6 doenças mais comuns em mulheres

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A população feminina desempenha um papel fundamental na sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico, social e cultural. Por isso, precisamos cuidar da saúde delas, em especial, dando a devida atenção às doenças comuns em mulheres para reduzir sua incidência.

Atualmente, as mulheres representam mais de mais de 5,6 bilhões de pessoas. Essa parcela significativa enfrenta desafios únicos em relação à saúde, sendo suscetível a diversas patologias que impactam sua qualidade de vida e longevidade.

É fundamental compreender as nuances das doenças que mais afetam as mulheres e, assim, trabalhar em direção a estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento. Então, elaboramos este material para conversarmos um pouco sobre o assunto. Continue lendo e confira!

1. SOP

A SOP (Síndrome do Ovário Policístico) é uma condição ginecológica que afeta o sistema reprodutivo da mulher. Ela é caracterizada por um desequilíbrio hormonal que leva à formação de cistos nos ovários.

Os ovários normalmente produzem pequenos folículos que abrigam óvulos em desenvolvimento. Mas na SOP esses folículos podem não se desenvolver completamente, formando cistos.

Causas e fatores de risco

É considerada uma condição multifatorial, pois diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da SOP. A interação entre eles também pode variar de uma pessoa para outra.

Veja a seguir algumas das principais causas e fatores associados à SOP:

  • Genética: mulheres com histórico familiar da síndrome têm maior probabilidade de desenvolvê-la;
  • Resistência à insulina: o aumento nos níveis de insulina no sangue pode estimular a produção excessiva de andrógenos;
  • Hormônios: desequilíbrios hormonais e desregulação dos hormônios sexuais, como a progesterona e o estrogênio;
  • Inflamação: a inflamação crônica pode afetar a produção hormonal e a ovulação;
  • Estilo de vida: obesidade e falta de atividade física aumentam o risco de SOP;
  • Produção excessiva de insulina: em resposta à resistência à insulina, o corpo pode produzir mais desse hormônio, estimulando a produção de andrógenos pelos ovários.

Sintomas de SOP

Além da presença de cistos nos ovários, a SOP está associada a outros sintomas, que podem variar em gravidade e incidência. Logo, nem todas as mulheres apresentam todas as manifestações. Alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • irregularidades menstruais — ausência de menstruação (amenorreia) ou menstruação abundante;
  • hiperandrogenismo — aumento dos níveis de hormônios masculinos, levando a sintomas como acne, excesso de pelos no corpo (hirsutismo) e queda de cabelo;
  • resistência à insulina — que contribui para o desenvolvimento de diabetes tipo 2;
  • ganho de peso — dificuldade para controlar o peso ou obesidade.

Formas de tratamento

O tratamento varia dependendo dos sintomas, podendo incluir:

  • mudanças no estilo de vida;
  • medicamentos para regular os ciclos menstruais;
  • controle hormonal;
  • em casos de infertilidade, intervenções específicas para auxiliar na concepção.

2. Câncer de mama

O câncer de mama se origina nas células mamárias, predominantemente nos dutos mamários ou nos lóbulos. Não só está entre as doenças comuns em mulheres como é o tipo de câncer mais recorrente entre elas em todo o mundo.

Causas e fatores de risco

Há uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais que contribuem para o desenvolvimento dessa condição. Aqui estão alguns dos fatores de risco e influências associados ao câncer de mama:

  • gênero e idade — a incidência aumenta com a idade;
  • histórico familiar — ter parentes de primeiro grau com câncer de mama aumenta o risco;
  • genética — algumas mutações genéticas, como BRCA1 e BRCA2, estão associadas a um risco mais elevado;
  • exposição a estrogênio — por menstruação precoce, menopausa tardia ou terapia de reposição hormonal por longo prazo;
  • hormônios reprodutivos — ter o primeiro filho após os 30 anos ou não amamentar pode aumentar o risco;
  • estilo de vida — consumo excessivo de álcool, obesidade e falta de atividade física;
  • lesões mamárias — mulheres que tiveram lesões mamárias têm um risco aumentado de câncer.

Sintomas de câncer de mama

Os sintomas podem variar, e algumas mulheres com a doença não apresentam sinais perceptíveis inicialmente. Algumas alterações que a mulher pode apresentar são:

  • nódulo ou caroço — é um dos sinais mais comuns. Esses nódulos geralmente são indolores, mas nem todos os caroços são cancerígenos;
  • mudanças na forma ou tamanho — podendo incluir inchaço em uma parte específica da mama;
  • alterações na pele — vermelhidão, descamação ou irritação;
  • mudanças no mamilo — retração, inversão ou alterações na textura da pele ao redor do mamilo;
  • secreção mamilar anormal — descarga de líquido, especialmente se for sanguinolenta;
  • mudanças nos linfonodos — inchaço dos gânglios linfáticos nas axilas ou ao redor da clavícula.

Formas de tratamento

O tratamento da doença pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e imunoterapia, dependendo do estágio e das características específicas do câncer.

