Conheça a história da cannabis medicinal

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A cannabis medicinal é o uso da planta cannabis sativa (matéria-prima da maconha) para fins terapêuticos. Para tanto, é extraído o composto químico canabidiol (CBD), que possui efeitos relaxantes e analgésicos, separando-o do tetra-hidrocanabidiol (THC), substância tóxica e psicotrópica.

Dessa forma, é possível que apenas os ativos com real potencial terapêutico sejam utilizados na composição de medicamentos usados no tratamento de dores crônicas e agudas de caráter neuropático, insônia, bronquite, epilepsia, entre outras doenças e condições de saúde.

Acompanhe nosso artigo sobre a história da cannabis medicinal e conheça os principais usos da planta!

O que é o canabidiol?

O canabidiol é um dos principais elementos ativos da cannabis sativa, popularmente chamada de maconha. Conhecido também como CBD, o canabidiol é uma substância que age nos receptores do cérebro e impacta a comunicação dos neurônios.

Por suas características, o canabidiol tem efeito ansiolítico, antipsicótico e anticonvulsivante. Frequentemente, a substância é usada como um medicamento para tratar doenças degenerativas que afetam o sistema nervoso.

A administração oral é a forma mais comum de tomar o CBD e pode ser feita de duas maneiras:

  • Sob a língua: desta forma, ele entra na corrente sanguínea e seus efeitos começam em até 15 minutos;  
  • Ingestão: seja em goma, cápsula, comprimido ou óleo, quando engolido os efeitos tendem a demorar mais tempo para começar, porém podem durar mais tempo (até 4 horas).  

Como a cannabis foi descoberta?

A cannabis é conhecida por conter compostos psicoativos, como o delta-9-tetraidrocanabinol (THC), que é responsável pelos efeitos alucinógenos da planta. A descoberta da presença destes compostos na cannabis ocorreu no final do século XIX, o que levou ao desenvolvimento de estudos mais aprofundados sobre as propriedades da planta e seus efeitos sobre o organismo humano.

No entanto, a cannabis é usada pelo homem há milhares de anos, muito antes do seu estudo nos laboratórios. A sua primeira descrição documentada como uma planta medicinal remonta ao antigo Império Chinês, por volta de 2737 a.C. A partir daí, ela se espalhou por todo o mundo e foi utilizada por diferentes culturas para fins medicinais, recreativos e religiosos.

Como a cannabis começou a ser usada de forma terapêutica?

Na história da cannabis medicinal, o primeiro registro de uso da planta com fins terapêuticos, como já mencionado, foi no antigo Império Chinês. Na China antiga, a planta era utilizada para tratar uma ampla variedade de condições, incluindo dores de cabeça, dores musculares e distúrbios mentais.

Também em outras culturas antigas, como a Índia e Pérsia, até a Grécia e a Roma antigas há registros do uso da cannabis medicinal. Na Índia, era usada como um remédio para dor e ansiedade, entre outros problemas de saúde.

Ao longo dos séculos, o uso medicinal da cannabis espalhou-se para outras partes do mundo, incluindo a Europa Ocidental, onde foi incluída em vários livros de Medicina como tratamento para dor, inflamação e outras condições.

Como e quando a cannabis foi introduzida na Medicina?

Na Europa Ocidental, a cannabis foi incluída em livros de Medicina como tratamento para dor, inflamação e outras condições, e continuou a ser usada com fins terapêuticos até o início do século XX. No entanto, com o advento das políticas de proibição de drogas, o uso medicinal da cannabis foi questionado e interrompido.

Nos últimos anos, no entanto, houve um renascimento no interesse pelo uso da cannabis como tratamento médico, e muitos países passaram a permitir o uso medicinal da planta. Hoje em dia, a cannabis é amplamente estudada e utilizada como tratamento para uma diversas condições de saúde, incluindo dor crônica, ansiedade, epilepsia e doenças neurológicas.

Quais são as indicações de uso da cannabis medicinal?

