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Encontrando o equilíbrio entre benefícios e danos ao usar estatinas para a prevenção primária de doenças cardiovasculares

Encontrando o equilíbrio entre benefícios e danos ao usar estatinas para a prevenção primária de doenças cardiovasculares

Como toda intervenção em medicina é necessário pesar risco/benefício ao se prescrever um medicamento e com as estatinas não é diferente.

As estatinas tornaram-se medicamentos amplamente prescritos. Considerados, inicialmente, altamente eficazes em baixar o colesterol e bastante inócuos, houve um grande aumento em seu uso. Houve também um maior aprendizado. São drogas habitualmente seguras e bem toleradas, mas podem ter efeitos indesejáveis, como ocorre com todo fármaco. Sua prescrição deve ser individualizada, baseada no quadro clínico do paciente, levando-se em consideração: idade, sexo, fatores de risco (usar um dos escores de risco para Doença Cardiovascular, como o escore Global ou ACC/AHA), se é prevenção primária ou secundária (esta última sempre necessita estatina), o tipo de estatina, se é preciso uma potência maior. Como toda intervenção em medicina é necessário pesar risco/benefício ao se prescrever um medicamento e com as estatinas não é diferente, principalmente na prevenção primária. Foi realizado um estudo recente, na revista “Annals of Internal Medicine”, no sentido de recalcular o benefício das estatinas versus danos na prevenção primária, levando-se em consideração o escore de risco cardiovascular. O objetivo dos autores suíços era apresentar uma abordagem melhor para definir os ganhos líquidos das estatinas pela comparação de danos versus benefícios. Usando uma metanálise de estudos de prevenção primária e estudos observacionais selecionados, recalcularam o risco de doença cardiovascular em 10 anos no qual foi observado que as estatinas podem fornecer uma probabilidade de 60% de benefícios, levando em consideração outras variáveis relevantes, por exemplo, riscos do uso.

O tipo de estatina, a idade e o sexo pesam no cálculo do limiar de risco. Para homens com idade entre 40 e 44 anos, o limiar de risco de 10 anos foi de 14% contra 21% nos homens de 70 a 75 anos de idade. Para as mulheres, os percentuais limiares foram de 17% e 22%. Foi feita uma distinção entre estatinas de alta potência, a atorvastatina e rosuvastatina vs sinvastatina e pravastatina. Para as estatinas de alta potência, os benefícios foram calculados para se manifestarem em menores valores de risco em 10 anos. Embora a abordagem usada pelos autores seja válida, os pacientes incluídos nesta análise são de origem geográfica, étnica e genética ocidental. Para extrapolar essas observações para diferentes populações, os dados de populações não-caucasianas precisam ser coletados e reavaliados.

Dra. Marildes Castro

CRM: 13274-MG | RQE: 35865 e 35866