X Fechar
Em breve você receberá uma confirmação da assinatura da nossa newsletter por e-mail!
Oops! Algo deu errado, tente novamente.
Sem spam. Cancele a inscrição a qualquer momento.
Blog
Hipertensão arterial: quais as diretrizes para tratar?

Hipertensão arterial: quais as diretrizes para tratar?

De acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 24,7% da população das grandes capitais brasileiras foi diagnosticada com hipertensão arterial. O canal do Ministério da Saúde mostrou, também, que os idosos acima dos 65 anos são os mais afetados pela doença, representando 60,9% de todos os entrevistados.

Os dados dessa pesquisa assustam. Além de ser uma doença crônica grave, a hipertensão é um fator de risco para outras, como o diabetes, podendo levar ao infarto e outros problemas cardiovasculares. O problema é que, por diversos motivos, ainda pode ser complicado fazer um diagnóstico correto da doença.

Afinal, pode não ser algo permanente, e sim uma alteração momentânea da pressão, provocada, inclusive, pela presença do médico na consulta. Por isso, é necessário fazer uma análise completa do histórico do paciente e de todos os sintomas apresentados.

Para auxiliar os médicos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) disponibiliza um material completo com todas as diretrizes para o tratamento da hipertensão arterial. Continue lendo para saber mais!

Quais as causas e os fatores de risco para a hipertensão?

A hipertensão arterial é uma condição caracterizada pelo aumento nos níveis pressóricos, acima de 140 mmHg (sistólica) e de 90 mmHg (diastólica). Ela pode ser motivada por problemas metabólicos ou alterações funcionais dos órgãos, agravada por fatores de riscos. Além disso, pode estar associada a problemas como doença renal crônica, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, entre outros.

Como mostrou o levantamento da Vigitel, há uma predominância da hipertensão na população idosa. Também existe maior incidência nas mulheres e em pessoas de cor preta ou parda. Ainda não há uma explicação para esse fenômeno, porém acredita-se que seja de origem genética, juntamente com as condições socioeconômicas. Por sinal, os fatores genéticos, com o histórico familiar para a hipertensão arterial, são preponderantes.

No entanto, o estilo de vida pode ser um forte desencadeador, por conta dos maus hábitos. Entre eles, está a ingestão de álcool, o tabagismo, o sedentarismo e o consumo excessivo de sódio. O sal comum já é um vilão conhecido, uma vez que o consumo médio da população costuma ser duas vezes maior que o necessário, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

Como diagnosticar um quadro hipertensivo?

Quando um paciente chega com os sintomas de hipertensão (dor de cabeça e no peito, tonturas, visão turva e zumbido no ouvido) o primeiro passo é mesmo fazer a medição da pressão arterial. A SBC recomenda que esse procedimento seja realizado, pelo menos, a cada dois anos em adultos tidos como saudáveis e anualmente para quem tem uma pressão entre 120/80 mmHg e 140/90 mmHg.

O aparelho utilizado é o esfigmomanômetro, que pode ser manual, automático ou semiautomático. O exame pode ser feito com o apoio de um manguito, para apertar a circunferência do braço. Apenas nos casos em que haja suspeita de hipertensão arterial secundária, recomenda-se que a medição seja feita nos membros inferiores. Pelo fenômeno reconhecido como “síndrome do jaleco branco”, recomenda-se que a medição da pressão seja feita em ambiente calmo, tranquilo e por algumas vezes seguidas. Deve-se evitar conversar com o paciente durante o procedimento, que deve estar:

  • sentado;
  • com as pernas descruzadas;
  • com os pés no chão;
  • com as costas apoiadas;
  • com o braço na altura do coração;
  • a palma da mão deve estar virada para cima.

Caso o exame no consultório seja inconclusivo ou seja necessário um detalhamento maior, pode ser solicitado o exame da Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA) ou da Medição Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Durante 24 horas, são aferidas as variações de pressão ao longo do dia, conforme a rotina do paciente.

No entanto, só a MAPA é capaz de conferir a pressão no período do sono. Depois de realizado esse monitoramento, é preciso saber interpretar os resultados, de acordo com a rotina do paciente. Para tanto, deve-se comparar as atividades exercidas e anotadas por ele, comparando as variações da pressão arterial.

É necessário, também, considerar as condições físicas de cada indivíduo, como peso e altura, idade e outras condições preexistentes. Essas condições podem ser entendidas a partir da análise do histórico do paciente. Inclusive, esse é um fator decisivo para a definição do tratamento e a adesão a ele. Por isso, o ideal é conhecer a dieta, os hábitos e, principalmente, os casos de hipertensão na família.

Como tratar a hipertensão arterial?

Logo que a hipertensão arterial for diagnosticada, é necessário iniciar todo um processo de reeducação na vida do paciente. Isso porque é fundamental controlar os fatores externos que motivaram o problema, relacionados, principalmente, aos maus hábitos. Um dos primeiros pontos a serem resolvidos é o peso, uma vez que o sobrepeso e a obesidade, tanto em adultos quanto em crianças, podem aumentar consideravelmente a pressão arterial.

Nessa hora, é importante contar com o auxílio de um nutrólogo para auxiliar no tratamento. Deve ser desenvolvido um padrão alimentar específico, adequado às necessidades nutricionais de cada paciente.

No entanto, a Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) destaca o consumo de cereais integrais, carnes magras, oleaginosas, frutas e hortaliças, com a redução de doces, bebidas alcoólicas e, claro, do sódio. O sedentarismo, com a falta total de atividade física, tem sido considerado um dos maiores problemas de saúde pública no mundo e um dos principais fatores para a hipertensão arterial. Por isso, além da alimentação, a prática regular de atividade física, como caminhar, correr e pedalar, deve ser incentivada.

É preciso que haja uma mudança na rotina, com a adoção de escolhas mais saudáveis, como preferir subir escadas a pegar o elevador ou andar alguns quarteirões a usar o carro. Os exercícios físicos, também são muito importantes, pois ajudam a reduzir a pressão. Os mais recomendados são os aeróbicos, e os exercícios resistidos dinâmicos e estáticos, com a contração de segmentos corporais localizados.

O tratamento medicamentoso deve ser indicado quando o paciente não responde de forma adequada às mudanças na rotina. Assim, pode-se usar um medicamento sozinho ou uma associação. É importante considerar alguns pontos ao escolher uma molécula:

  • ter eficácia de curto e longo prazo;
  • ser eficaz por via oral;
  • ser bem tolerado pelo paciente (poucos ou nenhum efeito colateral);
  • não interagir com outros medicamentos;
  • ter várias dosagens efetivas;
  • tomadas reduzidas ao longo do dia (se possível, apenas uma).

Esse é apenas um resumo das diretrizes da SBC para o tratamento da hipertensão arterial. É muito importante ler o material completo e sempre consultar essas recomendações quando necessário. De qualquer forma, é bom avaliar as condições de cada paciente e tratá-lo de maneira única.

E aí? Gostou de conhecer as diretrizes para o tratamento da hipertensão arterial? Então, compartilhe nas redes sociais, para que outros colegas conheçam!