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Consulta de retorno: quando e como adotar?

Consulta de retorno: quando e como adotar?

Dentro da prática médica existem alguns assuntos que podem causar dúvidas tanto ao profissional de Medicina quanto ao paciente. Um deles é a consulta de retorno, que costuma gerar questionamentos sobre a sua necessidade, obrigatoriedade, frequência e custos. Você sabe em quais situações um paciente deve passar por um segundo atendimento no seu consultório?

Estar a par dos seus direitos e deveres quanto ao retorno médico é fundamental para oferecer um serviço de qualidade, focado no bem-estar das pessoas e que contribua para a construção de uma relação de confiança, fator imprescindível para um cuidado eficiente e mais humanizado.

Quer saber mais sobre esse tema? Neste post vamos abordar os principais pontos sobre a consulta de retorno. Confira!

O que é a consulta de retorno?

De acordo com a Resolução 1.958/10 do Conselho Federal de Medicina (CFM), mais especificamente no art. 1º, a consulta médica pode ser composta por seis etapas: a anamnese, seguida do exame físico, que permite a elaboração de hipóteses ou o fechamento do diagnóstico, e, se houver necessidade, a solicitação de exames complementares e a prescrição do tratamento adequado. O mesmo artigo prevê que a consulta pode ou não terminar no primeiro atendimento.

Portanto, o retorno médico consiste no segundo encontro que pode ser realizado com o objetivo de acompanhar a evolução do paciente, avaliar os resultados de exames solicitados, ajustar a linha terapêutica prescrita ou esclarecer dúvidas que tenham surgido na consulta inicial.

Como se difere da consulta convencional?

A consulta médica convencional e a de retorno se diferenciam em diversos aspectos, sobretudo, em seu propósito. Enquanto o encontro inicial busca coletar informações, fazer exame físico para chegar ao diagnóstico primário, a segunda visita possibilita o acompanhamento da resposta do paciente à terapia, identificação ou confirmação de suspeitas e revisão de prescrições.

Essa interação é considerada uma importante etapa no campo da Medicina para estabelecer uma relação de confiança, que favorece a compreensão mútua e reforça o compromisso com o bem-estar do paciente.

Como deve ser o retorno médico?

No que se refere aos termos legais, a resolução 1.958/10 do CFM também determina que esse processo é um direito do paciente a ser cumprido quando a primeira avaliação exige continuidade. Veja, a seguir, outros pontos aos quais você deve se atentar em relação à consulta de retorno para assegurar uma atuação médica dentro da lei.

Obrigatoriedade da segunda consulta

Embora a consulta de retorno esteja prevista por lei, é importante ressaltar que o médico não é necessariamente obrigado a realizá-la, devendo avaliar se realmente há a necessidade de acompanhar o paciente.

No entanto, essa decisão requer bom senso, além de partir do princípio de que a disponibilidade para um segundo atendimento ajuda a deixar o paciente mais a vontade e seguro e o estimula a seguir o tratamento corretamente.

Prazo fixado para o retorno médico

Não há um prazo definido de quando a consulta de retorno deve ocorrer, ficando a cargo do profissional de saúde determinar o período ideal. Na maioria das vezes, são aguardados 30 dias até o próximo encontro.

Para otimizar o tempo da consulta medica, é aconselhável calcular um prazo que permita observar os resultados dos cuidados iniciais ou abranja o tempo necessário para a realização de exames, por exemplo. Se você prescreveu terapias complementares, como fisioterapia, pode esperar o fim das sessões recomendadas para fazer uma nova análise.

Evite um intervalo muito grande entre uma consulta e outra, o que pode resultar em mudanças acentuadas no quadro clínico do paciente que podem ser difíceis de gerenciar, comprometendo a eficácia do tratamento.

Valor a ser cobrado

Uma das principais dúvidas quando o assunto é retorno médico é se ele deve ou não ser cobrado. A norma do CFM diz que a segunda visita não pode ser cobrada quando se caracteriza como um serviço de continuidade.

Porém, no caso de enfermidades que demandam monitoramento frequente, como câncer e doenças cardiovasculares, o médico tem autonomia para aplicar os próprios critérios de cobrança para definir os preços das consultas. Em um acompanhamento feito a cada seis meses, normalmente cada retorno é cobrado.

Você também pode cobrar pela consulta em períodos curtos, mas isso só é válido para situações específicas. Suponhamos que você pediu exames complementares ao paciente, mas ele não os agendou após 15 dias da data solicitada. Esse comportamento abre precedente para a exigência do pagamento.

É importante deixar claro que a cobrança indevida pela consulta de retorno fere a ética médica, podendo resultar em penalidades que variam de advertências até a cassação do seu registro profissional.

Número de retornos que podem ser solicitados

O número de vezes que o paciente pode solicitar a continuidade do atendimento não é limitado, tendo em vista que isso depende das necessidades específicas da sua condição de saúde. Porém, essa decisão é tomada pelo médico, com base na sua avaliação sobre o quadro atendido.

Quais são os deveres do paciente?

Há uma série de regras que os pacientes devem cumprir para ter direito ao retorno médico de forma gratuita. Primeiramente, é imprescindível que deixem a segunda consulta agendada logo após o primeiro encontro. Também é necessário seguir à risca as recomendações sobre medicamentos e realizar exames dentro do prazo de 15 dias.

Ademais, é exigido que acompanhe os resultados dos exames e os apresente na consulta. Por último, é essencial comparecer no dia e no horário agendados, evitando adiantamentos que afetem o seu tratamento.

Quais são os direitos do médico e do paciente?

Respeitar os direitos do médico e do paciente nesse processo é fundamental para garantir a satisfação de ambos. Para o profissional, cabe determinar a frequência e a necessidades dos retornos, além da duração da consulta, se embasando nas informações clínicas do indivíduo.

Já o paciente tem direito ao acesso adequado e oportuno à segunda visita para o monitoramento da saúde, revisão da assistência prestada e esclarecimento de dúvidas subsequentes.

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A consulta de retorno é mais que uma mera formalidade burocrática, trata-se de uma oportunidade para fortalecer a relação médico-paciente e otimizar os cuidados de saúde. A partir dela, você pode proporcionar desde diagnósticos mais precisos até terapias mais eficientes, potencializando o bem-estar daqueles que confiam nos seus serviços médicos.

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