve-se observar os sinais físicos, confirmados pelo contexto de exposição prolongada ao sol.
Avalia-se a temperatura corporal e são solicitados exames de sangue de rotina para confirmar os eletrólitos na função renal. Dependendo da gravidade, pode-se solicitar um ECG para avaliar a atividade cardíaca e a radiografia do tórax para verificar edemas pulmonares.
Além de orientar o paciente sobre o tempo de exposição solar, é importante, ainda, prescrever o uso de filtro solar para reduzir a chance de câncer de pele, tanto em adultos como em crianças.
A otite trata-se da inflamação ou infecção do canal auditivo. Causada principalmente pelo acúmulo de água no canal do ouvido, é uma típica doença de verão que atinge adultos e crianças.
Essa infecção costuma ser bastante dolorida e, se não tratada com rigor, pode evoluir para a perda auditiva completa do paciente. Além da dor, os principais sintomas são:
Para o diagnóstico da doença, é fundamental avaliar o histórico de saúde do paciente, além de realizar o exame físico com análise auditiva. Exames de sangue devem ser solicitados quando houver sinais de problemas imunológicos. Durante o verão, é importante aconselhar o paciente a evitar a piscina, mar ou cachoeira enquanto o problema persistir.
As altas temperaturas, combinadas ao período de férias, são um prato cheio para diversas doenças, conhecidas como doenças de verão. Com isso, não é raro que os pronto atendimentos fiquem lotados e o plantonista seja chamado a cuidar de vários quadros parecidos.
Estar preparado para enfrentar esses casos é o mais importante para que o diagnóstico seja feito com precisão e o tratamento seja iniciado o mais breve possível.
Saber mais sobre as doenças de verão é uma questão de utilidade pública, não é mesmo? Tanto médicos quanto pacientes, é fundamental conhecê-las e ter a capacidade de identificá-las. Por isso, compartilhe com seus amigos nas redes sociais para que todos fiquem por dentro desses problemas e protejam a sua saúde e a de seus pacientes!