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29.10.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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minutos
A gestão de um consultório vai além do atendimento aos pacientes, exigindo também a administração eficiente das finanças. Embora seja vital para a sustentabilidade do seu empreendimento, muitos profissionais têm dificuldades quando o assunto é contabilidade. Nesse contexto, o livro-caixa para médicos é uma ferramenta indispensável.
A partir desse documento contábil, é possível controlar todas as entradas e saídas de dinheiro relacionadas a sua atividade, o que permite um maior controle sobre seu dinheiro e facilita a apuração de impostos, ajudando a manter a sua conformidade com as obrigações fiscais.
Quer implementar uma gestão financeira mais eficiente? Neste post, vamos abordar o passo a passo para fazer um livro-caixa. Confira!
A contabilidade costuma ser um dos processos mais desafiadores para os médicos que optam por abrir seu próprio consultório. Afinal, ela inclui questões financeiras complexas e regulamentações fiscais que podem parecer intimidadoras sem o conhecimento e ferramentas adequados. Veja, a seguir, quais são as dificuldades mais comuns nessa área.
Devido às receitas variarem com frequência, conforme a demanda de atendimentos médicos, pode ser difícil gerir o fluxo de caixa. Essa instabilidade compromete o pagamento das despesas fixas, como aluguel e contas de serviços.
Sem um bom controle, é fácil perder a noção do que realmente está disponível financeiramente, o que leva a decisões precipitadas que podem deixar o seu caixa no vermelho.
A desorganização dos registros contábeis é um problema recorrente entre profissionais liberais, que muitas vezes não têm formação em contabilidade, logo não entendem a importância de manter um histórico financeiro claro.
Diante disso, você pode acabar perdendo documentos relevantes e cometer erros que, além de complicar a apuração de impostos, dificultam o monitoramento das suas finanças. Os registros confusos também impedem a identificação de padrões de ganhos e gastos, afetando as estratégias financeiras e de comunicação com o seu público-alvo.
Identificar quais despesas são dedutíveis, ou seja, que podem ser abatidas do Imposto de Renda (IR) é um dilema constante entre os médicos, que nem sempre estão cientes de todas as possibilidades.
Com isso, pode haver uma subutilização das deduções fiscais, o que resulta em pagamentos excessivos de IR. A confusão entre despesas pessoais e profissionais também pode agravar esse cenário, visto que podem ser registradas despesas que não são elegíveis para dedução. Esse equívoco prejudica a capacidade de reinvestir no empreendimento, limitando seu crescimento.
A extensa quantidade de dados que precisa ser reunida e analisada faz com que muitas pessoas se sintam sobrecarregadas na hora de declarar o Imposto de Renda, abrindo brechas para erros que causam penalidades e multas.
A inconsistência das informações declaradas pode estimular a Receita Federal a questionar as suas atividades, o que não acontece quando você registra os valores do seu caixa corretamente.
A tomada de decisões financeiras é um fator crítico na rotina de autônomos, mas a falta de informações precisas pode levar a escolhas mal informadas, capazes de afetar a sustentabilidade do seu empreendimento.
Quando você não tem um panorama seguro de suas finanças, terá dificuldades para saber quais serviços são mais lucrativos ou onde estão os principais custos. Nesse cenário de incertezas, o médico pode fazer investimentos que não trarão retorno ou descontinuar serviços rentáveis.
O livro-caixa é definido como um documento contábil, cuja finalidade é registrar todas as suas movimentações financeiras, como entradas e saídas de dinheiro do consultório. Este documento é especialmente voltado para profissionais autônomos, ou seja, que não recebem um salário fixo.
Considerado uma ferramenta prática para trabalhadores liberais, como médicos, o livro-caixa ajuda a visualizar de forma mais clara e organizada os ganhos e gastos do negócio, condição fundamental para evitar surpresas desagradáveis no final do mês.
