Saiba quais foram as maiores inovações na Medicina em 2022

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Quando estamos falando de Medicina, falamos de uma das áreas que mais incorpora novas tecnologias e inovações em sua prática, transformando continuamente a maneira em que pensamos conceitos como a saúde, bem estar e longevidade.

Todos os anos, novas tecnologias são criadas e incorporadas baseando-se em necessidades de cirurgias mais sofisticadas e tratamentos mais eficientes. Além de novidades, projetos e descobertas que já estão em andamento também são desenvolvidas buscando serem mais essenciais para o público em geral.

Neste post, você vai ver um panorama geral da Medicina no ano de 2022, além de entender quais foram os principais impactos que ocorreram nesse ano na área das ciências médicas e as inovações na Medicina mais notáveis deste ano. Vamos lá?

Quais foram os principais impactos na Medicina em 2022?

Ainda que esta cultura de constante revolução na área da Medicina já esteja bem consolidada, a verdade é que a grande maioria das transformações que ocorrem neste e em outros campos de atuação é provocada pelo contexto. É dessa forma que a Medicina sabe que rumos deve seguir e quais demandas devem ser as principais preocupações.

No caso do ano de 2022, diversos fatores estavam ocorrendo e, por isso, pressionando novas tecnologias e mudanças na estrutura da Medicina. Como principais impactos, é possível citar o arrefecimento da emergência sanitária global causada pelo Coronavírus, que se desdobra nos efeitos da pandemia na saúde mental. Além disso, também é possível citar os avanços das inteligências artificiais e da tecnologia de maneira geral.

A seguir, continue sua leitura e entenda em mais detalhes um pouco sobre como estes impactos afetaram a Medicina e auxiliaram na criação de novos instrumentos e procedimentos técnicos.

A pandemia de Covid-19

No fim do ano de 2019, na China, e no começo de 2020 para o resto do mundo, a população foi atingida pelo que se chamava até então de "síndrome respiratória aguda", em função de seus sintomas que afetavam o sistema respiratório, causando falta de ar, além de febre, cansaço e perda de paladar e olfato.

Ao longo de 2020 e 2021, depois que a OMS decretou emergência global na saúde, medidas como isolamento social, uso constante de máscaras e políticas de lockdown se tornaram uma rotina.

Já no contexto da Medicina, um dos fatores mais marcantes foi a superlotação na maioria dos hospitais e instituições de saúde, que precisaram criar com urgência formas de atender e tratar pacientes com Covid de forma ágil e resolutiva. Infelizmente, esta eficácia não foi possível em todos os casos, fato que ocasionou uma alta taxa de transmissão, além de quase 700 mil mortes no país.

Impactos na saúde mental

Não foi apenas fisicamente que o Coronavírus e a consequente pandemia afetaram a população e a Medicina. Práticas como o isolamento social e o cancelamento quase integral de eventos de lazer – medidas corretas para evitar a disseminação do vírus – obrigaram um grande contingente de pessoas a se isolarem completamente, causando também uma epidemia de transtornos mentais.

Transtornos como depressão, ansiedade generalizada e síndrome do pânico se tornaram recorrentes, tanto em pessoas que nunca tinham apresentado sintomas psicológicos, quanto em pessoas que já possuíam algum tipo de transtorno, para as quais a pandemia se tornou um gatilho estressor.

Além de afetar pacientes, também houve preocupação com a saúde mental de estudantes de Medicina e profissionais da área, que precisaram aumentar suas cargas de trabalho ou adiantar suas formações, adicionando uma camada de estresse a uma ocupação que já traz constantes desafios.

Avanço na telemedicina e inteligências artificiais

Além dos impactos não controlados, a Medicina já vem esperando avançar com tecnologias já existentes, o que afeta diretamente todas as áreas do cuidado em saúde, desde um atendimento mais eficaz, até uma pós-consulta mais humanizada e de qualidade.

Uma das tecnologias que possibilitou este avanço é a telemedicina, nome dado às práticas em saúde feitas de forma remota, por meio de conexões de vídeo ou outras ferramentas, como chats e monitoramento remoto. O avanço desta tecnologia tem impactado a maneira como enxergamos o atendimento médico, que tem chegado em regiões remotas e para pessoas com problemas de locomoção.

