Escrito por
Dra. Ana Carolina Bueno e Silva
Publicado em
25.4.2024
Escrito por
Equipe Afya Educação Médica
Dra. Ana Carolina Bueno e Silva
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O paciente com diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) precisa de uma equipe multiprofissional, tanto para o seu diagnóstico, quanto para seu acompanhamento a médio e longo prazo, porém não podemos deixar de ressaltar a importância do médico generalista na gestão e avaliação desse paciente na atenção básica.
Seguindo a Política Nacional de Atenção Básica, a atenção primária é responsável por ser a porta de entrada do paciente no serviço de saúde, além de ser responsável pelo cuidado integral e longitudinal do paciente que está sobre o território daquela equipe de saúde da família. O médico generalista ou especialista em saúde da família e comunidade são os responsáveis pelos cuidados médicos dos pacientes sobre seu território, sendo assim, cabe a esse profissional a gestão do cuidado do paciente TEA após o diagnóstico em conjunto com a equipe especializada e multiprofissional.
Porém, a maior importância desse profissional é na suspeição dos sinais de alerta e triagem para que o paciente chegue a equipe especializada com maior rapidez e agilidade melhorando o acompanhamento, favorecendo a intervenção precoce e um melhor desfecho a médio e longo prazo. É de extrema importância que o médico generalista saiba avaliar de forma correta o desenvolvimento infantil e identificar os sinais de alerta para o desenvolvimento, e quando encaminhar de forma assertiva o paciente para a rede especializada.
No caso das crianças com TEA, os sinais de alerta importantes para que o médico generalista saiba observar e perguntar nas consultas de puericultura são:
Além disso, o médico deverá saber aplicar o instrumento para avaliação do desenvolvimento integral da criança, disponível na caderneta da saúde distribuída pelo Ministério da Saúde em todo o território brasileiro.
Esse instrumento permite ao médico generalista avaliar de forma rápida e prática durante as consultas de puericultura os marcos do desenvolvimento e diagnosticar os alertas ou atrasos do desenvolvimento que necessitem de encaminhamento para a rede especializada. Além desse instrumento, na caderneta também está disponível o teste M-CHAT, que é um teste de triagem para o autismo, que é um questionário com os pais/cuidadores de crianças com 18-24 meses, e que passou a ser obrigatório após a Lei 13.438/17. Após esse teste podemos classificar o risco de a criança ter o diagnóstico de TEA em baixo, moderado ou alto, facilitando seu encaminhamento para a rede especializada.
Transtorno do Espectro do Autismo. Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria. 2019.
Mandy. Annual Research Review: The role of the environment in the developmental psychopathology of autism spectrum condition. J Child Psychol Psychiatry. 2016
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA No 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União - DOU, v. 183, n. Seção 1, p. 67–76, 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>
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