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2.1.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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É inegável que a tecnologia veio para ficar na área da saúde como um todo. E todos ganham com isso: instituições médicas, profissionais de saúde e pacientes. Com essa possibilidade, uma das principais vantagens da internet das coisas na Medicina é monitorar continuamente os pacientes.
O resultado? Oferecer um tratamento mais personalizado a cada nova revolução trazida pela internet. Isso porque, com o aumento das informações da saúde dos pacientes, há também mais dados para chegar a um diagnóstico mais preciso.
Aliás, de acordo com uma pesquisa da International Data Corporation (IDC), a estimativa é de que 40% ou mais das instituições de saúde já tenham algum tipo de tecnologia em 2022. Ou seja, a perspectiva de maior abrangência é estrondosa. Outra grande vantagem, trazida pelo mesmo estudo, é que ao acompanhar os dados em tempo real, consegue-se economizar até 30% do tempo dos profissionais de saúde.
Neste texto, você conferirá:
A seguir, você confere o conceito de internet das coisas, seu funcionamento e como foi inventada!
A internet das coisas (IoT, do inglês Internet of Things) é uma rede global com objetos (coisas) habilitados para se conectar à Internet. Sua função é transferir dados e se comunicar entre si. Todos esses aparelhos contam com identificadores exclusivos com sensores incorporados podendo variar, começando por dispositivos móveis (incluindo os smartwatches) até eletrodomésticos e automóveis.
Mas não para por aí, a internet das coisas ainda inclui pessoas e animais, os quais podem utilizar, por exemplo, monitores de frequência cardíaca para prevenção de infartos. Já as coleiras localizam um cão perdido e monitoram sua saúde. Outro excelente exemplo, são os sensores em máquinas agrícolas visando a detecção de problemas na lavoura.
Se agora a IoT já faz parte das nossas vidas, não era dessa maneira até o início dos anos 2000, já que o termo foi mencionado pela primeira vez em 1999. Seu criador foi Kevin Ashton, um britânico que desenvolveu um sistema de sensores omnipresentes (que estão em toda a parte ao mesmo tempo) que conectam o mundo físico à internet. A descoberta foi por acaso, enquanto fazia identificação por radiofrequência.
Ao evoluir, a internet das coisas garantiu uma conexão mais efetiva entre pessoas e máquinas. Dessa forma, os futurísticos aparelhos inteligentes (inteligência artificial), já são coisa do presente e as apostas são por ainda mais evolução.
A chegada da conexão 5G, por exemplo — móvel, mais rápida e eficiente que o 4G — trará vários benefícios. Para exemplificar, citamos uma comparação do download de um vídeo de 25 GB. Se na tecnologia 4G o processo levava cerca de meia hora, com a tecnologia 5G o tempo será reduzido para incríveis 20 segundos, aproximadamente.
Sobre a 5G, a Anatel aponta que as principais melhorias são:
Especificamente na Medicina, a internet das coisas é uma integração de dispositivos médicos à rede de comunicação na instituição de saúde em que for instalada, possibilitando a coleta e troca de informações entre diversos:
Dessa forma, tais dispositivos interagem entre si resolvendo problemas e gerando rapidez e eficiência em processos sem que haja ajuda humana — o que significa ganho de tempo e assertividade, já que a inteligência do software compara sintomas e os melhores tratamentos, além do histórico anterior do paciente na mesma instituição.
Os avanços tecnológicos na Medicina trazidos pela internet das coisas são realmente impressionantes e precisam ser conhecidos por todos os médicos e profissionais de saúde!
Você, que é médico, sabe a importância de monitorar a glicemia de pacientes diabéticos de forma precisa. Pensando nisso, uma empresa holandesa chamada NovioSense criou um dispositivo de medição dos níveis de açúcar sanguíneo por meio do fluido lacrimal.
O dispositivo conta com uma bobina de metal flexível encoberta com uma camada de hidrogel com a enzima glicose oxidase — que já é utilizada em testes que monitoram pelo sangue. Funciona como no segue: havendo glicose na amostra, a enzima produz um sinal elétrico captado por um nanosensor na bobina metálica. A empresa pretende colocar um microchip de transferência de dados sem fio para o smartphone (de pacientes, familiares e médicos).
No Brasil, a Glic — pertencente ao grupo Afya — é pioneira em saúde digital para o tratamento da diabetes. O aplicativo conta com diversas funcionalidades, inclusive se conectando com a equipe médica em tempo real, através de um prontuário eletrônico, permitindo decisões mais esclarecidas para o tratamento do diabetes.
Os pacientes com Mal de Parkinson, podem se beneficiar de uma invenção da IBM e da Pfizer, que trabalham em conjunto para desenvolver o chamado Projeto BlueSky. Trata-se de um dispositivo que fornece sintomas em tempo real relacionados ao impacto no corpo.
São câmeras, magnetômetros, giroscópios e acelerômetros que podem medir cada movimento e contração involuntária do paciente. Dessa forma, de posse dessas informações, o médico poderá encontrar o melhor tratamento para seus pacientes.
Os marcapassos cardíacos com tecnologia IoT são implantados no paciente visando informações do sistema cardiovascular continuamente. Com o monitoramento do coração em tempo real, o médico (e/ou familiares) pode agir mais rápido quando ocorrer alguma alteração cardíaca ou risco à saúde, possibilitando uma intervenção mais rápida e precisa, ou seja, muitas vidas podem ser salvas!
Os aplicativos que são conectados a outros dispositivos eletrônicos, como os smartwatches (relógios inteligentes), garantem que os dados sobre a saúde do paciente sejam enviados precisamente para auxiliar o médico na detecção e no tratamento de doenças. Além disso, é propiciada maior autonomia e segurança ao paciente e um monitoramento extremamente mais eficaz para o tratamento.
