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8.3.2024
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Mesmo com um mercado de trabalho ainda dominado por homens, as mulheres têm conquistado o seu espaço cada dia mais na Medicina.
Ao longo dos anos, foram muitos os desafios: do machismo estrutural aos estereótipos ora imputados ao gênero, passando pelo acúmulo de funções e tarefas e, ainda, pela desvalorização quanto ao trabalho desempenhado por elas em hospitais e clínicas mundo afora.
O que não quer dizer que não há motivos para comemorar.
Isso porque a trajetória das mulheres na Medicina conta com algumas importantes conquistas, realizadas por grandes nomes, que não podem passar despercebidas.
Ao contrário, devem ser sempre recordadas para que sejam fonte de inspiração, mudanças e luta.
É sobre isso e sobre os principais desafios para o futuro da mulher na Medicina que trata o mais novo e-book da Afya Educação Médica: “Mulheres na História da Medicina: os principais desafios e conquistas de médicas do Brasil e do mundo”.
Com depoimentos de especialistas do corpo docente da Afya Educação Médica, o material traz, ainda, dados sobre o panorama atual das mulheres na Medicina e uma linha do tempo inédita e especial com as principais personalidades femininas na história da Medicina mundial.
“A Medicina é uma arte que, às vezes, precisa de um olhar mais sensível em muitos aspectos, e a mulher - de uma maneira geral, é claro, a gente não pode fazer regras ou generalizar - consegue isso, ela consegue entender o lado do outro. O sentimento, as dores. Eu acho que o papel da mulher na Medicina é extremamente importante. Tanto para Medicina, como para a Medicina da Mulher. Todo trabalho e reconhecimento que a mulher consegue ter, abre caminhos”, opina a Dra. Tatiana Prado Wanderley, médica militar, endocrinologista e metabologista, e professora da Afya Educação Médica.
A Dra. Larissa Prado da Fontoura concorda.
Médica e fonoaudióloga, com mestrado em Saúde Coletiva, pós-graduação em Pediatria pela Afya Porto Alegre e atual residente do programa na universidade FEEVALE, a profissional acredita que essa empatia maior nas mulheres faz toda a diferença para a carreira médica das mesmas.
“As mulheres na minha opinião, em comparação com os homens, muitas vezes têm maior resiliência, empatia, conseguem ter um olhar mais humanizado do paciente. As mulheres buscam ser desafiadoras, buscam sair da área de conforto e mudar uma Medicina que há anos tinha o mesmo formato. Acho que a luta das mulheres para ocupar seu lugar dentro da Medicina vem junto com competência, com muito estudo, muita pesquisa e muita garra para fazer dos cuidados mais humanizados e igualitários”, conta.
Uma escalada constante. Assim podemos definir a situação atual das mulheres na Medicina. Elas têm ganhado em presença, em espaço, em oportunidades, e o principal: em números.
Em uma década, o número de médicos especialistas no Brasil cresceu por volta de 85%, segundo a sexta edição da Demografia Médica no Brasil 2023, produzida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da USP.
Atualmente, são quase 500 mil médicos em todo o país, e a previsão é que, ainda em 2024, o número de médicas mulheres ultrapasse o de homens, com elas ficando com o percentual equivalente a 50,2% da categoria.
“Nas faculdades de Medicina, onde as turmas eram predominantemente masculinas, a primeira turma que era feita, em sua maioria, por mulheres, foi a que eu cursei, em 2001, na Unicamp. De 110 alunos, nós éramos mais que 50% da turma. E, se você olhar nas faculdades tradicionais hoje, esse papel já ficou 50%”, comenta a Dra. Raquel Ramos Richetti, ginecologista com ênfase em Uroginecologia e professora da Pós-Graduação em Ginecologia Ambulatorial da Afya Educação Médica.
Endocrinologista e professora da Afya Educação Médica, a Dra. Amália Lucy Telles compartilha do mesmo sentimento: “vejo uma progressiva feminilização da profissão, hoje se formam muito mais mulheres que 30 anos atrás. Há mulheres ocupando cargo de direção de departamentos, hospitais, reitoria e cargos de chefia, então cada vez menos o sexo é uma barreira para se galgar sucesso e liderança na profissão “.
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