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20.6.2022
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A doença de Parkinson é uma morbidade de causa neurodegenerativa, com curso progressivamente lento, sem cura, que acomete indivíduos geralmente acima de 65 anos de idade.
É uma doença que, mesmo possuindo uma sobrevida com duração de décadas, há um grande impacto na vida do indivíduo acometido devido às interferências nas suas atividades de vida diária.
Atualmente não existe terapias neuroprotetoras, isto é, que modifiquem o curso natural da doença de Parkinson. Mesmo assim, há uma importância no diagnóstico precoce visto que há disponível na prática clínica amplo arsenal terapêutico, clínico e cirúrgico, possibilitando restaurar a qualidade de vida dessa população.
O espectro clínico da doença é amplo, apresentando a síndrome parkinsoniana como característica motora principal. O parkinsonismo é definido pela presença de bradicinesia além da presença de mais uma característica entre as três: tremor de repouso, rigidez e instabilidade de marcha.
A bradicinesia, característica sine qua non, é o decremento da amplitude e da velocidade do movimento. Pode ser manifestada através de:
O tremor, movimento oscilatório e em torno de um eixo ocorre em situações predominantemente em repouso. Uma característica importante é que o tremor na doença de Parkinson é assimétrico, isto é, costuma acometer preferencialmente um lado do corpo em relação ao outro.
Uma forma interessante de analisar esse movimento é solicitando ao paciente desenhar a Espiral de Arquimedes, podendo ser denotado o tremor unidirecional além de um desenho com tamanho menor do que esperado.
A rigidez é um aumento de tônus muscular com característica uniforme ao ser avaliado em manobra passiva dos membros. Esse sinal também assume qualidade assimétrica.
Por fim, a instabilidade de marcha – embora componha as características de uma síndrome parkinsoniana – está presente na doença em média após cinco anos do início da doença.
A doença de Parkinson não se limita apenas a sintomas motores, como também apresenta sintomas não motores que costumam ser menos visíveis. As características não motoras da doença também contribuem substancialmente para interferência na qualidade de vida dos indivíduos acometidos.
Sintomas como constipação intestinal, hiposmia, transtorno comportamental do sono REM e depressão podem se manifestar anos antes do surgimento dos sintomas motores.
Os sinais de alarme (também conhecidos como Red-Flags) podem sugerir patologias alternativas à doença de Parkinson, havendo necessidade de busca ativa durante o primeiro atendimento do paciente a fim de que o diagnóstico da doença, que é realizando de forma clínica, seja mais preciso.
Sinais de alarme para doença de Parkinson:
Danielle Calil
Médica formada pela Universidade Federal Fluminense em 2016. ⦁ Neurologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2020. ⦁ Fellow em Anormalidades do Movimento e Neurologia Cognitiva pelo Hospital das Clínicas da UFMG em 2021. ⦁ Atualmente, compõe o corpo clínico como neurologista de clínicas e hospitais em Belo Horizonte como o Centro de Especialidades Médicas da Prefeitura de Belo Horizonte, Hospital Materdei Santo Agostinho e Hospital Vila da Serra.
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