Lipedema: tire suas principais dúvidas sobre a doença

30/10/2025
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equipe afya educacao médica
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Entenda o que é lipedema, sintomas, diagnóstico e tratamentos e veja como diferenciar do linfedema para cuidar melhor da sua saúde.

O lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas, que pode se estender para quadris, braços e tornozelos. Embora ainda seja pouco conhecido, o problema atinge muitas mulheres.

Ele não está relacionado ao excesso de peso ou à alimentação e pode causar dor, inchaço e sensibilidade, impactando a qualidade de vida.

Com a crescente conscientização sobre o tema, é essencial entender o que é o lipedema, suas causas, sintomas, fatores de risco e formas de tratamento. Neste artigo, reunimos as principais informações para você tirar suas dúvidas e reconhecer a diferença entre essa condição e outras, como o linfedema.

Boa leitura!

O que causa o lipedema?

Apesar de ainda não haver consenso científico absoluto, a predisposição genética e fatores hormonais parecem ter papel importante no surgimento do lipedema. Em muitos casos, os primeiros sinais aparecem durante períodos de grandes mudanças hormonais, como a puberdade, a gravidez ou a menopausa.

Entre os fatores de risco mais reconhecidos estão:

  • histórico familiar, como ter parentes com a doença aumenta as chances de desenvolvimento;
  • alterações hormonais, como flutuações de estrogênio e progesterona podem favorecer o acúmulo de gordura anormal;
  • estilo de vida sedentário, que não é causa direta, mas pode agravar sintomas, como dor e inchaço.

Diferente da obesidade, o lipedema não é resultado de uma alimentação desequilibrada. Muitas pacientes, inclusive, mantêm hábitos saudáveis e peso estável, mas percebem aumento localizado de volume nas pernas ou braços.

Quer saber mais sobre como diferenciar o lipedema de outras condições? Leia também este artigo completo sobre as diferenças entre lipedema e obesidade!

Quais são os principais sintomas do lipedema?

O lipedema apresenta sinais bem característicos que ajudam no diagnóstico clínico. Os mais comuns incluem:

  • acúmulo simétrico de gordura nas pernas (e, em alguns casos, nos braços), deixando o corpo desproporcional em relação ao tronco;
  • dor e sensibilidade ao toque, mesmo em áreas sem sinais de inflamação;
  • facilidade para hematomas, devido à fragilidade dos vasos sanguíneos locais;
  • sensação de peso e inchaço, especialmente no final do dia;
  • dificuldade de emagrecer nessas regiões, mesmo com dieta e exercícios.

É importante procurar um médico ao perceber esses sintomas, já que o diagnóstico precoce facilita o controle da doença e evita complicações, como problemas de mobilidade.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é essencialmente clínico, realizado por meio de exame físico e análise do histórico do paciente. O médico avalia a distribuição da gordura, a presença de dor e a resposta ao toque. Além disso, pede exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética, podem ser solicitados para descartar outras condições, como linfedema ou insuficiência venosa.

E quais são os tratamentos para o lipedema?

O tratamento do lipedema busca controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, já que, até o momento, não existe cura definitiva. As opções podem variar de abordagens conservadoras a procedimentos cirúrgicos, dependendo do estágio da doença e das necessidades de cada pessoa.

Tratamento conservador

O tratamento conservador é a primeira escolha e inclui medidas para reduzir desconforto, controlar inchaço e evitar a progressão da doença:

  • drenagem linfática manual, uma massagem terapêutica que estimula a circulação linfática, diminuindo o inchaço;
  • uso de meias de compressão, que melhora a circulação e alivia a sensação de peso nas pernas;
  • atividade física regular, com exercícios de baixo impacto, como caminhada, natação e pilates, ajudam a manter a mobilidade e fortalecem a musculatura.
  • alimentação equilibrada e anti-inflamatória, que não trata o lipedema, mas reduz inflamações e melhora a saúde geral.
  • controle do peso corporal, fundamental para evitar sobrecarga nas articulações, mesmo que a gordura localizada não desapareça.

Tratamento cirúrgico

Quando o lipedema está em estágios mais avançados ou provoca dor intensa, pode ser indicado um procedimento cirúrgico chamado lipoaspiração tumescente ou lipoescultura linfopreservadora. Essa técnica remove o excesso de gordura, preservando vasos linfáticos e reduzindo o risco de complicações.

Embora não elimine a doença por completo, o método alivia os sintomas e melhora a simetria do corpo, proporcionando mais conforto e qualidade de vida.

Quais são as diferenças entre lipedema e linfedema?

Embora os nomes sejam parecidos, lipedema e linfedema são condições diferentes e exigem tratamentos específicos. Entender essas distinções é fundamental para chegar a um diagnóstico correto e, consequentemente, a uma abordagem adequada.

Saiba mais a seguir!

Causas distintas

O lipedema é caracterizado pelo acúmulo anormal de gordura, geralmente associado a fatores genéticos e hormonais.

Já o linfedema surge por conta de um comprometimento do sistema linfático, que deixa de drenar corretamente os líquidos corporais, provocando inchaço. Esse problema pode ser congênito ou aparecer após cirurgias, infecções ou traumas, sendo comum em pacientes oncológicos.

Regiões afetadas

Outra diferença importante está na localização e simetria do problema. O lipedema atinge principalmente as pernas e, em alguns casos, também os braços, sempre de forma simétrica. Já o linfedema costuma aparecer em apenas um membro, seja uma perna ou um braço, e tem evolução assimétrica.

Sintomas e sensibilidade

No lipedema, a gordura acumulada provoca dor, sensibilidade ao toque e facilidade para hematomas, o que causa bastante desconforto. No linfedema, por outro lado, a queixa mais comum é a sensação de peso no membro inchado, sem dor intensa.

Resposta à elevação

Um detalhe clínico ajuda a diferenciar: no lipedema, o inchaço não melhora ao elevar as pernas. Já no linfedema, o inchaço tende a diminuir quando o membro é colocado para cima, justamente porque há melhora temporária no retorno do líquido acumulado.

Tratamentos recomendados

O tratamento do lipedema pode envolver mudanças no estilo de vida, uso de meias compressivas e, em casos mais avançados, cirurgias específicas para retirada da gordura acumulada. Já o linfedema costuma ser tratado com drenagem linfática manual, fisioterapia especializada, exercícios e uso contínuo de meias de compressão para controlar o acúmulo de líquidos.

Qual é a importância do acompanhamento médico?

Seja qual for o estágio da doença, o acompanhamento com profissionais especializados, como cirurgiões vasculares, endocrinologistas e fisioterapeutas, é essencial para personalizar o tratamento. A avaliação médica garante que o plano terapêutico inclua controle da dor, melhora da circulação e prevenção de complicações, como infecções ou limitação de movimentos.

E como conviver com o lipedema?

O manejo do lipedema vai além do tratamento clínico ou cirúrgico. Adotar hábitos saudáveis, manter consultas regulares e cuidar da saúde emocional são atitudes fundamentais para o bem-estar. Grupos de apoio e acompanhamento psicológico podem ser aliados importantes, especialmente diante das mudanças na imagem corporal e da necessidade de manter cuidados contínuos.

O lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura nas pernas, que afeta principalmente mulheres e pode provocar dor, inchaço e dificuldade de mobilidade. Conhecer suas causas, sintomas e formas de tratamento é fundamental para o diagnóstico precoce e para melhorar a qualidade de vida.

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