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24.7.2023
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A qualidade do atendimento prestado por um hospital depende diretamente de sua governança na gestão hospitalar. É por meio dela que são estabelecidas políticas, processos e estratégias que garantem a segurança dos pacientes e a eficiência dos serviços, o que inclui desde a prática médica até a administração financeira da instituição.
A ausência de uma governança hospitalar bem estruturada pode causar ineficiência operacional, desperdício de recursos e baixa qualidade de cuidados, fatores que podem afastar o consumidor da saúde e afetar negativamente a imagem do hospital. Quer promover a eficiência de processos e a excelência no atendimento? Neste post, vamos abordar o que é, a importância e como adotar a governança na gestão hospitalar. Confira!
A governança na gestão hospitalar consiste em um conjunto de medidas implementadas por um hospital ou demais empresas de saúde para assegurar a eficiência de suas operações, a fim de que sejam executadas de acordo com os valores éticos e as leis que a instituição deve seguir.
Dessa forma, a governança hospitalar diz respeito à adoção de princípios, políticas e práticas de governança corporativa na administração e no gerenciamento de hospitais. Para tanto, ela compreende diversas áreas, como gestão estratégica, gestão de recursos humanos, gestão financeira, gestão de qualidade, gestão de processos e serviços, gestão de riscos, compliance legal e ético.
Além disso, a governança hospitalar requer a definição de estruturas de tomada de decisão, responsabilidades a serem assumidas e mecanismos de supervisão que colaborem com uma administração pautada por ética, eficiência e transparência.
Para que seja bem-sucedida, a governança hospitalar disponibiliza o máximo possível de informações precisas para as áreas e os profissionais interessados. Todo esse processo é baseado em transparência, a fim de ampliar o acesso ao conhecimento sobre o hospital ou clínica para otimizar o trabalho interno e potencializar os seus resultados.
Na prática, esse conceito utiliza os pilares da governança corporativa, que vão desde equidade até prestação de contas, para promover a estruturação da gestão de um hospital. Ele também ajuda a criar uma administração mais estratégica, com uma visão clara sobre os procedimentos necessários para garantir a qualidade dos serviços oferecidos aos pacientes.
A estratégia de governança hospitalar tem como finalidade estabelecer uma gestão em saúde mais eficaz e responsável, que aumente a confiabilidade da instituição. Acompanhe, a seguir, quais são os objetivos específicos dessa estratégia.
A implementação da governança hospitalar deve, acima de qualquer coisa, ter como objetivo oferecer serviços de saúde que sejam seguros e eficazes, baseados em evidências e capazes de melhorar a qualidade dos cuidados continuamente.
Uma falha operacional pode comprometer os processos e a qualidade do atendimento e dos cuidados do hospital. Para evitar esse problema, a governança hospitalar visa manter a eficiência operacional a partir da otimização dos recursos disponíveis, o que compreende os recursos humanos, materiais e financeiros.
A função da governança no ambiente hospitalar inclui assegurar a transparência em todas as atividades hospitalares, o que implica divulgar informações relevantes para os profissionais de saúde, pacientes, comunidade, líderes internos, investidores e parceiros.
Para que o hospital continue crescendo e apresentando resultados positivos, a sua governança deve promover um desenvolvimento estratégico de longo prazo, com metas e objetivos alinhados.
Mitigar riscos que prejudiquem o desempenho ou a reputação da instituição é um dos principais objetivos da governança hospitalar. Para isso, ela busca identificar, avaliar e gerenciar os riscos clínicos, operacionais, financeiros e legais do hospital.
Toda a instituição médica deve trabalhar para disponibilizar cuidados de saúde eficazes, seguros e de qualidade aos seus pacientes. Nesse sentido, a governança hospitalar desempenha um papel imprescindível, uma vez que possibilita a construção de uma imagem confiável em todos os aspectos, já que garante a qualidade dos cuidados, a eficiência das operações e o equilíbrio financeiro.
Com essa estratégia, também é possível alinhar os setores e profissionais do hospital, fazendo com que trabalhem em sincronia em busca dos mesmos resultados, seguindo as mesmas práticas e valores.
