Espirometria de incentivo: saiba como é feita

Jul 01, 2025 . 6 minutos de leitura
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A espirometria de incentivo é uma técnica que pode ser aplicada na recuperação de pacientes, reabilitação, prevenção de problemas e outras situações. Saiba mais sobre ela.

A função pulmonar de uma pessoa pode ser comprometida por diferentes condições clínicas e até mesmo por tratamentos e procedimentos, como cirurgias. Isso leva à necessidade de adotar técnicas como a espirometria de incentivo, que ajudam a melhorar a condição respiratória.

Esse método é muito utilizado, por exemplo, no pós-operatório de pacientes que passaram por cirurgias abdominais ou outras. Além de promover a recuperação, reabilitação e ainda trazer mais qualidade de vida para quem apresenta problemas respiratórios. Assim, é indicado em várias situações e neste artigo você vai saber mais sobre o assunto.

Continue lendo para entender o que é a espirometria de incentivo, a diferença dela para a prova de função pulmonar, como essa técnica é aplicada, quais são os seus benefícios, entre outras informações importantes.

O que é a espirometria de incentivo?

A espirometria de incentivo é uma técnica aplicada na fisioterapia respiratória. Trata-se de um método não invasivo que visa ajudar pacientes a melhorarem a função pulmonar, principalmente após cirurgias ou durante o tratamento de doenças respiratórias.

O principal objetivo da técnica é incentivar a respiração profunda do paciente, promovendo a expansão dos pulmões. Ou seja, ela induz a Inspiração Máxima Sustentada (SMI, na sigla em inglês). Com isso, monitoramos o fluxo e o volume do ar enquanto a pessoa respira, então, é possível restabelecer a capacidade assim como o volume pulmonar.

A espirometria de incentivo recebe esse nome justamente porque o paciente é incentivado a alcançar volumes específicos, fazendo uma respiração lenta e profunda. O equipamento utilizado na técnica fornece um feedback visual para a própria pessoa acompanhar o seu desempenho, contribuindo para conscientização dele sobre a importância de ter dedicação.

Quais são as diferenças entre espirometria de incentivo e prova de função pulmonar?

Tanto a espirometria de incentivo quanto a prova de função pulmonar são eficazes para avaliar a capacidade respiratória de um paciente. No entanto, estamos falando de técnicas distintas e que têm objetivos e métodos diferentes.

Como você viu, a espirometria de incentivo é adotada, principalmente, para promover a respiração profunda. É aplicada como técnica de fisioterapia nos pacientes para auxiliar na expansão dos pulmões.

Já a prova de função pulmonar é um exame mais abrangente que avalia diversos parâmetros respiratórios, como volume corrente, capacidade vital e fluxo expiratório. Ela fornece um diagnóstico detalhado sobre a presença de doenças pulmonares, como asma e DPOC, além de medir a eficiência do pulmão nas trocas gasosas.

Portanto, enquanto a espirometria de incentivo visa melhorar a função pulmonar por meio da fisioterapia, a prova de função pulmonar é indicada para diagnosticar e monitorar as condições respiratórias da pessoa.

Como a espirometria de incentivo funciona?

Para realizar as sessões de espirometria de incentivo é utilizado um dispositivo chamado espirômetro. Como dito, ele estimula o paciente a realizar respirações profundas e controladas. Durante o teste, a pessoa é orientada a inspirar lentamente pelo bocal do aparelho, que conta com um indicador visual, como marcações ou esferas.

Mas, antes, o paciente deve esvaziar os pulmões por completo, para então fazer a inspiração profunda. Enquanto ele respira, sua tarefa é alcançar um determinado volume pulmonar, o que será registrado pelos indicadores do espirômetro. Esse feedback visual motiva a manter a respiração prolongada.

O paciente recebe a instrução de segurar a respiração pelo maior tempo possível e por pelo menos 5 segundos. Em seguida, ele deve expirar também lentamente e descansar brevemente para então repetir o exercício, o que costuma ser entre 10 e 15 vezes.

Como esse exame é feito na prática?

No tópico anterior, apresentamos algumas informações que mostram como a espirometria de incentivo funciona. Mas vale conferir como acontece na prática a preparação do paciente e a execução da técnica.

Primeiro, a pessoa recebe orientações sobre o procedimento, como em relação à refeição antes das sessões e o modo como deve respirar. Em seguida, assume uma posição confortável, geralmente sentada.