Além de melhorar a gestão financeira, também auxilia na apuração de impostos, tendo em vista que serve como uma base para calcular tributos corretamente. Isso porque, ao mantê-lo atualizado, você pode comprovar suas receitas e despesas com mais segurança, evitando problemas com o fisco.
Embora esse instrumento também possa ser usado por empresas, sua aplicação para atividades liberais é um pouco diferente. Isso porque as cobranças fiscais são apuradas pela pessoa física, sem a necessidade de uma Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Para médicos, ele não requer o registro da Receita Federal ou em cartórios, e a contabilização dos rendimentos é realizada por meio do programa carnê-leão, que permite calcular mensalmente o Imposto de Renda devido sobre os ganhos, facilitando a declaração anual.
O funcionamento do livro-caixa se baseia no registro rigoroso das transações financeiras que envolvem o consultório. Por exemplo, sempre que um paciente paga por uma consulta, o valor deve ser registrado como entrada, especificando a data, a natureza do pagamento e o valor exato. O mesmo vale para quando houver uma despesa, como a compra de material médico ou pagamento de contas, essa saída também precisa ser anotada, com os mesmos detalhes.
A sua estrutura segue uma linha bem objetiva: cada movimentação é registrada individualmente, em ordem cronológica, e deve conter informações como a data, a descrição, o valor e a forma de pagamento. Um ponto importante é que ele deve ser atualizado regularmente, para que não haja erros ou omissões no controle financeiro.
Outro aspecto imprescindível no uso do livro-caixa é a separação das despesas dedutíveis, que são aquelas que não podem ser abatidas do cálculo do imposto de renda. Gastos atrelados à atividade do consultório, como aluguel, compra de equipamentos e salários de funcionários, podem ser registrados como dedutíveis. Já as despesas pessoais, por exemplo, não devem ser colocadas no documento.
O imposto é pago até o último dia do mês seguinte ao recolhimento, com base nas informações registradas, e lançado no sistema do carnê-leão. Mesmo que esse processo seja feito mensalmente, é necessário declarar o Imposto de Renda anual, reportando toda a renda obtida, tanto pelos serviços do consultório quanto de outros vínculos empregatícios, como hospitais ou clínicas.
Conforme já mencionamos, essa ferramenta é usada na gestão da contabilidade dos profissionais que atuam de maneira independente. Portanto, quem atende em consultórios particulares, clínicas ou em domicílio deve utilizar o livro-caixa para registrar seus ganhos e despesas.
Ele também pode ser adotado por médicos que são empregados de uma empresa, mas fora do expediente atuam como autônomos. Desse modo, você consegue organizar melhor os valores recebidos pelos serviços prestados.
A construção de um livro-caixa demanda uma série de cuidados, incluindo desde a organização meticulosa das suas informações financeiras até a classificação apropriada das despesas. Acompanhe, abaixo, o passo a passo para elaborar esse documento sem erros.
Em primeiro lugar, decida como você vai manter o seu livro-caixa: no papel ou no digital? A versão física, como um fichário, pode dar mais trabalho na hora de somar os valores movimentados, além de estar sujeito a extravios e avarias, o que significaria a perda de informações.
Já o formato digital, que é o mais moderno e recomendado, como planilhas ou softwares específicos de contabilidade, é mais prático e ajuda a manter tudo organizado sem grandes esforços.
Imagine, por exemplo, que você tenha dias corridos com várias consultas e contas a pagar. É bem mais simples registrar tudo em uma planilha automática do que somar os valores manualmente no final do mês.
Após selecionar o formato desejado, organize as colunas do documento. Elas devem ser bem simples e diretas: a primeira deve ser reservada para a ‘’data’’, para saber quando a transação aconteceu.
Em seguida, acrescente a coluna da ‘’descrição’’, que explica a ação realizada, como a compra de material. Depois, acrescente as ‘’entradas’’, que são os valores recebidos, e as ‘’saídas’’, que evidenciam o que foi gasto. Por fim, adicione a coluna ‘’saldo’’, que mostra quanto sobrou. Assim, você terá um verdadeiro raio-x da sua rotina de trabalho.
