O que você sabe sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica. Confira mais detalhes sobre essa doença e esclareça suas dúvidas.
A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa rara. Tanto que aqui no Brasil ainda não existem dados epidemiológicos suficientes para afirmar com precisão a sua incidência. Porém, um estudo aponta que seja 0,4 pessoas por ano para cada 100 mil habitantes.
A estimativa é de que os casos dessa doença aumentem em 69% em 2040, comparando com os registros do ano de 2015. O fato é atribuído ao envelhecimento da população, uma vez que essa doença costuma ser mais prevalente em pessoas com idade entre 55 e 75 anos.
Pacientes que desenvolvem esse problema apresentam degeneração do sistema motor em vários níveis, e a expectativa de vida após o diagnóstico não é longa. Por isso, é fundamental oferecer suporte para eles e proporcionar um pouco mais de qualidade de vida.
Quer saber mais sobre o assunto? Então continue lendo e esclareça suas dúvidas sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica.
O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica?
A Esclerose Lateral Amiotrófica também é conhecida pela sigla ELA. Como você viu, trata-se de uma doença neurológica e degenerativa. Ela afeta o sistema nervoso de uma forma progressiva, causando paralisia motora de maneira irreversível. Isso acontece porque a doença atinge as células nervosas responsáveis pelo controle dos músculos.
Sendo assim, de forma gradativa, o paciente perde capacidades fundamentais para sobreviver, como seus movimentos, a fala, a deglutição e a respiração, o que leva à morte precoce. Geralmente, o óbito ocorre cerca de 3 a 5 anos depois do diagnóstico, mas alguns pacientes podem sobreviver por um período maior.
A ELA está junto do Parkinson e do Alzheimer entre as principais doenças neurodegenerativas. Um exemplo muito conhecido de paciente que enfrentou esse problema foi o físico britânico Stephen Hawking, que veio a óbito em 2018, em decorrência da ELA.
Quais são as principais causas de ELA?
As causas exatas da Esclerose Lateral Amiotrófica ainda não são bem conhecidas. Contudo, o que se sabe é que ela está relacionada com um defeito genético. Portanto, quando existem casos na família, são maiores as chances de a pessoa desenvolver a doença.
Além disso, acredita-se que a ELA pode estar relacionada a:
- doenças autoimunes;
- mau uso de proteínas;
- níveis elevados de glutamato no cérebro.
Nesse último caso, ocorre um desequilíbrio químico que provoca toxicidade para as células nervosas.
Por essas características, existem dois tipos diferentes da doença. O esporádico é considerado mais comum e não apresenta uma causa conhecida. O familiar é aquele associado ao histórico da família da pessoa, sendo um problema hereditário.
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Como a Esclerose Lateral Amiotrófica se manifesta?
A Esclerose Lateral Amiotrófica recebe esse nome em função dos efeitos que ela causa no organismo.
Esclerose significa endurecimento e cicatrização. Lateral porque esse processo ocorre justamente na porção lateral da medula espinhal. A palavra amiotrófica indica a fraqueza que o paciente começa a apresentar em função da perda de volume de tecido muscular, ou seja, ocorre a atrofia.
Nos pacientes acometidos pela Esclerose Lateral Amiotrófica há o desgaste ou a morte de neurônios, o que impede que eles enviem mensagens para os músculos. Com isso, em curto e médio prazo acontece o enfraquecimento da musculatura.
A ELA provoca a degeneração do sistema motor em diferentes níveis, sendo:
- bulbar;
- cervical;
- torácico;
- lombar.
Assim, a pessoa passa a apresentar contrações involuntárias e a incapacidade de realizar movimentos. Gradativamente, ocorre a piora desses sintomas. Os músculos do peito também param de trabalhar e o paciente sente dificuldade para respirar por conta própria. Esse conjunto de complicações o impede de cuidar de si e, posteriormente, leva ao óbito.
Como é feito o diagnóstico da ELA?
O início do diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica é feito por meio de exame físico e da análise clínica do paciente. Isso porque ele pode apresentar sintomas, sinais e deficiências que poderiam estar relacionadas a esse problema.
Os sintomas de ELA costumam aparecer depois dos 50 anos e incluem:
- gagueira;
- produção de baba;
- contrações e cãibras musculares;
- engasgos com facilidade;
- dificuldade para engolir e respirar;
- problemas de dicção;
- rouquidão e alterações na voz;
- perda de peso;
- cabeça caída;
- incapacidade para realizar tarefas rotineiras;
- perda de força;
- perda de coordenação muscular;
- tremores;
- espasmos;
- atrofia da musculatura.
Os pacientes também podem apresentar alterações no modo de andar, que se torna mais rígido ou desajeitado. Os seus reflexos se mostram comprometidos, e ainda ocorre dificuldade para controlar o riso ou o choro, problema chamado de incontinência emocional.
Contudo, a confirmação do diagnóstico é feita por meio de diferentes exames, como:
- testes de deglutição;
- punção lombar;
- estudos de condução nervosa;
- tomografia computadorizada;
- ressonância magnética;
- eletromiografia;
- teste respiratório.
Quando há casos de ELA na família, também poderá ser solicitado o teste genético. Além disso, exames de sangue são realizados com o objetivo de descartar outras doenças.
Quais são os tipos de tratamento para Esclerose Lateral Amiotrófica?
Assim como acontece com outras doenças neurodegenerativas, como a demência frontotemporal e o Alzheimer, até o momento, não existe cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica. Sendo assim, os tratamentos existentes são paliativos, ou seja, realizados apenas com o objetivo de promover mais qualidade de vida para o paciente e desacelerar a evolução da doença. Entretanto, é inevitável que isso aconteça.
Os pacientes têm a indicação de sessões de fisioterapia para melhorar o estado geral de saúde e a função muscular. Também podem ser aplicadas técnicas de reabilitação e indicado o uso de órteses ou de cadeira de rodas.
Os medicamentos contribuem para o alívio dos sintomas, como para reduzir os espasmos, as cãibras, diminuir a produção de saliva e auxiliar no controle das emoções, inclusive quando há depressão associada.
Existem também medicamentos que podem ajudar algumas pessoas na proteção das células nervosas, o que prolonga a vida por mais alguns meses. Outras intervenções poderão ser necessárias, como a indicação de medicamentos para controle da dor e cirurgia para melhorar o processo de deglutição. De toda forma, não existe um tratamento específico para ELA.
É possível prevenir a Esclerose Lateral Amiotrófica?
Perceba que ainda não são conhecidos fatores externos ou ambientais relacionados ao desenvolvimento da Esclerose Lateral Amiotrófica. Por isso, também não existe a indicação de medidas eficazes para fazer a prevenção desse problema.
Dentro desse cenário, a melhor estratégia é o diagnóstico precoce. Ele auxilia a garantir a sobrevida do paciente iniciando o tratamento quanto antes para que a pessoa tenha mais qualidade de vida.
Apesar dos desafios que os profissionais de Neurologia encontram para tratar pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, o que inclui a ELA. Também há o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para essa doença, o que auxilia os especialistas a proporcionarem um pouco mais de conforto para essas pessoas.
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