3. Osteoporose

A osteoporose também está entre as doenças comuns em mulheres. É uma condição médica caracterizada pela perda de massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo. Resulta em ossos frágeis, porosos e menos densos, o que aumenta o risco de fraturas, especialmente nos quadris, coluna e punhos.

Causas e fatores de risco

Envolvem uma interação complexa entre diversos elementos. Podendo ser destacado:

  • envelhecimento a osteoporose é mais comum em pessoas mais velhas, pois a densidade óssea tende a diminuir com a idade;
  • menopausa — nesse período há redução dos níveis de estrogênio, que está associado à perda óssea;
  • genética — se membros da família tiverem osteoporose, há um maior risco;
  • hormônios — desequilíbrios hormonais, como baixos níveis de estrogênio;
  • baixa massa óssea na juventude — a quantidade de massa óssea alcançada durante a juventude pode influenciar o risco;
  • estilo de vida — como falta de atividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool e uma dieta pobre em cálcio e vitamina D;
  • doenças e medicamentos — uso prolongado de certas substâncias, como corticosteróides.

Sintomas de osteoporose

A osteoporose é frequentemente chamada de "doença silenciosa", pois pode não apresentar sintomas até ocorrer uma fratura. Os sinais incluem:

  • dor nas costas devido a fraturas vertebrais;
  • diminuição da altura;
  • fraturas recorrentes.

Formas de tratamento

O tratamento visa reduzir a perda óssea, fortalecer os ossos e prevenir fraturas. Assim, pode incluir medicamentos, suplementos de cálcio e vitamina D, além de mudanças no estilo de vida, como exercícios de fortalecimento e uma dieta adequada.

4. Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome clínica que causa dor crônica generalizada e sensibilidade aumentada em áreas específicas do corpo. Além da dor, pode envolver uma variedade de sintomas físicos e cognitivos.

Causas e fatores de risco

As causas da fibromialgia ainda não são totalmente compreendidas. Não há uma única causa identificável, mas diversos elementos podem contribuir para o desenvolvimento da fibromialgia, como:

  • genética, sendo as pessoas com parentes de primeiro grau que têm a condição;
  • disfunção e alterações em neurotransmissores;
  • eventos traumáticos, físicos ou emocionais e o estresse crônico;
  • algumas infecções virais ou bacterianas;
  • fatores hormonais, como alterações, especialmente em relação aos níveis de estrogênio;
  • distúrbios do sono, como a síndrome das pernas inquietas e a apneia do sono;
  • fatores ambientais, como exposição a ambientes estressantes e mudanças climáticas extremas;
  • idade, pois embora possa ocorrer em qualquer faixa etária, é geralmente diagnosticada entre os 30 e 60 anos.

Sintomas de fibromialgia

A fibromialgia é caracterizada por uma série de sintomas que afetam principalmente o sistema musculoesquelético. Mas também podem envolver diversos outros sistemas do corpo.

É importante ressaltar que a fibromialgia pode variar significativamente entre os indivíduos, e os sintomas podem se manifestar de maneira diferente em cada caso. De toda forma, veja alguns que ocorrem:

  • dor generalizada;
  • pontos de dor sensíveis;
  • fadiga;
  • distúrbios do sono;
  • problemas cognitivos;
  • dores de cabeça;
  • síndrome do intestino irritável;
  • dor na mandíbula;
  • ansiedade;
  • depressão.

Formas de tratamento

Essa é uma das doenças comuns em mulheres em que o diagnóstico é baseado na avaliação clínica dos sintomas. Isso porque não há testes específicos para confirmar a condição. Já o tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo:

  • medicamentos;
  • terapia física;
  • Terapia Cognitivo-Comportamental;
  • exercícios aeróbicos;
  • educação do paciente.

5. Depressão

A depressão é um transtorno mental comum que afeta o modo como uma pessoa se sente, pensa e lida com as atividades diárias. A gravidade dos sintomas pode variar, gerando casos leves e moderados até episódios mais graves.

Causas e fatores de risco

Embora esteja na lista de doenças comuns em mulheres, a depressão pode se desenvolver em qualquer pessoa. Contudo, não existe um único fator que cause o problema.

Afinal, influências genéticas, ambientais e comportamentais desempenham um papel significativo no desenvolvimento da doença. Assim, as causas variam entre as pessoas, podendo ser:

  • predisposição genética;
  • desequilíbrios químicos no cérebro, sendo alterações nos neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina;
  • eventos estressantes, como traumas, perdas, mudanças significativas na vida;
  • condições médicas, como doenças crônicas, distúrbios hormonais e problemas neurológicos;
  • uso de substâncias psicoativas, incluindo álcool e drogas;
  • exposição a ambientes adversos;
  • falta de apoio social;
  • isolamento social;
  • ter familiares com histórico de depressão;
  • personalidade da pessoa;
  • estilos de enfrentamento;
  • características psicológicas individuais.

Sintomas de depressão

Identificar os sintomas da depressão é essencial para uma compreensão profunda desta condição mental. Cada sinal emocional e físico desempenha um papel na abordagem do problema e no tratamento.

