MAPA e MRPA: exames que podem mudar a trajetória do paciente

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O número de pessoas com hipertensão no Brasil cresce não para de crescer. Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão atinge quase um terço da população brasileira, o que equivale a 70 milhões de pessoas.

A hipertensão é a principal causa de doenças cardiovasculares e, quando não tratada corretamente, pode ocasionar AVC e infarto. Por isso, é importante o seu monitoramento, principalmente em pacientes que têm uma predisposição para a doença.

Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), a hipertensão está associada a 45% das mortes por doenças cardiovasculares no país, cerca de 400 mil por ano. Após os 60 anos de idade, esse percentual gira vai a 65%, tendo o predomínio entre as mulheres.

Entenda o MRPA e o MAPA

  • MRPA: a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é o exame que mede a pressão por longo período de tempo, fora do consultório. Deve ser feita por indivíduo treinado (o paciente ou qualquer outra pessoa), com equipamento validado, calibrado e provido de memória.

  • MAPA: O Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial consiste em um pequeno aparelho eletrônico automático, que vai fazer várias medições de pressão ao longo do dia. Ele é acoplado à uma braçadeira, que fica presa por velcro no braço do paciente e é inflada pelo aparelho a cada medição. Pode ser aplicado por um enfermeiro ou técnico em enfermagem treinado para isso, e o laudo deve ser emitido por um profissional da medicina.  

Palavra do especialista sobre MRPA e MAPA

De acordo com o Dr. Audes Diógenes de Magalhães Feitosa, especialista em hipertensão e coordenador do curso de Certificação em MAPA e MRPA CardioPapers e IPEMED, em uma pesquisa conduzida por ele e outros especialistas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a última diretriz alterou os valores de diagnóstico da hipertensão arterial na MRPA.

“A alteração seria de 135/85 para 130/80 mmHg (milímetros de mercúrio) para o diagnóstico de hipertensão utilizando medidas domiciliares, mantendo o ponto de corte anormal da pressão arterial no consultório de 140/90 mmHg”, explicou.

Para ele, essa mudança nos valores de normalidade foi necessária porque foi identificado que a pressão arterial na MRPA que melhor se correlaciona com o diagnóstico no consultório é 130/80 e não 135/85 mmHg.  

A pesquisa conseguiu demonstrar um aumento de duas vezes na prevalência de fenótipos de hipertensão mascarada (quando a pressão arterial está normal no consultório e elevada em casa), uma diminuição de aproximadamente 50% na prevalência de fenótipos de hipertensão do “avental branco” (quando a pressão arterial está elevada no consultório e normal em casa), o aumento da detecção de fenótipos de hipertensão sustentada (quando a pressão arterial está elevada no consultório e em casa), e diminuição da detecção de normotensão e hipertensão controlada (quando a pressão arterial está normal no consultório e em casa).

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