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1.7.2020
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O mercado de trabalho da medicina muda constantemente, conforme a sociedade e o mundo redor dela se transformam. Necessidades de saúde da população, descobertas científicas, remuneração, investimentos públicos e privados na área da saúde são apenas alguns fatores que influenciam a medicina e suas especialidades, bem como o mercado de trabalho ligado a ela. Analisar esses fatores torna possível descobrir quais são as especialidades médicas que estão em alta no momento entre os médicos. Vamos descobrir:
Já mostramos aqui no blog quais são as especialidades mais procuradas por médicos no país, conforme mostram os dados da Demografia Médica. A pesquisa mostra a quantidade de médicos generalistas ou com alguma especialidade distribuídos pelo país. A Clínica Médica tem a liderança na preferência dos profissionais que buscam especialização: 11,2% dos médicos brasileiros são especialistas na área. Ela é pré-requisito para diversas outras especializações, como cardiologia, neurologia e gastroenterologia. Em seguida vem a Pediatria, com 10,3% do total de profissionais. Os cirurgiões gerais representam 8,9% dos médicos brasileiros. Já a Ginecologia e Obstetrícia, responsável pela reprodução da mulher e pelos cuidados com o aparelho reprodutor feminino, conta com 8% dos profissionais da área médica.
Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia são as especialidades que mais têm profissionais no Brasil.
Em um país que sofre com a desigualdade de renda, os médicos são uma das categorias profissionais mais bem pagas do Brasil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do Governo Federal. Contudo, mesmo entre eles, há especialidades que pagam mais ou menos. Isso acontece por diversos motivos: oferta e demanda de pacientes, déficit de profissionais, custos operacionais, complexidade dos procedimentos médicos. Entre as especialidades mais bem pagas estão:
Se de um lado há muitos médicos procurando especializações em algumas poucas áreas da medicina, por outro lado algumas especializações sofrem com a falta de médicos. Esse fenômeno pode representar oportunidades de trabalho para o médico que busca uma fatia do mercado de trabalho menos disputada. Os dados da Demografia Médica revelam quais são essas especialidades:
Embora seja difícil fazer previsões sobre as especialidades que serão valorizadas no futuro, o site Medical Futurist, especializado em publicações sobre os avanços tecnológicos da medicina, tenta fazer análises sobre quais áreas podem se destacar nos próximos anos. Em artigo recente, os autores Bertalan Mésko e Eric Topol avaliam que o progresso de tecnologias como a velocidade de transmissão de dados pela internet, a inteligência artificial, dispositivos vestíveis com sensores, realidade virtual e automatização vão impactar de forma irreversível a medicina, o que pode gerar oportunidades para os médicos que buscam especializações com potencial de crescimento nos próximos anos.
É o caso da Medicina da Família e Comunidade, voltada para o atendimento preventivo. Essa área pode se beneficiar muito dos avanços científicos, uma vez que ficará cada vez mais fácil para os médicos acompanhar remotamente medições como pressão arterial, batimentos cardíacos, oximetria e níveis de glicemia coletados por aparelhos que os pacientes têm em casa.
A evolução da tecnologia de inteligência artificial e o aumento da capacidade de processamento de supercomputadores vão permitir a automatização de diversos processos dentro da Radiologia. Os especialistas da área deixarão de atuar na ponta, analisando imagens diariamente nos consultórios, para auxiliar os programadores a aperfeiçoar algoritmos computacionais que farão o trabalho automaticamente. Esse novo cenário pode fazer crescer a oferta de serviços de radiologia, reduzir custos e aumentar a demanda por novos profissionais tanto na rede pública quanto na rede privada.
A descoberta de novas técnicas de sequenciamento genético, mais baratas e rápidas, vão possibilitar tratamentos cada vez mais adiantados e personalizados para diversos tipos de cânceres. A computação em nuvem - tipo de processamento computacional remoto via internet - vai possibilitar ainda a análise de milhões de estudos científicos, dados e casos clínicos para o desenvolvimento de novos tratamentos e, potencialmente, a cura de muitas formas da doença. Oportunidade para a atuação de novos oncologistas na área de pesquisa médica e atendimento clínico.
A mesma tecnologia que vai auxiliar médicos da família a monitorar remotamente seus pacientes vai ajudar obstetras e ginecologistas a acompanhar a evolução da gravidez de suas pacientes, o que deve tornar cada vez mais acessível e barato o atendimento dessas mulheres. Embora ainda exista um longo debate ético sobre o tema, técnicas de sequenciamento e seleção genética vão permitir que pais e mães escolham características físicas dos filhos, como a cor do cabelo, dos olhos e sexo - questões que passam, fundamentalmente, pela atuação presente dos obstetras e ginecologistas.
Você já pensou em fazer uma especialidade? Quais fatores você levou em conta para tomar sua decisão?