O resultado dessa iniciativa é o estabelecimento de processos otimizados e que culminam em uma administração em saúde mais eficiente. Diante disso, torna-se mais fácil manter as rotinas e os regimes de trabalho sempre atualizados, de maneira que as normas dos órgãos reguladores sejam cumpridas, evitando complicações legais.
Portanto, pode-se dizer que a governança na gestão hospitalar é crucial para a estabilidade e a sustentabilidade do hospital enquanto empresa. Isso porque garante a sua conformidade e capacidade operacional.
A aplicação da governança na gestão hospitalar segue princípios específicos para que, de fato, seja uma estratégia organizada e eficiente. Descubra, abaixo, quais são os pilares da governança determinados pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Trata-se do pilar que prevê a disponibilização de informações e dados relevantes não somente para as partes determinadas por leis ou regulamentos, mas para todos os stakeholders, ou seja, partes interessadas.
A transparência não deve ser limitada ao desempenho econômico-financeiro da instituição, devendo estender-se também aos demais fatores, mesmos os intangíveis, que direcionem a atividade gerencial e que contribuam para a manutenção e a otimização do valor da empresa.
A equidade se refere à importância de tratar de forma justa e isonômica todos os sócios e demais partes interessadas, considerando todos os seus deveres, direitos, interesses, necessidades e expectativas.
Também chamada de accountability, a prestação de contas define que os agentes de governança devem fornecer informações claras, compreensíveis e concisas sobre o seu modo de atuação. É preciso que assumam integralmente a responsabilidade relacionada a seus cargos e às consequências provenientes de seus atos e eventuais omissões.
O pilar responsabilidade corporativa diz que os agentes de governança devem conservar e proteger a viabilidade econômico-financeira da organização, reduzir os impactos externos negativos da empresa e ampliar os positivos. Eles precisam ter como base o seu modelo de negócios e os diversos capitais envolvidos em suas atividades, como intelectual, financeiro, humano, ambiental e social, no curto, médio e longo prazos.
Sendo assim, a governança na gestão hospitalar está alicerçada em lideranças e culturas organizacionais fortes e éticas, estratégias e planejamento claros, gestão de riscos e conformidade, monitoramento e avaliação de desempenho da instituição, envolvimento dos stakeholders e gestão de ativos humanos e financeiros.
Para implementar a governança na gestão hospitalar, é necessário colocar em prática um processo estruturado que envolva todos os setores e partes interessadas. Afinal, essa estratégia não depende de uma ação isolada ou de um único líder ou médico gestor, pois se trata de um conjunto de diretrizes voltadas para o sucesso do negócio.
Veja como estabelecer a governança hospitalar na sua instituição de saúde.
A primeira coisa a se fazer é avaliar o cenário atual em que o hospital se encontra quanto à sua governança hospitalar. Depois, identifique quais são as áreas que carecem de melhorias. A partir daí, defina quais são as ações cabíveis e estabeleça metas e objetivos claros a serem alcançados.
O êxito da governança hospitalar depende da orientação passada a todas as partes envolvidas nessa estratégia. Por isso, você deve criar políticas e diretrizes que definam quais são os princípios, os valores e as práticas de governança a serem seguidos.
Essa etapa inclui a definição das responsabilidades e dos papéis de todos os agentes envolvidos, como conselhos administrativos, diretores, gestores e profissionais de saúde. Assim, você garante que cada um saiba qual é a sua função dentro da governança da instituição.
Estruturar os setores do hospital é indispensável para que se tenha mais clareza sobre o seu organograma. Com essa medida, você pode entender quem são as pessoas responsáveis pelo comando e pelas atividades de cada área, o que agiliza interações e facilita a comunicação e a colaboração entre profissionais.
Após criar uma estrutura organizacional clara e bem estabelecida, defina comitês, conselhos ou grupos de trabalho que serão responsáveis pela implementação e manutenção da governança, determinando as atribuições e as autoridades adequadas.
