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22.3.2023
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Equipe Afya Educação Médica
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Fatores de riscos para doenças crônicas são hábitos de vida ou comportamentos individuais que favorecem o desenvolvimento das principais condições clínicas da atualidade.
Isso acontece porque ao longo do tempo foram surgindo terapias curativas e preventivas para doenças infectocontagiosas, melhorando esse cenário e proporcionando a epidemia das doenças crônicas não transmissíveis.
Por outro lado, alguns fatores de risco para doenças crônicas são comportamentais, que, teoricamente, são mais fáceis de modificar porque depende quase em sua maioria da ação do indivíduo.
Essas variáveis são bastante estudadas nos dias de hoje e contribuíram para o aparecimento de diversas doenças, inclusive câncer e outros transtornos neurológicos que se manifestam da vida adulta em diante.
O assunto é complexo e envolve a Medicina Preventiva e curativa. Porém, quanto mais informação verdadeira for divulgada, melhor é a percepção dos profissionais de saúde e do paciente em relação a esse problema.
Quer saber mais sobre esse assunto? Então, fique por aqui e aprenda mais!
As doenças crônicas são aquelas que perduram por muito tempo desde o diagnóstico, diferentes daquelas com características infectocontagiosas que possuem uma duração mais delimitada do problema.
As doenças crônicas não transmissíveis são aquelas que não contagiam outras pessoas pelo contato físico, secreções, perdigotos ou objetos contaminados, o que elimina as chances de propagação.
Todavia, a cronicidade de uma doença é um fator para complicações clínicas, reduzindo a expectativa de vida e impactando negativamente na qualidade de vida dos indivíduos acometidos.
Dependendo do tipo de doença crônica, o paciente deverá controlar os sintomas para o resto da vida, o que implica em viver com pequenas limitações e com mais disciplina para evitar desequilíbrio.
Exemplos de doenças crônicas não transmissíveis são hipertensão, diabetes, câncer, depressão, transtornos de ansiedade, distúrbios da tireoide, fibromialgia, entre outros que compactuam alguns fatores de riscos entre elas.
Essas doenças geralmente aparecem entre a fase adulta e o envelhecimento e estão diretamente ligadas a fatores de risco, ou seja, aqueles comportamentos que foram desenvolvidos nos anos anteriores que prejudicam a saúde física e mental.
Algumas pessoas têm a falsa noção de que alguns comportamentos não causarão problema e quando são diagnosticadas com doenças crônicas ficam perplexas e não entendem a relação causal. Por isso, sempre que possível, é importante educar os pacientes sobre os benefícios de manter hábitos saudáveis.
Exemplo disso é o paciente que se alimentou inadequadamente durante a vida inteira e não entende porque desenvolveu diabetes e hipertensão.
O surgimento de uma doença crônica normalmente é devido a um acúmulo de um ou mais fatores de risco que desencadeiam o desequilíbrio bioquímico, fisiológico, mental e social ao longo do tempo.
Por isso, é importante conhecer os fatores de risco para doenças crônicas, e orientar os pacientes a modificar alguns comportamentos e fazer exames clínicos periódicos (check ups) para detectar o problema em estágio inicial.
Os fatores de risco podem ser classificados em modificáveis e não modificáveis. Logicamente, esse último é devido ao perfil clínico do paciente e não teria o que alterar, mas superá-los de forma positiva.
A idade é um fator de risco para doença crônica não transmissível do tipo não modificável. Isso porque já se sabe que com o avançar da idade, é possível o aparecimento de diversas doenças agudas e crônicas.
A partir da 4ª década de vida é mais frequente a aparecimento de diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer, etc. Contudo, existem pessoas neste faixa etária que não desenvolvem as condições clínicas supramencionadas por manterem outros hábitos saudáveis.
A raça/etnia pode ser uma variável importante no desenvolvimento de doenças crônicas. Já se demonstrou que as pessoas negras são mais suscetíveis às variações da pressão arterial e com isso são mais suscetíveis a desenvolver hipertensão.
Pessoas da brancas, por sua vez, estão mais propensas ao diagnóstico de alguns tipos de câncer, especialmente o de pele, devido à falta de melanina em suas células da epiderme, causando grande preocupação nesses indivíduos.