Cada pessoa pode apresentar manifestações diferentes em quadros depressivos. Inclusive porque existem tipos diferentes de depressão. De toda forma, podemos identificar alguns sintomas com maior frequência, são eles:

  • humor depressivo, com sentimento persistente de tristeza, melancolia, desesperança ou irritabilidade;
  • perda de interesse ou prazer por atividades que costumavam ser agradáveis;
  • alterações no sono, como insônia ou hipersonia;
  • fadiga e perda de energia, com sensação constante de cansaço e falta de disposição mesmo após repouso;
  • perda ou aumento do apetite, levando a mudanças no peso;
  • dificuldades cognitivas, como dificuldades de concentração, tomada de decisões e lapsos de memória;
  • sentimentos de culpa ou desvalorização;
  • autoavaliação negativa;
  • sentimentos de inutilidade;
  • culpa excessiva;
  • agitação ou retardo psicomotor;
  • inquietação física ou movimentos lentos;
  • lentidão de pensamento;
  • pensamentos suicidas ou tentativas de suicídio.

Formas de tratamento

A depressão é uma condição tratável. O tratamento adequado permite uma diferença significativa na qualidade de vida e na recuperação do paciente e pode incluir terapias, medicamentos antidepressivos, suporte social e mudanças no estilo de vida.

A abordagem dependerá da gravidade do quadro e da necessidade de cada pessoa. Assim, pode ser realizada por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, psiquiatra, nutricionista e educador físico.

6. Doença celíaca

A doença celíaca é uma condição autoimune crônica em que o sistema imunológico reage de forma exagerada aos alimentos que contêm glúten. Essa resposta imunológica desencadeia danos à mucosa do intestino delgado, interferindo na absorção adequada de nutrientes.

É uma das doenças comuns em mulheres, mas não ocorre apenas nelas. Afinal, pode atingir pessoas de ambos os sexos e diferentes faixas etárias.

Causas

A doença celíaca é desencadeada pela ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos à doença. Existem dois principais componentes necessários para o desenvolvimento da doença celíaca. Veja a seguir.

Genética

A predisposição genética desempenha um papel fundamental na doença celíaca. Pessoas com genes específicos, como os alelos HLA-DQ2 ou HLA-DQ8, têm uma maior suscetibilidade. No entanto, nem todas as pessoas com esses genes desenvolvem o problema, indicando que fatores ambientais também são necessários.

Exposição ao glúten

O fator desencadeante crucial é a exposição ao glúten na dieta. Quando uma pessoa geneticamente predisposta consome alimentos contendo glúten, o sistema imunológico responde de maneira anormal.

Fatores de risco

Ter um ou mais dos fatores de risco não garante o desenvolvimento da doença celíaca. A presença deles aumenta a probabilidade, mas a interação complexa entre genética e fatores ambientais ainda não é completamente compreendida.

Veja quais são os principais riscos.

Histórico familiar

Ter familiares com doença celíaca aumenta a probabilidade de desenvolver a condição. Nem todas as pessoas com histórico terão a doença, e ela pode ocorrer em indivíduos que não têm parentes com o problema.

Condições autoimunes

A doença celíaca está frequentemente associada a outras condições autoimunes, como diabetes tipo 1, tireoidite autoimune e doença de Addison. Se uma pessoa já tem uma condição como essas, ela pode ter um risco aumentado de desenvolver doença celíaca.

Idade de introdução de glúten

A introdução precoce ou tardia de alimentos que contêm glúten na dieta de bebês está associada a um aumento do risco. O contato com o glúten enquanto o sistema imunológico continua em desenvolvimento pode desencadear a resposta autoimune em pessoas geneticamente predispostas.

Sintomas de doença celíaca

As manifestações podem variar significativamente entre as pessoas afetadas, atingindo várias partes do corpo. Algumas podem não apresentar sintomas óbvios, de toda forma, eles incluem:

  • distúrbios gastrointestinais;
  • perda de peso não intencional;
  • desnutrição devido à má absorção de nutrientes;
  • sensação constante de cansaço;
  • falta de energia;
  • problemas dermatológicos;
  • aftas recorrentes;
  • alterações no humor;
  • distúrbios menstruais;
  • dor nas articulações e ossos;
  • dores de cabeça frequentes;
  • problemas de equilíbrio e coordenação;
  • problemas hepáticos;
  • disfunções da tireoide;
  • dificuldades de crescimento em crianças.

Formas de tratamento

O tratamento principal para a doença celíaca é a adoção de uma dieta rigorosamente livre de glúten ao longo da vida. A remoção completa da proteína é essencial para aliviar os sintomas, promover a cicatrização da mucosa intestinal e prevenir complicações a longo prazo.

As doenças mais comuns em mulheres exigem atenção à genética, hormônios e estilo de vida.

A conscientização, prevenção e cuidados regulares são vitais para promover a saúde feminina, principalmente durante a menopausa.

Agora que você conheceu as doenças mais comuns, aproveite para descobrir quais são as principais queixas de saúde entre o público feminino.

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