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31.1.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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As soluções tecnológicas estão presentes em todos os setores da sociedade e cada vez mais! Então, não seria diferente com o setor de saúde. Nesse sentido, surgem as healthtechs, trazidas, em geral, pelas startups com várias soluções, como a adaptação às telas dos computadores e dos smartphones para acessar todos os tipos de serviços, inclusive os serviços médicos.
Nas linhas a seguir você que já leu em nosso blog sobre as inovações trazidas pela saúde 5.0 poderá conferir como a tecnologia no setor de saúde está sendo revolucionada com as soluções de healthtechs. Confira o que você vai ler:
Os principais desafios do setor de saúde são apresentados a seguir. Chama a atenção o fato de todos estarem atrelados entre si. Confira!
A Organização Mundial de Saúde (OMS) assumiu o compromisso de trabalhar em conjunto com os países visando a melhora do seu preparo e a resposta às emergências em saúde. Para que isso aconteça, é fundamental que os países colaborem uns com os outros.
A ideia é aprimorar as parcerias que já vigoram e criar novas, além de promover treinamentos e padronizar serviços de saúde de excelência. Apenas dessa forma é possível proteger as populações mais vulneráveis, como as que moram fora das regiões urbanas, isoladas em ilhas ou em países em conflito.
Continuar trabalhando nos pilares de combate às doenças, incluindo propiciar o acesso igualitário a exames, tratamentos e medicamentos, precisa ser prioridade em termos de saúde. Por isso, é preciso fortalecer os sistemas de saúde para que os insumos sejam aplicados eficientemente.
É preciso aprimorar as recomendações para a saúde pública embasadas em evidências científicas abrangendo o maior número de doenças possível. Para isso, é preciso monitorar e avaliar os mais recentes achados científicos sobre doenças e novos tratamentos, fortalecendo três pilares com relação às funções técnicas inerentes aos serviços de saúde:
Por muitas décadas, a OMS, em conjunto com outras organizações, batalhou para combater doenças transmissíveis como poliomielite, tuberculose, sarampo, febre amarela e HIV. Com a pandemia do Covid-19 os esforços precisaram ser revitalizados para o desenvolvimento de vacinas e medicações eficazes contra mais esse vírus. Ou seja, a luta é sempre contínua, pois quando as ameaças estão sob controle, novas aparecem mobilizando todo o sistema de saúde.
A luta global contra doenças infecciosas só terá sucesso se conscientizarem da importância das vacinas — que estão sendo negligenciadas por muitas pessoas — e se os medicamentos alcançarem o maior número possível de pessoas com inúmeras e diferentes enfermidades.
Dessa forma, é essencial unir forças, engajando serviços de saúde para a educação da população quanto à importância de aderir às ações preventivas de doenças, além da utilização consciente de fármacos antibióticos para evitar a resistência bacteriana aos medicamentos.
Dados da OMS demonstram que as doenças não transmissíveis — como as cardiovasculares, diabetes, câncer etc — foram responsáveis por sete de cada 10 causas de morte mais comuns em 2019. A chegada da pandemia do Covid-19 evidenciou a vulnerabilidade dos pacientes com tais doenças, por serem identificados como “grupo de risco para a Covid-19”.
Esse fato mostrou como é importante ampliar o acesso a médicos, exames laboratoriais e tratamentos contra estas doenças. Além disso, a Organização apontou o impacto devastador das consequências da pandemia — como os lockdowns, as incertezas da economia, e a insegurança —, na saúde mental das pessoas. Por isso, desde 2021 a OMS apoia iniciativas para expandir os serviços de apoio nesse sentido.
Já segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) — que regula e fiscaliza planos de saúde privados — atualmente, há 699 operadoras ativas de assistência médica (planos de saúde) com beneficiários, resultando em uma taxa de cobertura de aproximadamente 25% da população do Brasil, contra 75% dos demais atendimentos, os quais são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Infelizmente, os números indicam que as ações e os serviços de saúde não crescem de forma satisfatória. De acordo com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), enquanto a espera por uma consulta com um médico especialista de convênio é de alguns dias a algumas semanas, no SUS, uma consulta pode ter uma espera de até seis meses em determinadas áreas do país. Uma consulta com um ortopedista, por exemplo, pode demorar até três meses.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a fatia dos recursos públicos investidos na saúde é de apenas 3,8% do PIB. Juntos, esses fatores fazem com que mais pessoas busquem por planos de saúde, ainda que não tenham condições financeiras para arcar com os custos. Por outro lado, há quem passou uma vida conseguindo manter um plano de saúde e, no cenário atual, perceber que está difícil arcar com essa despesa.