Uma das premissas do funcionamento do livro-caixa é o registro diário de suas finanças. Sempre que receber ou pagar uma determinada quantia em dinheiro, anote-o no sistema de controle.
A manutenção desse hábito evita que os dados se percam ou que você esqueça de registrar algo importante. Se você esperar para fazer tudo de uma vez, em um único dia da semana ou mês, a tendência é que se confunda com as notas fiscais acumuladas.
É fundamental saber diferenciar o que é despesa profissional do que é pessoal. No documento, só as despesas relacionadas ao consultório devem ser registradas como dedutíveis, como aluguel do espaço.
Por sua vez, os gastos pessoais, como a conta do supermercado, não podem ser misturados. Por exemplo, se você compra uma cadeira nova para a recepção, ela pode ser incluída como despesa dedutível. Mas se comprou o item para a sua casa, o registro não é necessário.
De tempos em tempos, vale a pena sentar e dar uma olhada geral no que está acontecendo com as suas finanças, de preferência no final de cada mês. Fazendo essa revisão periódica, você pode verificar como está o fluxo de caixa, se as entradas estão equilibrando as saídas, e se há algum ajuste a ser feito.
Isso ajuda você a planejar melhor o futuro do consultório e tomar decisões financeiras mais acertadas. Ao perceber que as despesas estão mais altas que as receitas em um mês, é possível rever os gastos e buscar formas de otimizar.
Para evitar discrepâncias entre o que você anotou e o que realmente entrou e saiu da conta, é aconselhável comparar os registros do seu livro-caixa com extratos bancários do empreendimento.
Suponhamos que você fez várias compras parceladas de equipamentos médicos. A comparação do documento com os extratos é fundamental para acompanhar os pagamentos e assegurar que nada passe despercebido.
Todas as informações anotadas no seu relatório devem ser utilizadas para preencher o carnê-leão, imposto obrigatório para profissionais autônomos. Cada mês, é necessário lançar as receitas e despesas para que o sistema calcule o valor do tributo a ser pago.
O livro-caixa é um poderoso aliado nesse processo, pois organiza as informações que você deve transmitir ao fisco, contribuindo para a sua conformidade com a legislação tributária.
No início, o uso dessa ferramenta pode parecer algo um pouco trabalhoso, mas com uma rotina bem organizada e disciplinada, ele se torna indispensável para a gestão financeira das suas atividades médicas.
Antes de qualquer coisa, reforçamos a importância de anotar todas as transações financeiras assim que elas acontecerem. Além de evitar esquecimentos, essa conduta também é importante para manter os dados atualizados.
Em vez de depender de papel e caneta, utilize planilhas digitais, aplicativos ou softwares específicos para gerenciar o documento. Com esses recursos, você pode automatizar os cálculos e monitorar as movimentações de dinheiro em poucos cliques. Essas ferramentas também costumam gerar relatórios gráficos que ajudem a visualizar melhor o fluxo de caixa.
Para que a tarefa de registrar as informações não se torne um fardo diário, defina um horário específico de trabalho para atualizar o livro. E tire um tempo, pelo menos uma vez por mês, para revisar os registros, o que permite identificar padrões de gastos, ajustar suas categorias quando necessário e fazer as previsões financeiras dos próximos meses.
Ter uma gestão financeira sólida é imperativo para o sucesso de um consultório médico. Nesse sentido, o livro-caixa para médicos auxilia você a arcar com os seus tributos, garantindo a conformidade com órgãos fiscais, condição imprescindível para continuar trabalhando legalmente.
O mapeamento das finanças proporcionado por ele também contribui para o reconhecimento de oportunidades e o planejamento de investimentos, impulsionando o crescimento sustentável do seu negócio.
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