Aqui está um exemplo de IoT que ainda soa como futurístico. Neste caso, as câmeras do tamanho de comprimidos são engolidas para capturarem imagens do trato gastrointestinal do paciente. O objetivo é claro: detectar doenças do trato digestivo, como úlceras, câncer colorretal e muitas outras.
Esta tecnologia é uma alternativa viável a procedimentos invasivos e desconfortáveis, como a endoscopia ou colonoscopia e que já está sendo utilizada em hospitais e clínicas de ponta. Com o mesmo objetivo, os nanosensores podem ser injetados para monitorar a corrente sanguínea e, com isso, trazer informações importantes relacionadas ao sistema cardiovascular.
Alguns aplicativos utilizados em wearables já conseguem monitorar os comportamentos dos seus pacientes com sintomas de doenças psiquiátricas, sobretudo com depressão moerada e transtornos de humor.
Como exemplo, citamos a farmacêutica Takeda que usou um relógio inteligente para avaliar alterações de humor e cognitivas em um grupo de pessoas. O resultado foi mais de 90% de eficiência em avaliações feitas diariamente, realizadas a partir de perguntas e de outros dados que correspondiam aos resultados de testes criados pela Universidade de Cambridge.
Algumas máquinas de exames complexos, como tomógrafos e aparelhos de Raio-x, já são capazes de armazenar dados — como imagens digitais e laudos — e, posteriormente, enviá-los aos dispositivos conectados a eles, bem como às clínicas médicas.
O envio pode ser realizado via e-mail ou ainda ser transferido via wireless para dispositivos móveis. Esta é uma opção muito prática, rápida e segura de conectar exames solicitados aos médicos solicitantes.
As vantagens da internet das coisas na Medicina inúmeras. Confira as principais!
Com todas as informações sobre a saúde do paciente registradas em um mesmo lugar — como um wearable, por exemplo (como o smartwatch) —, qualquer médico de qualquer especialidade (e ainda que seja a primeira consulta), poderá ter acesso às informações de forma precisa sobre o estado de saúde do paciente.
Isso é fundamental porque nem sempre o paciente (sobretudo os idosos) lembram-se de relatar todos os seus sintomas, bem como seus acompanhantes podem não estar a par de todos os dados. Dessa forma, com tudo registrado, o profissional de saúde verifica o que está gravado no dispositivo de posse do paciente. Resumindo, paciente, familiares, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde terão um histórico completo do paciente na palma das mãos!
A possibilidade de compartilhar de forma simplificada os dados dos pacientes é um grande benefício da internet das coisas na Medicina. Dessa forma, os exames de imagem, como Raio-X e tomografia podem ser enviados de maneira digital diretamente do laboratório de imagens para o médico — eliminando a etapa do paciente retirar o exame, marcar uma consulta e levar o resultado ao médico. Para o paciente, o ganho é imenso, já que obterá seu diagnóstico tão rapidamente quanto iniciará seu tratamento.
A praticidade que a internet das coisas trouxe para a Medicina é um dos grandes benefícios do seu uso. Isso porque, não apenas as informações com relação aos pacientes ficam gravadas para consultas futuras, como também podem ser coletadas novas informações, ajudando a alcançar um diagnóstico mais preciso.
Já a agilidade, é observada com o menor tempo de resposta quando o aparelho emite o alerta para os profissionais que podem agir imediatamente ou o socorro pode ser feito o mais rápido possível por um familiar.
Além de deixar os dados armazenados em equipamentos vestíveis, a possibilidade de ficarem seguros na nuvem traz segurança para toda a equipe de saúde que atendeu e que ainda atenderá ao paciente, bem como seus familiares.
Isso porque, o que está na nuvem dificilmente será perdido, sobretudo se comparado aos tantos exames impressos que costumam ficar em posse das pessoas. E conforme envelhecem, mais dados de saúde são produzidos e precisam ser compartilhados e armazenados.
Também faz parte desse tipo de tecnologia, oferecer segurança nas informações captadas pelos equipamentos e transmitidas aos médicos, clínicas de saúde e profissionais da área de saúde em geral. Isso é possível porque os servidores contam com esquemas de segurança, como criptografia, níveis diferentes de acesso, entre outras formas de proteção de dados em conformidade com a LGPD na saúde.
De posse dos seus dados de saúde, registrados de maneira correta e correlacionados a várias especialidades médicas, os pacientes sentem-se empoderados e seguros a mostrar aos próximos médicos que o atenderão quais são os seus problemas de saúde, que realmente estão seguindo o tratamento e o que esperam dos profissionais de saúde.
A possibilidade de fazer uma vigilância ininterrupta — dia e noite 365 dias por ano — é um benefício autoexplicativo. Com isso, muitas e muitas vidas podem ser salvas e, não é exagero dizer que a estimativa de expectativa de vida tem grande potencial de ser elevada.
É claro que, para funcionar, tanto pacientes quanto familiares e, na outra ponta, os médicos, precisam estar atentos aos sinais emitidos para agir rapidamente.
Quantas vezes, você, que é médico, já desconfiou da veracidade das informações prestadas pelos seus pacientes? São exemplos, a forma de se alimentar, a prática ou não de atividades físicas, se está dormindo bem ou não de fato, se toma os medicamentos prescritos e nos horários corretos.
Enfim, os dados armazenados não permitem que o paciente tema falar que está fazendo o que o médico recomendou quando não está. O resultado? O fortalecimento das medidas preventivas e de promoção do autocuidado e da melhor educação ao paciente.
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Nesse post, você viu todas as mais importantes informações sobre a IoT, desde seu conceito básico, surgimento e como funciona a até a extrema relevância da internet das coisas na Medicina, com os principais avanços na área e seus benefícios.
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