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Febre amarela: qual o papel do médico em uma possível epidemia?

Febre amarela: qual o papel do médico em uma possível epidemia?

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde (MS) atualizou informações sobre a situação da febre amarela no país. No período de 1º de julho de 2017 a 6 de fevereiro de 2018, foram 353 casos e 98 óbitos pela doença. Até então, foram notificados 1286 casos suspeitos. Desse total, 510 foram descartados e 423 permaneciam em investigação. Ainda segundo o órgão governamental, todos os casos de febre amarela já registrados no Brasil são silvestres, ou seja, transmitidos por vetores que existem em ambientes de mata. Por diversos motivos, isso demonstra a baixa probabilidade da transmissão urbana no território.

Entre esses fatores, destaca-se a boa cobertura de vacina nas áreas de risco e uma vigilância muito sensível para detectar precocemente áreas de circulação do vírus, além das ações de prevenção dos profissionais de saúde. Nesse contexto, levando em consideração a importância da prevenção e do tratamento da doença, no post de hoje falaremos sobre a febre amarela e o papel do médico ao lidar com a doença. Continue a leitura e confira!

Entendendo a Febre Amarela

A febre amarela é causada por um vírus que pertence ao gênero Flavivirus (assim como o vírus da dengue), transmitido ao homem através da picada do mosquito Aedes Aegypit, no ciclo urbano, e Haemagogus e Sabethes no ciclo silvestre. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. A doença é endêmica nas áreas de florestas tropicais da América do Sul e África, podendo ocorrer sob a forma de surtos e epidemias e gerar impacto na saúde pública.

Assume duas formas epidemiológicas: na doença urbana, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica. Já na forma silvestre, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros do vírus da febre amarela e o homem é um hospedeiro acidental. O quadro clínico da febre amarela é bastante variado, desde assintomática e sintomas característicos de uma virose aguda até uma forma grave da doença. Os sintomas iniciais incluem febre, cefaleia intensa, mialgia, inapetência, náuseas, vômitos e fadiga intensa.

Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia, manifestações hemorrágicas (epistaxe, metrorragia, hematêmese, etc), oligúria, alterações nos níveis de consciência e, possivelmente, insuficiência múltipla de órgãos. O diagnóstico da enfermidade é feito pode ser feito por diversos meios:

  • histórico epidemiológico do paciente e de exames laboratoriais;
  • detecção do vírus via PCR ou imuno-histoquímica em amostragens clínicas ou de anticorpos no exame de sorologia.

Os materiais coletados devem ser encaminhados para os laboratórios de referência dos locais de ocorrência do risco.

Principais formas de tratamento

O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência do paciente, que deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas. Não devem ser utilizados anti-inflamatórios não-esteroidais e nem ácido acetilsalicílico (AAS).Casos leves podem ser tratados ambulatorialmente, desde que seja dada a devida orientação ao paciente quanto à necessidade de retorno ao hospital em caso sinais de agravamento do quadro.

Casos moderados requerem internação na enfermaria. Se a doença se agravar, o tratamento deve ser feito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para hidratação endovenosa e monitoramento intensivo. Desse modo, o médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

Papel do médico na prevenção da doença

Em primeiro lugar, o papel do médico incide no diagnóstico definitivo da infecção e nos casos graves. Nesse contexto, o médico deve conhecer todos os aspectos da doença para atuar na prevenção e conscientização dos pacientes, garantindo atendimento oportuno e a resolutividade do problema. Durante um surto de febre amarela, alguns desafios são apresentados aos profissionais de saúde, a saber:

  • oferecer assistência hospitalar de alta complexidade aos pacientes graves
  • vacinar, em curto espaço de tempo, grande número de pessoas a fim de controlar a infecção, evitando a expansão para áreas urbanas ou áreas infestadas por mosquitos e com baixa cobertura para a vacina da febre amarela.

Para a investigação e atuação em surtos e epidemias, é essencial levar em conta critérios como definição do caso, avaliação clínica e laboratorial, características epidemiológicas, diagnósticos epidemiológicos, entre outros. Ressalta-se que uma criteriosa avaliação de risco deve ser realizada, sendo sugerida ação semanal enquanto persistirem os casos humanos. Frente ao cenário epidemiológico apresentado no país, com um crescente número de casos, torna-se necessário qualificar e organizar os serviços de assistência prestada em todos os níveis.

A organização da rede de serviços de saúde é condição fundamental para o enfrentamento de uma epidemia. Dessa forma, percebe-se que o médico tem um papel essencial no contexto de avaliação de riscos e de intervenção para tratamento precoce da doença, a fim de obter resultados positivos e minimizar complicações. É importante que a população e os profissionais de saúde busquem informações seguras sobre o assunto. Visto que a febre amarela apresenta sintomas semelhantes a outros agravos, o profissional que atua em alguma área de risco deve ficar atento para sinais dos pacientes que procuram o serviço de saúde.

Destarte, a máxima atenção nesse momento de alerta é imprescindível para a qualidade do cuidado a possíveis pacientes infectados. Com o intuito de orientar os profissionais de saúde que atuam nas unidades básicas de saúde localizadas nas regiões de alta incidência, o Ministério da Saúde criou um Guia sobre a Febre Amarela para Profissionais de Saúde.

Conscientização e vacinação

A vacinação contra a febre amarela é a medida mais importante e eficaz para a prevenção e o controle da doença. A vacina, gratuita e disponível nos postos de saúde, deve ser aplicada 10 dias antes de viagem para áreas de risco de transmissão da doença. É contraindicada apenas para:

  • gestantes
  • imunodeprimidos
  • transplantados
  • pessoas com história de anafilaxia comprovada aos componentes da vacina (ovos de galinha, gelatina bovina e outros)
  • histórico de efeitos adversos graves em dose prévia da vacina.

A vacina é indicada e ofertada para todas as pessoas que vivem em áreas de risco reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), onde há casos da doença em humanos ou circulação do vírus entre animais. Para acabar com criadouros do mosquito transmissor da febre amarela urbana, deve-se intensificar as ações de combate, com identificação e eliminação de depósitos de água limpa e parada que estejam descobertos.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença é de notificação compulsória e imediata, por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional. Portanto, todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado por telefone, fax ou e-mail aos centros de vigilância epidemiológica das secretarias de saúde dos estados e municípios. O motivo do reaparecimento da doença ainda é desconhecido, apesar do crescente número de casos. Segundo especialistas, os desequilíbrios ecológicos estariam relacionados ao ressurgimento dessa virose silvestre.

Por fim, em situações de possível epidemia como a da febre amarela, os médicos precisam estar devidamente habilitados e qualificados para exercer a profissão, orientar e auxiliar as ações de modo eficiente. Para que desempenhem bem essas tarefas, devem obter todo o preparo necessário. Portanto, é imprescindível que esses profissionais aperfeiçoem suas competências e invistam em sua formação. Uma opção cada vez mais interessante são os de cursos de pós-graduação médica, como os oferecidos pela Faculdade IPEMED.

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