O profissional explica como utilizar o dispositivo e dá início à primeira série, conforme explicamos:

  • o paciente exala completamente o ar dos pulmões;
  • inspira lenta e profundamente pelo bocal do aparelho;
  • acompanha seu desempenho pelo indicador;
  • tenta manter o fluxo de ar constante;
  • expira lentamente e descansa.

Depois de cada série, o profissional dá orientações para o paciente melhorar seu desempenho, visando aumentar o volume inspirado.

Quais são as indicações da espirometria de incentivo?

Essa técnica de fisioterapia respiratória é indicada, principalmente, nos casos em que é preciso promover a expansão pulmonar e prevenir complicações respiratórias. Portanto, uma das principais indicações é no pós-operatório de cirurgias abdominais ou torácicas, para prevenir atelectasias e outras complicações pulmonares.

Os pacientes com condições como DPOC e asma também podem se beneficiar da espirometria de incentivo por melhorar a ventilação pulmonar. Logo, a indicação se estende para quem está fazendo reabilitação pulmonar.

Além disso, evita o acúmulo de secreções pulmonares em pacientes acamados, assim como melhora a oxigenação do organismo. No caso das crianças, a indicação é para o encorajamento da respiração profunda, em especial após internações.

Outras indicações incluem:

  • recuperação após pneumonia;
  • pacientes com defeito pulmonar restritivo;
  • recuperação de lesões de costela;
  • doença neuromuscular que afeta a musculatura respiratória;
  • bronquite crônica;
  • lesão medular;
  • infecção pulmonar necrosante;
  • bronquiectasia;
  • fibrose cística.

Quais são os benefícios da espirometria de incentivo?

A espirometria de incentivo traz diversos benefícios significativos para a saúde respiratória. A começar pelo fato que ajuda a expandir os pulmões e a melhorar a oxigenação do sangue. Assim, evita a respiração superficial após cirurgias e reduz o risco de complicações, como atelectasias e pneumonia, que podem ocorrer em pacientes imobilizados.

Outro benefício é o aumento da conscientização do paciente sobre a sua própria condição respiratória. Esse acompanhamento da evolução e a compreensão contribuem para a maior adesão ao tratamento por ver os resultados positivos surgirem. O feedback visual motiva os pacientes a se esforçarem mais, promovendo um envolvimento ativo na recuperação.

Como o exercício é realizado diversas vezes por sessão, ele ainda contribui para o fortalecimento da musculatura respiratória, além de normalizar os padrões de respiração e promover um maior controle da ventilação. Assim, é uma técnica eficaz para a educação respiratória do paciente, a melhoria do condicionamento físico geral e traz ganhos para a qualidade de vida e a autoestima.

Não podemos esquecer que a espirometria de incentivo é uma técnica simples e de baixo custo. Portanto, pode ser facilmente implementada em diversos contextos clínicos, contribuindo para a reabilitação respiratória de forma eficaz e segura.

Quais são as classificações da espirometria de incentivo?

Na verdade, o que recebe classificação é o equipamento utilizado na espirometria de incentivo. Assim, temos os dispositivos orientados a volume e aqueles orientados a fluxo.

O Espirômetro de Incentivo Orientado a Volume (ISV) tem a função de medir o volume de ar inspirado pelo paciente, incentivando a inspiração até uma marcação específica. Geralmente, esse tipo de aparelho é utilizado em casos pós-operatórios.

Já o Espirômetro de Incentivo Orientado a Fluxo (ISF) tem por objetivo avaliar a velocidade do fluxo respiratório da pessoa. Então, existe um incentivo para manter a esfera suspensa no dispositivo, ou outras marcações que ele tenha. O aparelho pode ser utilizado em diferentes situações clínicas, como para pacientes com doenças respiratórias e em quadros pós-operatórios.

Ambos os dispositivos trazem o feedback visual para o paciente acompanhar seu progresso. A escolha de um ou outro vai depender da condição clínica da pessoa, assim como da preferência do profissional de saúde.

Vale ressaltar que a espirometria de incentivo não é uma técnica aplicada de forma exclusiva para tratar as condições respiratórias. Como você viu, estamos falando de um método fisioterapêutico e de acompanhamento dos pacientes, e que somado a outras terapias contribui de forma significativa para a recuperação, prevenção de problemas e a melhoria da qualidade de vida.

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