A “genética” também é um fator de risco quando o indivíduo possui um gene mutado ou ausente que dificulta a metabolização de proteínas, enzimas e medicamentos, devendo ser avaliado por meio de exames específicos.
Má alimentação é um dos grandes vilões da atualidade, pois aumenta e piora as chances de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis em todas as faixas etárias de pacientes.
A má alimentação é aquela baseada em alimentos ultraprocessados, com alto teor de sódio e gorduras saturadas. Ou aquela com pouca quantidade e variedade de frutas, legumes e verduras além de grande consumo de bebidas calóricas.
A alimentação inadequada eleva os níveis de gordura visceral, aumenta a pressão arterial, sobrecarrega os vasos sanguíneos, coração e os rins, provoca resistência à insulina, entre outros malefícios à saúde.
Com a evolução tecnológica, a humanidade passou a se movimentar menos, o que impactou no aparecimento do sedentarismo. A ausência de prática ou atividade física é um grande problema da atualidade.
O sedentarismo associado à má alimentação ou consumo desregrado de alguns alimentos, aumentam as chances de desenvolver obesidade e problemas nas articulações e na realização das tarefas cotidianas pessoais e profissionais.
O indivíduo sedentário tem pouca mobilidade, capacidade cardiovascular diminuída, força muscular comprometida e mais flacidez, resultando em um corpo com grande percentual de gordura.
O ato de fumar está relacionado ao aparecimento ou favorecimento de mais de 30 doenças, incluindo diversos tipos de câncer. O tabagismo é um grande fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis.
A nicotina, substância presente no cigarro, destrói a parede interna do vaso sanguíneo chamada de endotélio, aumentando as chances de desenvolvimento de coágulos nos pacientes.
Os cigarros eletrônicos e outros tipos de fumígeros quando inalados causam destruição imediata da árvore brônquica, elevando as chances de vício e reduzindo a capacidade respiratória.
A ingestão de bebidas alcoólicas de forma exagerada é um dos fatores de risco para o aparecimento de diversas doenças crônicas, além de causar comprometimento hepático significativo.
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas aumenta a circunferência abdominal, podendo elevar a pressão arterial em longo prazo. Somado ao sedentarismo, o risco à saúde aumenta significativamente.
Ressalta-se que o consumo excessivo é aquele que ultrapassa 30 g por dia, conforme o teor alcoólico da bebida e da quantidade ingerida. Valores acima disso são preocupantes em qualquer faixa etária.
A rotina diária das pessoas está repleta de provações pessoais e profissionais. Por isso, o estresse já faz parte do cotidiano. O problema ocorre quando ele ultrapassa os limites aceitáveis.
O estresse contínuo libera os hormônios que possuem ação vasoconstritora, em especial cortisol e adrenalina, que aumentam a excitabilidade dos nervos e também aumento da pressão arterial, causando malefícios em longo prazo.
Além disso, a condição estressora crônica tende a baixar a imunidade, deixando o indivíduo mais propenso a desenvolver infecções agudas ou agravar as doenças crônicas não transmissíveis pré-existentes.
A pessoa que apresenta diagnóstico de doença crônica deve tomar cuidado para não adquirir outras condições clínicas que aumentam exponencialmente o risco de complicações.
Dentre as doenças crônicas que também são fatores de riscos destacam-se a hipertensão, diabetes, distúrbios de tireoide, hipercolesterolemia, doenças psiquiátricas, entre outras possibilidades.
Então, quando uma pessoa possui mais de uma doença crônica, o risco metabólico, fisiológico, mental e social é maior. Nessas situações é imprescindível o controle das variáveis clínicas para evitar novos diagnósticos.
A hipertensão é uma condição multifatorial causada por elevação crônica das medidas da pressão arterial (sistólica e diastólica) que traz diversas complicações para o paciente com este problema.
O diagnóstico de hipertensão pressupõe alterações na composição e funcionalidade dos vasos sanguíneos, dos rins, do coração e do cérebro. Então, quando a pressão arterial está cronicamente descontrolada, o paciente pode ter complicações nesses órgãos.
A hipertensão é um fator de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares, acidentes vasculares encefálicos e distúrbios renais, o que pode contribuir para elevar o risco de morte nesses indivíduos.