As soluções tecnológicas podem ajudar a resolver os desafios em saúde no sentido em que agilizam e melhoram os processos nesta área, desde o atendimento primário à saúde, passando pelos exames realizados — os quais podem ser amplamente compartilhados — até a chegada dos resultados.
Com isso, o tratamento de cada paciente pode ser iniciado o quanto antes evitando, inclusive, o agravamento e propiciando que novos pacientes possam ser atendidos eficientemente. Com isso, fica claro que as healthtechs voltadas para os planos de saúde têm grande espaço de atuação, e atualmente, há 30 delas atuando no Brasil.
Cabe salientar que a maioria delas é focada na APS (Atenção Primária à Saúde), visando orientar os pacientes com relação à prevenção de doenças e aos cuidados com a saúde, contam também com outros serviços, como os convênios tradicionais. Em relação a um dos maiores benefícios para a saúde pública está no aumento da cobertura do Programa Brasileiro de Telemedicina.
O termo em inglês healthtech é a junção de duas palavras: health + tech, que, em livre tradução para o português significa tecnologia na Medicina e na saúde. Dessa forma, como o nome sugere, o foco dessas empresas é a criação de soluções de tecnologia — como os sistemas de inteligência artificial (IA) — que aprimoram todo o sistema de saúde.
Assim, as healthtechs surgiram para oferecer novas perspectivas tecnológicas para aprimorar as soluções da Medicina e seus tratamentos. Elas contam com elevado potencial de solucionar os desafios enfrentados pelo sistema de saúde tradicional.
Com isso, fica claro que, por meio de softwares específicos, funcionam para:
Antes de apresentar as healthtechs, é preciso mostrar que ela são subdivididas entre as categorias a seguir:
De acordo com dados do hub de inovação Distrito, que culminou no o relatório “Distrito HealthTech Report 2020”, no Brasil, o número de healthtechs aumentou exponencialmente de 248, em 2018, para 542 após dois anos. A partir dessa informação, não é surpresa que os especialistas em finanças se atentem para a nova onda de investimentos que estão sendo realizados especialmente para elas.
Para ter uma ideia do gigantismo das novas tecnologias em saúde, empresas como a Apple, a Amazon e a Meta (Facebook e Instagram) apostam milhões nesse setor que tem gastos representando cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) mundialmente falando.
Ainda que as healthtechs chamem muita atenção nesse momento, sobretudo do mercado financeiro, e esse modelo passou a crescer a partir do início da década de 2000, as empresas que atuam com ferramentas tecnológicas já estão presentes há mais de 60 anos em países da Europa e nos Estados Unidos, porém, só recentemente chegam ao Brasil. Mas acredite! Elas vieram para ficar, pois tudo o que é beneficiado pela alta tecnologia não consegue mais caminhar sem ela.
Os dados da pesquisa do Distrito apontam que o crescimento do número de healthtachs no Brasil foi ainda maior na fase aguda da pandemia. Aliás, a tecnologia no setor de saúde trouxe diversas soluções inovadoras durante a pandemia, oferecendo serviços como:
A seguir apresentamos os maiores exemplos de tecnologias no setor de saúde brasileiro.
A iClinic é a healhtech líder no segmento de software médico em nuvem do Brasil, focada em oferecer soluções inovadoras para médicos, clínicas e consultórios. As soluções da healthtech são acessíveis de qualquer lugar, de qualquer dispositivo e com uma ótima experiência para médicos. Nessa solução, os usuários encontram diversas funcionalidades para uma gestão completa do consultório, incluindo:
O Portal PEBMED é o mais relevante e acessado pela classe médica e estudantes de Medicina em busca de notícias e atualizações do setor. Em seis anos de história, o Portal realizou mais de nove mil publicações, visando manter os profissionais de saúde sempre atualizados e de uma forma mais acessível.
Além da democratização do acesso à informação de qualidade, com publicações escritas por profissionais da saúde, o PEBMED possui dois aplicativos muito utilizados, dos quais falaremos a seguir.