A cannabis medicinal é usada para tratar uma ampla variedade de condições de saúde. Algumas das principais indicações incluem:

  • Dor crônica: a cannabis pode ajudar a aliviar a dor crônica associada a condições como artrite, fibromialgia e câncer.
  • Depressão e ansiedade: alguns estudos sugerem o tratamento da depressão e ansiedade com o uso de cannabis em pacientes deprimidos e com transtorno de ansiedade social ou transtorno de ansiedade generalizada.
  • Epilepsia: o uso da cannabis no tratamento da epilepsia, especialmente em casos de formas graves da doença que não respondem a outros tratamentos.
  • Doenças neurológicas: a cannabis pode ser usada como tratamento para doenças neurológicas, incluindo esclerose múltipla, distúrbios do movimento, mal de Parkinson e dor neuropática.
  • Náusea e vômito: a cannabis pode ser útil para tratar a náusea e o vômito associados a tratamentos como quimioterapia.
  • Glaucoma: a cannabis pode ajudar a aliviar a pressão intraocular elevada associada ao glaucoma, o que pode ajudar a prevenir danos ao nervo óptico.
  • Inflamação: a cannabis pode ajudar a aliviar a inflamação associada a condições como artrite e doenças inflamatórias intestinais.

Estas são apenas algumas das principais indicações para o uso da cannabis medicinal. No entanto, é importante destacar que ainda há muita incerteza em torno da segurança e eficácia da cannabis como tratamento médico, e muitos estudos adicionais são necessários para compreender completamente seus efeitos na saúde.

Além disso, é muito importante orientar os pacientes de que o uso da cannabis medicinal deve ser sempre acompanhado por um médico, especialmente se ele estiver tomando outros medicamentos ou se tiver condições de saúde preexistentes.

Quais foram os avanços na história da cannabis medicinal nos últimos anos?

Nos últimos anos, houve muitos avanços que marcam a história da cannabis medicinal, incluindo:

  • Maior acesso: a legalização do uso medicinal da cannabis em vários países e estados têm aumentado o acesso da população aos seus possíveis benefícios terapêuticos.
  • Estudos clínicos: há cada vez mais estudos clínicos sendo realizados para avaliar a eficácia da cannabis como tratamento para uma ampla variedade de condições de saúde.
  • Desenvolvimento de medicamentos à base de cannabis: vários medicamentos à base de cannabis, incluindo o Sativex e o Epidiolex, foram desenvolvidos e aprovados para o tratamento de condições específicas, como espasmos musculares em pacientes com esclerose múltipla e epilepsia, respectivamente.
  • Aumento da compreensão dos componentes da cannabis: a pesquisa tem aumentado a compreensão dos diferentes componentes da cannabis, incluindo canabinóides e terpenos, e sua relação com a saúde.
  • Legalização recreativa: alguns países e estados também legalizaram o uso recreativo da cannabis, o que pode aumentar a disponibilidade de produtos de alta qualidade para fins medicinais.
  • Aceitação pública: a aceitação pública da cannabis medicinal também tem aumentado, com mais pessoas buscando informações sobre seus possíveis benefícios terapêuticos e mais médicos dispostos a prescrever a planta como tratamento.
  • Cursos de aprimoramento: a partir das conclusões dos estudos clínicos e resultados dos medicamentos que utilizam canabinóides e terpenos, vêm surgindo cursos de aprimoramento sobre a cannabis medicinal para capacitar os profissionais da saúde. Assim, os médicos podem ter acesso ao conhecimento científico atualizado sobre os efeitos fisiológicos desses princípios ativos no corpo humano, suas particularidades farmacológicas e adequada prescrição clínica para o tratamento de diversas doenças e condições.

Em geral, houve muitos avanços no campo da cannabis medicinal nos últimos anos, e a pesquisa continua a avançar para entender melhor seus efeitos na saúde e como pode ser utilizada de forma segura e eficaz como tratamento médico.

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A cannabis foi descoberta há muito tempo atrás e desde então tem sido usada para diferentes fins, sendo que a sua primeira descrição documentada para uso terapêutico remonta ao antigo Império Chinês.

E apesar do retrocesso das pesquisas devido a políticas anti-drogas, os estudos mais recentes têm demonstrado um grande potencial da cannabis medicinal no tratamento de diversas condições de saúde. É importante frisar que no Brasil é necessária uma autorização de comercialização emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para vender tais compostos à base da planta da cannabis.

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