A diabetes é um distúrbio neuroendócrino decorrente da falta de insulina e consequente hiperglicemia, sendo que a do tipo 2 é está mais relacionada aos hábitos comportamentais inadequados.
Em geral, a diabetes do tipo 2 acontece em indivíduos obesos, sedentários e/ou com uma alimentação desequilibrada. Essas variáveis associadas otimizam a destruição das células do pâncreas que produzem insulina.
O desequilíbrio bioquímico causado pela má funcionalidade do pâncreas altera a viscosidade do sangue e pode elevar a chance de o paciente necessitar amputar os membros inferiores, entrar na fila do transplante de rim ou de córnea.
Os distúrbios da tireóide tais como o hipo e o hipertireoidismo causam diversos impactos na reações metabólicas: a baixa de hormônio pode comprometer a função cardíaca, enquanto o excesso pode gerar taquicardia, entre outros sintomas.
Pessoas com diagnóstico de hipotireoidismo podem ter dificuldade para metabolizar medicamentos e outras substâncias, além do desafio em manter os níveis hormonais dentro da normalidade.
Os indivíduos com hipertireoidismo apresentam problemas para normalizar as doses e metabolizam mais rápido algumas substâncias, o que pode gerar também uma subdose nos tratamentos.
A mudança de atitude é o primeiro passo para evitar o desenvolvimento das doenças crônicas. Para aqueles que já apresentam diagnóstico, a atitude mais correta é a disciplina para seguir as orientações dos médicos.
Nesse contexto, algumas mudanças comportamentais podem ser feitas imediatamente, como a melhoria da alimentação, enquanto outros requerem ajuda profissional especializada.
Portanto, descreveremos abaixo alguns cuidados essenciais para evitar as doenças crônicas não transmissíveis.
Engana-se quem pensa que se alimentar bem e melhor é mais oneroso. O famoso arroz com feijão e uma salada simples de tomate e alface é uma comida básica e nutricionalmente completa, além de bem aceita pelos brasileiros.
A questão é a grande praticidade em consumir alimentos ultraprocessados e pouco nutritivos e a dificuldade para o indivíduo de se organizar e elaborar comidas saudáveis e saborosas.
Todavia, em situações específicas é recomendável buscar ajuda com um nutricionista ou nutrólogo e buscar suplementação personalizada conforme as necessidades calóricas do indivíduo.
A atividade física é uma prática em que o paciente se movimenta e substitui pequenos comportamentos. Assim, ao invés de utilizar o elevador, opta-se pela escada ou torna a caminhada com o cachorro numa rotina.
O exercício físico é uma prática condicionada, recomendada e supervisionada pelo profissional de saúde e resulta em fortalecimento muscular, disposição e mais qualidade de vida ao paciente com doença crônica.
Nesse sentido, após uma avaliação personalizada, o profissional de saúde pode recomendar exercícios de baixo ou alto impacto, bem como esportes individuais e coletivos conforme a preferência e o perfil físico.
Além disso, a prática de atividade física associada à melhoria da alimentação também ajuda na perda de peso e na eliminação do sedentarismo, que são fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis.
Nos dias de hoje, a busca pelo equilíbrio mental é uma das premissas mais importantes no mundo. Isso porque, a incidência de doenças psiquiátricas tem aumentado significativamente nos últimos anos.
Nesse sentido, é preciso fazer uma autoanálise e descobrir os fatores desencadeadores do estresse e quais são os comportamentos relaxantes, para que sejam investidos constantemente.
Todavia, nos casos em que a ansiedade e o estresse estão atrapalhando o discernimento e a tomada de decisões, a busca por ajuda especializada é recomendada para evitar desfechos mais graves.
O melhor é sempre a prevenção!
Os fatores de risco para doenças crônicas estão ligados em sua maioria a hábitos comportamentais nocivos para o indivíduo e a comunidade como um todo. Por isso, pequenas mudanças podem trazer grandes resultados clínicos, econômicos e humanísticos, evitando o aparecimento de doenças ou controlando aquelas que foram previamente diagnosticadas.
Procure sempre educar os pacientes tendo em vista o bem-estar geral atual e futuro. A prevenção de doenças crônicas é essencial, já que muitas delas são também fatores de risco para outras.
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