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Electroma: como a rede do corpo humano pode ajudar no tratamento do câncer

Electroma: como a rede do corpo humano pode ajudar no tratamento do câncer

A busca pelo tratamento do câncer é incessante e sempre surgem novos medicamentos e terapias que pretendem curar ou atrasar o avanço da doença. Nesse sentido, os cientistas estudam há décadas tudo o que engloba o funcionamento do corpo humano. Atualmente, o novo alvo de pesquisa é a electroma, — rede do corpo humano.

Explicamos: até agora três pilares: o proteoma (conjunto das proteínas), o genoma (com as informações do DNA) e a microbiota (ecossistema de microrganismos). Agora, surge um quarto pilar, a electroma, para o tratamento de câncer e outras doenças.

Continue lendo e entenda!

O que é electroma, a rede bioelétrica?

A electroma é um tipo de rede bioelétrica ou bioeletricidade que explica a maneira como as nossas células se comunicam entre si, ou seja, trata-se de um tipo de energia que percorre o organismo — de acordo com a divulgação de Sally Adee, especialista neste ramo e autora do livro We Are Electric (em português, “Somos elétricos”), lançado em fevereiro de 2023.

Como a electrona funciona no corpo?

A explicação do seu funcionamento foi dada à BBC espanhola pelo professor de biologia do câncer Mustafa Djamgoz, do Imperial College de Londres. Segundo ele, os elementos do corpo como sódio, potássio, magnésio, cálcio, cloro, zinco, entre outros, passam por reações químicas que separam seus átomos formando partículas eletricamente carregadas.

E os fluidos do organismo, como o sangue, a linfa e os líquidos que estão ao redor das células ou dentro delas estão cheios destes íons. Para que a rede elétrica biológica funcione, é necessário que os íons de carga oposta (positivos e negativos) se atraiam, enquanto os que têm a mesma carga se repelem.

Ao ler a explicação acima, você pode ter pensado no funcionamento de uma pilha. E está certo. No entanto, enquanto uma do tipo AA utiliza 1,5 mil milivolts, a corrente que passa pelo corpo humano é muito baixa: somente 70 milivolts.

Entretanto, e felizmente, esse pequeno valor já é suficiente para que a bioeletricidade do corpo cumpra o papel de fazer a comunicação entre as várias partes do corpo.

O especialista afirma que a rede bioelétrica do organismo funciona pelos mesmos princípios fundamentais aplicados a qualquer circuito elétrico, incluindo a lei de Ohm — a qual estabelece que tensão é igual à corrente elétrica, multiplicada pela resistência.

A diferença está na forma como se movem: a eletricidade tradicional passa por um núcleo condutor em um cabo, já os íons do electroma fluem pelas membranas celulares.

Como as membranas têm função de vedar os meios intra e extracelulares, para penetrarem nelas, os íons precisam atravessar um tipo de comporta — proteínas denominadas “canais iônicos”, as as quais estão incrustadas na membrana (imagem). Assim, ao fluírem por tais canais, a condução elétrica é produzida.

Imagem: Vecteezy - em azul, a membrana celular e em rosa e verde, as proteínas com canais iônicos

Como a electroma funciona no corpo?

O corpo humano é composto por vários sistemas complexos, como o sistema nervoso, o circulatório, o muscular, entre outros. Juntos, eles mantêm o funcionamento adequado dos seus sistemas e processos fisiológicos.

Conexões elétricas

Para isso, a ligação entre esses sistemas é feita por conexões elétricas e químicas. As principais delas são denominadas sinapses neuronais que permitem que os neurônios transmitam sinais elétricos e químicos para se comunicarem uns com os outros.

Além disso, as células do coração também são conectadas eletricamente por meio de junções gap, permitindo que elas se contraiam em sincronia e criem o ritmo cardíaco.

Conexões químicas

As conexões químicas também são importantes na comunicação do corpo humano. Assim, hormônios, neurotransmissores e outras substâncias são liberadas por glândulas e células corporais para enviar mensagens químicas a outras células.

Essas mensagens regulam diversas funções corporais, como o humor, a fome e a sede, bem como a resposta a estímulos externos, como o estresse.

Como usar a electroma para tratar o câncer?

No tratamento do câncer, a electroma recebeu o nome de eletroquimioterapia, uma técnica que usa pulsos elétricos para aumentar a permeabilidade das membranas celulares, para que as células cancerosas absorvam mais facilmente a quimioterapia, aumentando sua eficácia.

Essa técnica está sendo utilizada em diferentes tipos de câncer, incluindo:

  • carcinoma de células escamosas,
  • carcinoma hepatocelular,
  • melanoma,
  • sarcomas,
  • entre outros.

Mas como funciona exatamente? Os pulsos elétricos são aplicados por meio de eletrodos que são colocados no tecido alvo. A quimioterapia é controlada antes ou imediatamente após a aplicação dos pulsos elétricos, a fim de que as células cancerosas absorvam a maior quantidade possível do medicamento.

A eletroquimioterapia é considerada uma técnica segura e eficaz, com baixas taxas de complicações e efeitos colaterais. No entanto, nem todos os pacientes são candidatos a este tipo de tratamento. Por isso, é importante discutir todas as opções de tratamento disponíveis com o seu paciente.

O tratamento contra o câncer se torna possível, por ser uma doença que acontece quando as células deformadas nascem, crescem e se propagam descontroladamente, explica o professor.

Então, os canais iônicos são fundamentais para tratar a doença, pois agem controlando a proliferação e a forma como as células migram. Nesse sentido, esses canais, sobretudo os de cálcio, são capazes de "fechar" as comportas elétricas celulares ao bloquearem outros, mais especificamente os de sódio, os responsáveis por causar uma “excitação elétrica” responsável pelo crescimento do tumor maligno.

Quais são as previsões para o futuro?

Além do tratamento de alguns tipos de câncer, a tecnologia eletromagnética aplicada à área da saúde é usada de diversas formas, como em tratamentos de doenças musculares, estimulação cerebral profunda, terapia de campo magnético pulsado, entre outras.

Novas pesquisas sempre exploram novas possibilidades de aplicação da tecnologia eletromagnética em outros campos da Medicina. Portanto, espera-se que futuramente, os especialistas entendam o grande potencial da bioeletricidade, aumentando o interesse pelo uso da eletricidade na Oncologia.


Nesse artigo, você leu várias informações importantes sobre uma nova descoberta no tratamento do câncer, a electroma que funciona por meio da "rede do corpo humano". Esperamos que você tenha compreendido esse tema fundamental para a saúde mundial!

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