No passado, a gestão familiar era muito valorizada nas empresas do setor de saúde. Na atualidade, esse cenário mudou, uma vez que nem sempre o seio familiar conta com a qualificação que as instituições necessitam.
Assim, busque contratar gestores qualificados, que apresentem maior experiência no mercado e que, portanto, possam trazer maior confiabilidade e transparência para o hospital, já que estão habituados com a governança hospitalar na prática.
Conforme já mencionamos, a transparência é um dos principais pilares da governança. Não há governança hospitalar sem o comprometimento total da instituição com a transparência perante as partes interessadas
Sabendo disso, adote mecanismos para disponibilizar dados a todos os interessados, além de criar um comitê de auditoria interna para garantir a segurança das informações disponibilizadas aos stakeholders.
Entre as medidas que podem ser adotadas para assegurar a transparência das informações sobre o desempenho do hospital, podemos citar o desenvolvimento de uma política de transparência que determine quais dados devem ser divulgados, com qual frequência e em que formato.
As informações podem ser divulgadas por meio de relatórios de prestação de contas que detalhem as atividades, os resultados e os impactos na instituição. Tais relatórios devem ser disponibilizados publicamente, podendo abranger aspectos como uso de recursos financeiros, sustentabilidade ambiental e iniciativas de responsabilidade social.
Para que os stakeholders acompanhem a performance da instituição, é recomendado compartilhar dados como planos estratégicos, metas e resultados alcançados. Já para o público em geral, deve-se divulgar as informações referentes aos resultados de pesquisas de satisfação, relatórios e indicadores de desempenho, o que pode ser feito em um portal de transparência online.
O desenvolvimento e o crescimento de uma instituição de saúde devem ocorrer em consonância com seus princípios e o padrão de excelência buscado na prestação de serviços ao público. Diante disso, é substancial adotar estratégias de crescimento que estejam alinhadas com as práticas de governança corporativa.
Algumas das ações que podem ser adotadas nesse sentido são ampliar a capacidade de internação do hospital, diversificar as áreas de especialização ou até mesmo estabelecer novos centros de atendimento médico.
Considerando a grande importância da conservação do meio ambiente para a sobrevivência e o bem-estar da humanidade, a sustentabilidade é um tema cada vez mais valorizado pela sociedade.
Para ser mais sustentável, é indicado investir em ações de sustentabilidade, como adotar sistemas tecnológicos nos processos de pré-atendimento, o que compreende o agendamento de consultas e o envio de informativos por e-mail ou aplicativos de mensagens.
O hospital também deve ser exemplo quanto ao descarte adequado de lixo hospitalar, promover um controle de estoque eficiente para evitar que haja desperdício de medicamentos e adotar ferramentas de proteção de dados dos pacientes.
Não basta apenas criar estratégias de governança hospitalar, é preciso comunicá-las e promovê-las para toda a instituição, principalmente para os profissionais responsáveis por colocá-las em prática.
Assim, forneça treinamentos e capacitações adequadas para que os profissionais de saúde e demais membros da sua equipe se interessem pelas diretrizes definidas e aprendam a executá-las corretamente.
O monitoramento e a avaliação da implementação da governança hospitalar são imprescindíveis para verificar o progresso em relação às metas estabelecidas para a instituição. Para tanto, é necessário coletar e analisar os indicadores de desempenho e fazer auditorias internas e externas, além de colher feedbacks para fidelizar pacientes e efetuar revisões regulares.
A partir do monitoramento dos resultados, o hospital pode promover melhorias contínuas em sua governança, já que terá embasamento para identificar oportunidades e realizar ajustes capazes de aprimorar o seu desempenho e os seus níveis de conformidade.
A governança na gestão hospitalar representa um conjunto de práticas e diretrizes que visa à eficiência e à qualidade dos serviços prestados pela instituição de saúde. Ao adotar essa estratégia, pode-se estabelecer uma cultura de transparência, ética e responsabilidade. Consequentemente, é possível oferecer cuidados de saúde seguros, centrados no paciente e que asseguram a excelência médica, fatores que ajudam a construir uma reputação de sucesso.
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