Você sabe como identificar e prevenir a doença de Chagas? Acesse o post e descubra mais sobre essa condição!
Apesar dos avanços nos tratamentos, as infecções parasitárias continuam sendo um desafio para a saúde pública, especialmente em regiões endêmicas. Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 6 a 7 milhões de pessoas estão infectadas com a doença de Chagas em todo o mundo, com aproximadamente 75 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco.
Essa infecção pode evoluir silenciosamente por anos, resultando em complicações graves. Por isso, a detecção precoce da doença é fundamental para direcionar o tratamento e prevenir sua progressão.
Continue a leitura e descubra os principais aspectos da doença de Chagas, desde a transmissão até o manejo clínico!
O que é a doença de Chagas?
A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Embora sua incidência seja mais alta em áreas rurais da América Latina, a globalização e a migração fizeram com que casos fossem identificados em diversas partes do mundo.
Como ocorre a transmissão?
A infecção pelo T. cruzi pode ocorrer por diferentes vias, sendo a transmissão clássica a mais comum. Nesse caso, o inseto barbeiro infectado pica a pessoa e, enquanto se alimenta, elimina fezes contendo o parasita. Ao coçar o local da picada, a vítima pode facilitar a entrada do protozoário no organismo por pequenas lesões na pele ou pelas mucosas, iniciando a infecção.
Além da via vetorial, a infecção pode ocorrer de outras maneiras, exigindo atenção especial para o rastreamento e prevenção:
- oral — ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com o parasita, geralmente devido à presença de barbeiros triturados ou suas excreções em sucos e outros produtos naturais;
- congênita — mulheres infectadas podem passar o T. cruzi para o bebê durante a gestação ou o parto;
- por transfusão sanguínea ou transplante de órgãos — apesar dos rígidos controles laboratoriais, ainda há risco de transmissão quando doadores infectados não são identificados;
- acidental — pode ocorrer em profissionais da saúde e trabalhadores que lidam com animais silvestres, quando há contato direto de mucosas ou feridas com material biológico contaminado.
Quais são os sintomas da doença de Chagas?
A doença de Chagas se apresenta de forma distinta a depender da fase. Contudo, a infecção pode ser silenciosa por anos, tornando o diagnóstico um desafio.
Fase aguda
A fase aguda, com duração de algumas semanas, pode ter sintomas como:
- febre prolongada (por mais de 7 dias);
- cefaleia e fadiga intensa;
- edema facial e de membros inferiores;
- chagoma (lesão inflamatória no local da picada do barbeiro);
- quando a porta de entrada é a conjuntiva ocular, pode ocorrer o sinal de Romaña (edema periocular unilateral associado à conjuntivite).
Fase crônica
Se não tratada inicialmente, a infecção pode evoluir para a fase crônica. Muitos pacientes ficam assintomáticos por anos, mas 20 a 30% desenvolvem formas graves, principalmente cardíacas e digestivas:
- a cardiomiopatia chagásica é a complicação mais temida, podendo levar à insuficiência cardíaca, arritmias ventriculares, bloqueios de condução e até morte súbita;
- o megacólon e o megaesôfago são as principais manifestações digestivas, levando a disfagia progressiva, regurgitação, infecções respiratórias por aspiração, constipação severa e risco de volvo intestinal.
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Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da doença de Chagas envolve a combinação de dados clínicos, históricos epidemiológicos e exames laboratoriais específicos. Contudo, o método diagnóstico depende da fase da doença. Na fase aguda, o diagnóstico é direto devido ao alto número de parasitas no sangue, detectados facilmente em esfregaços de sangue.
Além disso, o exame de tecidos, como linfonodos ou tecido cardíaco, também pode ser útil. A presença de sinais e sintomas característicos, como febre e chagoma, associados ao histórico epidemiológico, fortalece a suspeita diagnóstica.
Já na fase crônica, o diagnóstico é mais desafiador, já que muitos pacientes podem ser assintomáticos, o que exige um olhar atento do médico ao histórico e fatores de risco. Para confirmar a infecção, são usados testes sorológicos para detectar anticorpos contra o T. cruzi.
O método mais comum inclui imunoensaios enzimáticos (EIA), coloração por fluorescência indireta (IFA) e ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA). Caso o resultado seja positivo, é recomendada a realização de um teste confirmatório, como a radioimunoprecipitação (RIPA), ou ainda o exame microscópico das amostras de sangue, ou tecidos.
Como prevenir a doença de Chagas?
A prevenção da doença de Chagas, fundamental em áreas endêmicas, envolve eliminar o vetor, assegurar transfusões seguras e controlar a transmissão vertical.
Medidas de controle do vetor
O principal transmissor da doença de Chagas é o "barbeiro" (ou triatomíneo), que vive em habitações de áreas rurais. A prevenção começa com o controle desse inseto dentro das casas, usando inseticidas aplicados por profissionais especializados. Para evitar que o vetor se instale, é importante garantir a higiene das moradias e realizar reparos, como substituir telhados danificados.
Em áreas de risco, a instalação de telas e o uso de mosquiteiros podem ajudar a impedir que o barbeiro entre nas casas. Quando for necessário dormir em áreas endêmicas, o uso de mosquiteiros é fundamental. Além disso, durante atividades externas à noite, como caçadas ou pescarias, recomenda-se o uso de roupas protetoras e repelentes.
Segurança em transfusões e transplantes
A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou transplante de órgãos. Para evitar essa forma de contaminação, muitos países, incluindo o Brasil, realizam o rastreamento de doadores de sangue e órgãos, garantindo que o material não esteja infectado pelo Trypanosoma cruzi.
Existe tratamento para a doença de Chagas?
O tratamento depende de uma avaliação criteriosa do estágio da doença e das condições clínicas do paciente. Na fase aguda, o tratamento com benznidazol deve começar logo após o diagnóstico para reduzir parasitas e evitar complicações. O medicamento é distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde.
Já na fase crônica, o tratamento depende das complicações do paciente. O benznidazol pode ser usado em crianças até 18 anos e em adultos jovens sem comprometimentos graves, mas sua eficácia diminui com o tempo.
Se necessário, o nifurtimox pode ser uma alternativa, embora apresente efeitos colaterais significativos. Quando a doença de Chagas já causou complicações importantes, como problemas no coração ou no sistema digestivo, os medicamentos antiparasitários costumam ter menos eficácia.
Nesses casos, o tratamento se concentra em cuidar das manifestações já existentes, auxiliando o paciente a ter mais qualidade de vida e controle dos sintomas.
A doença de Chagas representa um desafio importante, principalmente por sua evolução silenciosa. Prevenção, diagnóstico precoce e cuidado adequado fazem toda a diferença para evitar complicações. Com mais atenção é possível proteger vidas e oferecer mais esperança a quem enfrenta essa infecção.
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