O Whitebook, aplicativo médico de apoio clínico e à beira-leito, está há cinco anos no Top 10 dos aplicativos de maior receita gerada no Brasil. Em 2020, em plena pandemia, a solução viabilizou mais de 54 milhões de consultas, com impacto em 30 milhões de pacientes.
Já o NurseBook é uma plataforma específica para os profissionais de enfermagem, com conteúdos a respeito de prescrições e termos técnicos, por exemplo.
Com esses aplicativos de suporte à decisão clínica, contratados por muitos hospitais para o uso de seus profissionais, os casos de erros médicos tendem a diminuir na mesma proporção os custos do sistema de saúde.
Uma das maiores healthtechs brasileiras oferece um recurso de prescrição digital gratuito para médicos que têm à disposição uma base com mais de 60 mil medicamentos cadastrados. Além disso, ela possibilita que os pacientes comprem medicamentos online com a receita digital emitida.
Os pacientes ainda podem agendar seus exames virtualmente. Já os profissionais farmacêuticos podem utilizar o sistema para fazer a dispensação dos medicamentos. Trata-se, portanto, de importante tecnologia no setor de saúde a beneficiar os profissionais de médicos e farmacêuticos e, na outra ponta, os pacientes.
Esta healthtech integra os sistemas de saúde conectando plataformas de telemedicina e de prescrição eletrônica ao ERP utilizado tanto por hospitais quanto por laboratórios. A CM Tecnologia tem como objetivo o desenvolvimento de soluções para que as pessoas possam ter uma melhor experiência nos hospitais, clínicas e laboratórios.
Este é um exame de plataforma de gestão de saúde que contou com o primeiro centro médico instalado na favela de Heliópolis e, atualmente, já tem 35 unidades em muitos locais e com fácil acesso para a população, oferecendo consultas médicas a um preço acessível.
Além disso, ela oferece consultas online, por teleatendimento, exames com coleta a domicílio e um plano de saúde digital e acessível, o cuidar.me.
A CliqueFarma é uma ferramenta comparativa de preços de produtos farmacêuticos, em uma das bases de dados mais atualizadas do Brasil.
Pela plataforma o paciente consegue encontrar o medicamento receitado pelo médico pelo menor preço e na drogaria mais próxima da sua casa.
Trata-se de uma plataforma online voltada para a saúde emocional. A partir dela, psicólogos, terapeutas, psicanalistas e coaches podem prestar atendimento por meio do aplicativo. Dessa forma, é possível escolher o profissional e agendar uma consulta.
Além disso, o app da startup oferece exercícios de relaxamento, podcasts, dicas sobre profissionais da saúde mental e conteúdos relacionados à área.
Esta healthtechs traz soluções tecnológicas que estimulam as habilidades cognitivas e cerebrais dos usuários. Um exemplo é o AudBility voltado para profissionais de saúde, como os fonoaudiólogos, que o utilizam para mapear as habilidades de escuta ativa.
Assim, ela permite que os profissionais acompanhem o trabalho terapêutico. A Afinando o Cérebro é uma plataforma de jogos online que visa estimular as várias habilidades do cérebro.
O Doc24 é uma plataforma de telemedicina cujos diferenciais são as aplicações que utilizam a inteligência artificial, como o Wellness Test que captura, pelo dispositivo, vários dados do paciente como:
Dessa forma, a ferramenta permite que o médico especialista obtenha informações com relação ao estado de saúde do paciente e, a partir de então, traçar estratégias para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida de quem está sendo frequentemente monitorado.
A startup ainda conta com consultórios inteligentes, cabines que realizam exames médicos em tempo real, além de consultas online. Sua estrutura futurística propicia ao paciente realizar um auto-check-up da própria saúde por meio dos painéis e dispositivos médicos integrados, além de fazer uma videoconsulta com médicos especialistas.
Tais cabines podem ser disponibilizadas em indústrias, empresas de grande porte, grandes centros comerciais e de entretenimento, terminais para o transporte de passageiros, entre outros lugares.
Se o problema do paciente não for as questões cardíacas nem tampouco respiratórias, mas ele for um paciente diabético, ele poderá contar com a brasileira Glic, startup que se vale da ciência de dados para garantir a adesão do paciente ao tratamento.