Além da telemedicina, diversas outras tecnologias artificiais tem ganhado espaço na lista de inovações na Medicina, auxiliando médicos com prontuários eletrônicos, pacientes com agendamentos de consulta mais ágeis, e até mesmo pessoas com dificuldades em sair do isolamento social com chatbots de conversa, caso do recém chegado Chat GPT.

Inovações na Medicina em 2022

Até aqui, você relembrou o compromisso constante da área da Medicina com a inovação, assim como o fato de que grande parte das inovações tem a ver com o contexto da área da saúde. Além disso, também conheceu quais foram os principais impactos recentes na Medicina, como as consequências da pandemia de Covid-19 e o aumento da presença das tecnologias no consultório.

Agora, já está na hora de conhecer na prática quais foram as principais inovações do ano de 2022. Por ser um dos primeiros anos de arrefecimento da pandemia, este ano contou com uma aceleração do mercado, além de poder aproveitar os avanços que foram feitos às pressas no período pandêmico, mas que puderam ser sofisticadas com mais calma durante o ano. Confira!

Vacina de RNA de segunda geração

Seja pela emergência global que precisou de resultados rápidos, ou por estarmos diante de uma variação de Coronavírus nunca antes vista, as vacinas que combatiam o vírus precisaram ser feitas em tempo recorde. Embora todas fossem extremamente seguras, razão pela qual passaram nos testes de segurança, a eficiência das vacinas é um dos fatores a serem melhorados.

Isso tem mudado com a segunda geração de vacinas, que começou a ser produzida em 2022 e ainda pode ser uma ferramenta promissora para erradicar a Covid-19. Diferente de outras vacinas, que utilizam um vírus inativado para gerar respostas imunológicas no corpo, as vacinas que utilizam a tecnologia de RNA carregam uma pequena parte do material genético do vírus. Assim, o corpo aprende a produzir anticorpos antes de ser infectado.

Tecnologias da segunda geração, como a vacina de RNA e a vacina bivalente fizeram este processo ainda mais eficiente. Por utilizar tecnologias de autoamplificação, os antígenos injetados conseguem se multiplicar no organismo, gerando respostas imunológicas eficientes com uma dose muito menor, o que representa mais segurança e economia.

Biossensores

Outra tecnologia que não é nova, mas deu grandes saltos em 2022 é a tecnologia de biossensores. Utilizando um mecanismo simples para identificar biomarcadores de doenças e outras condições, esta tecnologia tem feito avanços importantes na identificação rápida de alguns problemas de saúde. Você sabe como os biossensores funcionam?

Basicamente, estamos falando de sensores biológicos que podem identificar doenças quando entram em contato com algum fluido ou tecido, como é o caso do sangue. Uma vez em contato, ele utiliza substâncias que reagem na presença da doença, ajudando médicos na tarefa de fazer diagnósticos mais precisos.

Um exemplo de biossensor é o dispositivo que detecta a quantidade de açúcar no sangue, essencial para acompanhamento de pessoas diabéticas. Em um pequeno aparelho, a enzima da glicose oxidase reage ao açúcar encontrado no sangue. Por meio de um processo elétrico simples, esta informação é quantificada e a concentração de açúcar se transforma em um número no visor.

Em 2022, o mercado de biossensores continuou a se entrecruzar com a nanotecnologia, que tem desenvolvido biossensores e rastreadores cada vez mais sensíveis e com comprimentos de nanocentímetros, tornando estes procedimentos ainda menos invasivos.

PSMA Pet Scan

Uma das mais recentes evoluções nos exames de imagem, a tecnologia PSMA Pet Scan permite a identificação do câncer de próstata de forma muito mais eficaz e resolutiva. Isso é uma ótima notícia, já que quando falamos de câncer, a rápida identificação e desenho de um plano de ação são essenciais.

O exame de imagem leva este nome por conta da proteína PSMA, que é encontrada em baixas quantidades na próstata, glândula que produz o líquido seminal responsável pelo transporte dos gametas masculinos. Em pacientes com câncer de próstata, a proteína PSMA é produzida em maior quantidade, indicando que há problemas na glândula.

O exame detecta esta anomalia com a injeção de um marcador de PSMA, que quando em contato com o corpo, faz com que a proteína reaja. Com este cenário sendo demonstrado nos resultados interpretados pelo médico, o diagnóstico é feito de maneira mais ágil.

