Entenda o uso de canabidiol em pacientes com epilepsia

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A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta o cérebro e causa convulsões recorrentes. As convulsões são causadas por uma atividade elétrica anormal no cérebro que leva a uma mudança repentina no comportamento, movimentos, sensações e, às vezes, perda de consciência.

A epilepsia é um dos distúrbios neurológicos mais antigos conhecidos pela humanidade. Há registros de convulsões e epilepsia em textos antigos, como o código de Hamurabi da Babilônia, que data de cerca de 1700 a.C. Durante séculos, as pessoas com epilepsia foram estigmatizadas e muitas vezes consideradas possuídas por espíritos malignos ou punidas por crimes imaginários.

Contudo, somente no século XIX, o neurologista britânico John Hughlings Jackson começou a descrever a epilepsia como uma condição neurológica e a relacionar as convulsões à atividade elétrica anormal no cérebro. Desde então, houve muitos avanços no diagnóstico e tratamento da epilepsia, inclusive com o uso da cannabis medicinal.

Ao longo da história da cannabis medicinal, a planta da maconha vem sendo utilizada no tratamento de diversas condições de saúde. Acompanhe nosso artigo sobre o uso de canabidiol em pacientes com epilepsia.

Quais são os principais sintomas da epilepsia?

Os sintomas da epilepsia podem variar de acordo com o tipo de convulsão e podem incluir:

  1. Movimentos involuntários dos braços e pernas
  2. Perda de consciência
  3. Alterações sensoriais, como cheiros estranhos ou visão distorcida
  4. Dificuldade de fala ou confusão mental
  5. Perda de controle da bexiga ou do intestino

As convulsões podem ocorrer em qualquer momento e podem durar de alguns segundos a vários minutos. Após uma convulsão, algumas pessoas podem sentir confusão, cansaço ou dor de cabeça.

É importante lembrar que nem todas as convulsões são causadas pela epilepsia e que nem todas as pessoas com epilepsia apresentam convulsões. Algumas pessoas podem ter outros sintomas, como breves momentos de ausência, alterações de humor ou comportamento, ou movimentos repetitivos sem intenção.

Como a epilepsia pode ser tratada?

A epilepsia pode ser tratada de diversas maneiras, dependendo do tipo e gravidade da condição, da idade e saúde geral do paciente, e de outros fatores. Alguns tratamentos comuns para a epilepsia incluem:

  1. Medicamentos antiepilépticos: são o tratamento mais comum para a epilepsia e ajudam a controlar as convulsões. Existem muitos tipos diferentes de medicamentos antiepilépticos, e o médico escolherá o melhor para cada paciente. 
  2. Cirurgia cerebral: em alguns casos, a cirurgia cerebral pode ajudar a controlar a epilepsia removendo a parte do cérebro que causa as convulsões. Essa opção é considerada em casos específicos, após uma avaliação rigorosa.
  3. Estimulação do nervo vago: essa técnica consiste em estimular o nervo vago, que é uma via nervosa que liga o cérebro ao trato gastrointestinal. A estimulação do nervo vago pode ajudar a reduzir a frequência e intensidade das convulsões em algumas pessoas com epilepsia.
  4. Dieta cetogênica: é uma dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos que pode ajudar a controlar a epilepsia em algumas pessoas, especialmente crianças. Aqui o apoio da Nutrologia é essencial para uma alimentação que promova qualidade de vida.
  5. Terapias complementares: algumas terapias complementares, como acupuntura, musicoterapia, terapia ocupacional e fisioterapia, podem ajudar a controlar os sintomas da epilepsia.

Canabidiol e epilepsia

O canabidiol (CBD) é um composto encontrado na planta de cannabis que tem sido estudado como um possível tratamento para a epilepsia, especialmente em crianças com formas raras e graves da condição.

Alguns estudos preliminares sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir a frequência e gravidade das convulsões em pessoas com epilepsia. Por exemplo, em um estudo publicado no New England Journal of Medicine, crianças com a síndrome de Dravet, uma forma rara e grave de epilepsia, que receberam CBD tiveram uma redução significativa na frequência de convulsões em comparação com aquelas que receberam um placebo.

O mecanismo pelo qual o CBD pode ajudar a reduzir as convulsões ainda não é totalmente compreendido. No entanto, acredita-se que o CBD possa afetar os receptores de serotonina e o sistema endocanabinóide no cérebro, que estão envolvidos no controle da atividade elétrica e da excitabilidade dos neurônios.

Além disso, o uso de CBD para tratar a epilepsia deve ser supervisionado por um médico, pois podem ocorrer efeitos colaterais, como sonolência, diarreia e alterações nos exames de sangue.

Como o canabidiol vem sendo usado para controlar crises de epilepsia?

O canabidiol (CBD) tem sido estudado como um tratamento para a epilepsia, especialmente em casos de epilepsia refratária, ou seja, casos em que os medicamentos antiepilépticos convencionais não conseguem controlar as crises. O CBD é um dos principais compostos encontrados na planta de cannabis e pode ser encontrado em forma de óleo ou em cápsulas.

O CBD tem sido usado para controlar crises de epilepsia em crianças e adultos em várias partes do mundo, incluindo nos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa. Em muitos casos, o CBD é usado em combinação com outros tratamentos, como medicamentos antiepilépticos convencionais.

O CBD pode ser administrado por via oral em forma de óleo ou cápsulas. A dosagem recomendada de CBD varia dependendo da idade, peso, gravidade da epilepsia e outras condições médicas do paciente. É importante lembrar que a administração de CBD para tratar a epilepsia deve ser supervisionada por um médico, pois podem ocorrer efeitos colaterais, como sonolência, diarreia e alterações nos exames de sangue.

É importante destacar que o uso do CBD para tratar a epilepsia ainda é objeto de estudos em andamento e não é uma cura para a epilepsia. No entanto, em muitos casos, o CBD tem mostrado ser eficaz em reduzir a frequência e a gravidade das crises epilépticas em pacientes com epilepsia refratária.

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Neste post, você conheceu o uso do canabidiol em pacientes com epilepsia, suas indicações e cuidados necessários.

É importante lembrar que a terapêutica ainda está em fase de testes, de forma que é necessário cautela na prescrição. Como toda novidade, devemos ser críticos em sua utilização, agregando valor à promoção da saúde. Contudo, com os muitos estudos em andamento, já vemos resultados promissores.

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