O aplicativo Glic é pioneiro em saúde digital para o tratamento da diabetes e não possui custos para o paciente, que pode usar as seguintes funcionalidades:
Esta startup permite ao paciente realizar exames de laboratório sem sair de casa (teste laboratorial remoto), recebendo resultados didáticos e sugestões de prevenção. Para isso, ele adquire o kit de check-up para fazer a autocoleta e, depois, enviar ao laboratório mediante retirada agendada. Assim as amostras são enviadas ao laboratório e os resultados são devolvidos ao paciente de maneira totalmente digital.
Esta startup criada em São Paulo utiliza inteligência artificial para aumentar a agilidade durante o atendimento, bem como a assertividade nos diagnósticos no ecossistema dos hospitais, favorecendo a análise das imagens e a emissão de laudos médicos em tempo real.
Trata-se de uma empresa que visa auxiliar médicos radiologistas por meio de soluções de:
Outra vantagem da NeuralMed é a ordenação da lista de pacientes por prioridade clínica e não pelo modelo mais comum: organização por ordem de chegada. Dessa forma, ela consegue extrair as informações essenciais de um texto não estruturado.
Esta empresa gerencia os medicamentos para garantir o cuidado seguro ao paciente. Para isso, organiza os remédios por dose a ser administrada, data e horário em embalagens cronológicas dentro de uma caixa que é remetida à residência do paciente mensalmente.
Este exemplo de healthtech é a solução para um problema enfrentado por pessoas que necessitam de muitos medicamentos por dia: organizar-se para tomar seus medicamentos nos horários e doses prescritas.
A Safepill ainda faz uma análise da lista de medicamentos e informa as combinações de medicamentos a serem evitadas, ou seja, previne a interação medicamentosa. Por fim, o aparelho ainda proporciona mais comodidade aos clientes, pois não precisam se deslocar até a farmácia.
Feita com o propósito de auxiliar hospitais e companhias de home care a aumentarem sua eficiência, lucratividade, qualidade e segurança na assistência domiciliar, a Salvus criou a HAI (Healthcare Assistive Intelligence) visando otimizar as operação dos serviços incorporando na mesma plataforma:
Essa ferramenta dá aos gestores, profissionais de saúde, pacientes e seus familiares um caminho a novas experiências, digitalizando suas trajetórias, carências e meta.
Como o nome já indica, a Wecancer (da junção we + câncer), este aplicativo é voltado às pessoas com a doença, seus médicos e familiares. Por meio dela, se deu a união entre tecnologia e cuidados médicos, ao permitir aos profissionais da saúde acompanharem a evolução clínica dos seus pacientes à distância.
Dessa maneira, eles podem oferecer uma assistência mais ampla, fora dos centros de atendimento. Assim, os pacientes registram os seus sintomas na plataforma e, com isso, os médicos fazem o devido acompanhamento prevenindo piora no quadro e idas à emergência hospitalar — local a ser evitado sempre que possível por quem está imunodeprimido.
Para facilitar a vida de pacientes e seus familiares, o sistema emite sons de alerta de medicamentos e datas das consultas, além de indicar leituras confiáveis com relação à doença, bem como oferecer um serviço de chat online para solucionar dúvidas, dar orientações e acolher os pacientes onde eles estiverem.
A Anestech é uma startup voltada para o centro cirúrgico, que faz a integração, o rastreamento, a análise e a entrega de dados (em tempo real), usando a business intelligence para mobiles a serem usados em salas de cirurgia, ou seja, o ato operatório — uma das situações mais delicadas e críticas da jornada hospitalar — já está recebendo boas soluções tecnológicas.
A partir da solução AxReg, uma ficha anestésica descomplicada é completada por uma plataforma de performance para facilitar as informações para o anestesista e, assim, aumentar a segurança do paciente que está passando por uma cirurgia. Ter esse acesso aos dados de monitoramento de cada paciente é essencial para assegurar a segurança dos procedimentos cirúrgicos, a eficiência e a qualidade da assistência.
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Nesse post, você se aprofundou em um assunto tão importante como as healthtechs. Começamos com os desafios enfrentados na saúde mundial e no Brasil e, em seguida, apresentamos como a alta tecnologia pode solucionar vários desses problemas. Esperamos que as soluções apresentadas possam fazer parte do seu dia a dia como profissional da saúde.
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