Embora existam precauções antes do exame, como jejum e abstinência de exercícios físicos no dia anterior, este exame pode ser considerado pouco invasivo e indolor.

Edição de genes com CRISPR

A edição de genes, uma das principais associações entre Medicina e biologia molecular, já tem se tornado realidade. Além da Medicina, a edição de genes também pode ajudar na criação de safras e plantas mais resistentes, transformando também a pecuária e outras áreas que envolvem manipulações biológicas.

No começo da pandemia, em 2020, duas cientistas desenvolveram uma nova técnica de edição de genes que utiliza o método CRISPR (Conjunto de Repetições Palindrômicas Regularmente Espaçadas, tradução da sigla em inglês). Embora seja um processo complexo, é possível explicá-lo por meio da interação de dois elementos: a enzima Cas9 e o RNA guia, ambos presentes no CRISPR.

O método, desenvolvido depois da observação de modos de defesa celular de bactérias, consiste no seguinte: o RNA guia, que tem a função de transportar informações genéticas naturalmente, fica encarregado de transportar a enzima Cas9. Por sua vez, esta enzima corta um pedaço de DNA.

Este processo é induzido porque quando uma fita de DNA é cortada, existe um processo natural de reparação. No caso de genes doentes, no momento em que eles são reparados, a tendência é que eles não voltem a replicar as células doentes. Em palavras mais simples, o método CRISPR funciona como uma tesoura, que obriga o DNA a se "costurar" novamente, mas desta vez, sem imperfeições no tecido rasgado.

Dispositivos médicos vestíveis

Quando o assunto é tecnologia, uma das principais preocupações dos desenvolvedores é o conforto e praticidade deste novo instrumento. No caso das inovações no uso da tecnologia na Medicina, isso é ainda mais verdadeiro, afinal, assegurar ao máximo possível o bem-estar dos pacientes é uma das grandes responsabilidades por trás da atuação médica.

Um dos avanços na Medicina que ganhou força por conta da praticidade são os dispositivos médicos vestíveis, nome genérico dado aos gadgets que atuam na prevenção, detecção ou tratamento de condições médicas e podem ser utilizados como peças de roupa ou acessórios.

O exemplo mais conhecido de tecnologia vestível na saúde, também chamados de wereables, são os smartwatches, isto é, relógios inteligentes. Além de fornecer a hora, estes relógios podem informar batimentos cardíacos, pressão arterial e outros dados sobre a saúde de quem está com ele em seu pulso.

Outras variações, como óculos e anéis inteligentes, também têm sido grandes apostas do mercado na tecnologia wereable, já que podem informar dados de maneira simples e rápida, além de não parecerem utensílios médicos, aumentando a chance de aceitação do paciente e possibilidade real de que ele os utilize.

Impressão 3D

As impressoras não são aparelhos recentes. Assim como os computadores no geral, estes aparelhos facilitaram a impressão doméstica de papéis, documentos etc. Entretanto, a impressão 3D representou um avanço enorme neste mercado, possibilitando a impressão de objetos feitos de plásticos sintéticos.

Além de servir para impressionar, as impressoras 3D também podem ter diversas utilidades, inclusive na Medicina. É o caso da impressão de próteses, novidade da saúde 4.0, que ajuda na recuperação de pacientes que precisaram passar por processos de amputação de membros. Com a utilização de plásticos sintéticos na composição das próteses, o processo de produção se torna significativamente mais barato.

No futuro, espera-se que também seja possível a impressão de tecidos biológicos e até mesmo órgãos completos e funcionais, o que vai revolucionar a área dos transplantes, diminuindo ou até mesmo extinguindo a fila de transplante de órgãos, que atualmente é muito grande a acaba excluindo diversos pacientes do procedimento.

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Neste post, você entendeu mais sobre o cenário atual da Medicina, considerando todos os impactos que as áreas da saúde sofreram com a pandemia da Covid-19, assim como as problemáticas na saúde mental e a evolução nas tecnologias com inteligência artificial.

Além disso, você conheceu quais foram as principais inovações na Medicina, introduzindo novas tecnologias e evoluindo ideias que já estavam presentes em fases de pesquisa.

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