Malária: saiba mais sobre a doença

Apr 22, 2025 . 6 minutos de leitura
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Tire as suas dúvidas sobre a malária e entenda como essa doença pode ser diagnosticada e tratada!

Você já ouviu falar sobre a malária? Essa é uma das doenças mais antigas e persistentes da humanidade, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Conhecida por seus sintomas debilitantes e pelo potencial de gerar grandes consequências, ela continua sendo um desafio para a saúde pública, especialmente em regiões tropicais.

Mas, afinal, o que é a malária? Como ela é transmitida? Quais são os sintomas e como podemos nos proteger? Todas essas dúvidas são bem pertinentes e vamos tirar todas elas nos próximos minutos!

Neste post, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre essa doença. Vamos começar?

Qual é o contexto histórico da malária?

A malária acompanha a humanidade há milênios. Registros históricos sugerem que a doença já era conhecida na Grécia Antiga e no Império Romano. No entanto, foi só no final do século XIX que o parasita causador da malária foi identificado pelo médico francês Alphonse Laveran, e o mosquito transmissor, do gênero Anopheles, foi descoberto pelo britânico Ronald Ross.

Hoje, a malária é endêmica em mais de 90 países, principalmente na África, Ásia e América Latina. Por conta disso, é tida como uma “doença tropical”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, houve 263 milhões de casos e 597 mil mortes por malária no mundo. No Brasil, a região amazônica concentra a maioria dos casos, mas a doença também pode ocorrer em outras áreas, especialmente onde há condições favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor.

Mas, afinal, o que é a malária?

A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Plasmodium, sendo os mais comuns:

  • Plasmodium falciparum (o mais perigoso);
  • Plasmodium vivax (o mais frequente no Brasil);
  • Plasmodium malariae;
  • Plasmodium ovale.

Esses parasitas são transmitidos aos seres humanos através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de uma pessoa já doente. Ou seja: é mais ou menos como acontece com outras arboviroses, como a dengue.

Como a malária é transmitida?

Vamos entender como acontece a transmissão dessa doença? Confira a seguir!

Picada do mosquito Anopheles

A forma mais comum de contrair malária é através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo parasita. O inseto age como um "vetor" — ou seja, ao sugar o sangue de uma pessoa doente, ele carrega os microrganismos e os transmite para pessoas saudáveis em picadas posteriores.

Esse ciclo faz da malária uma doença endêmica em regiões tropicais e subtropicais, especialmente em áreas com água parada, onde o mosquito se reproduz.

Transfusão de sangue

Embora incomum, a malária pode ser transmitida por transfusões de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados. Por isso, bancos de sangue (sejam eles em regiões endêmicas ou não) realizam testes rigorosos para descartar a presença do parasita antes de liberar bolsas para uso médico.

Compartilhamento de agulhas

O uso de agulhas ou seringas contaminadas — comum entre pessoas que injetam drogas — pode permitir que o Plasmodium seja transmitido diretamente de um indivíduo infectado para outro. Esse tipo de contágio, porém, é menos frequente que a picada do mosquito.

Transmissão vertical

Por fim, as grávidas com malária podem passar o parasita para o bebê durante a gestação ou no parto, uma condição conhecida como malária congênita. Isso ocorre quando o parasita atravessa a placenta e infecta a circulação fetal. Bebês nascidos nessas condições podem apresentar baixo peso ao nascer, anemia grave ou até complicações fatais.

Quais são os sintomas da malária?

Os sintomas da malária geralmente aparecem entre 10 e 15 dias após a picada do mosquito e podem variar de leves a graves. Os mais comuns incluem:

  • febre alta (acima de 38°C);
  • calafrios intensos;
  • sudorese excessiva;
  • dor de cabeça;
  • náuseas e vômitos;
  • dores musculares e articulares;
  • fadiga extrema.

Em casos graves, especialmente quando causados pelo Plasmodium falciparum, a malária pode evoluir para complicações como:

  • anemia grave;
  • insuficiência renal;
  • convulsões;
  • coma;
  • morte.

Por isso, os cuidados precoces são extremamente importantes nesse cenário!

Como é feito o diagnóstico da malária?

Agora, chegou a hora de você conhecer um ponto muito importante de todo esse processo: o diagnóstico precoce. Ele é essencial para o tratamento eficaz da malária.

Continue para conhecer os métodos mais utilizados!

Exame de gota espessa

Nesse exame, uma amostra de sangue é analisada ao microscópio para identificar o parasita. É uma forma barata e simples de identificar a doença.

Testes rápidos

Esses detectam proteínas específicas do parasita no sangue em poucos minutos, também sendo uma alternativa viável para diagnósticos mais rápidos.

PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)

É um dos melhores exames para esse tipo de doença. Ele identifica o material genético do parasita com alta precisão, mas é menos acessível em áreas remotas.

E o tratamento?

O tratamento da malária depende do tipo de parasita e da gravidade da doença. Continue para conhecer os medicamentos mais comumente utilizados!

Cloroquina

Eficaz contra o Plasmodium vivax, mas o Plasmodium falciparum desenvolveu resistência em muitas regiões.

Artemeter-Lumefantrina

Combinação usada para tratar infecções por Plasmodium falciparum.

Primaquina

Elimina formas latentes do Plasmodium vivax no fígado, prevenindo recaídas. Em casos graves, pode ser necessário hospitalização para administração de medicamentos intravenosos e suporte vital.

É possível prevenir a malária?

A prevenção é a melhor estratégia para combater a malária. Aqui estão algumas medidas eficazes. Confira!

Uso de mosquiteiros

O primeiro meio de prevenir esse tipo de situação é o uso de mosquiteiros, preferencialmente impregnados com inseticida para reduzir o contato com o mosquito.

Repelentes

Depois, é importante também aplicar repelentes à base de DEET, icaridina ou IR3535 na pele e roupas.

Roupas protetoras

Usar camisas de manga longa e calças em áreas de risco, principalmente ao entardecer e amanhecer, também é outra dica para prevenir a doença.

Medicamentos profiláticos

Além disso, quem vai viajar para áreas endêmicas pode tomar antimaláricos preventivos, como a doxiciclina ou a atovaquona-proguanil. No entanto, é claro, isso depende do contato com um médico.

Controle ambiental

Outra dica é eliminar água parada e usar inseticidas. Isso é útil para reduzir a população de mosquitos, assim como acontece com a prevenção da dengue.

Vacinação

Por fim, a vacina RTS,S/AS01 (Mosquirix) está disponível em alguns países para crianças em áreas de alto risco.

Como você viu, a malária continua sendo uma ameaça significativa em muitas partes do mundo, especialmente em regiões tropicais pobres. No entanto, com medidas preventivas adequadas e diagnóstico precoce, é possível reduzir drasticamente seu impacto.  

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