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13.4.2017
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A carreira em medicina exige dom, vocação, dedicação e paciência, já que o curso dura no mínimo seis anos e é preciso continuar estudando mesmo após a graduação. Estar sempre se atualizando é fundamental na profissão e pode contribuir para o crescimento do profissional e seu destaque na carreira. Conheça alguns médicos brasileiros que podem te inspirar a também se destacar no ofício de cuidar das pessoas.
Adriana foi a primeira pesquisadora a comprovar a associação entre o vírus zika e a epidemia de microcefalia, doença que causa má-formação dos fetos. A obstetra, mestre e pós-doutora em parto, saúde materno-infantil e da mulher, trabalha em Campina Grande, no interior da Paraíba, onde atualmente faz atendimento gratuito. Centenas de mães se deslocam para a cidade fim de receber tratamentos capazes de amenizar possíveis consequências da microcefalia, como dificuldades de aprendizagem, locomoção, visão e audição.
A médica também participa da ONG Amigos do Peito, que oferece diagnóstico e tratamento de câncer de mama, do Instituto Engenheiro Apolônio Sérgio de Oliveira Melo, que cuida de idosos e tem participado ativamente do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika e de outras doenças.
A trajetória de José Eduardo Sousa, primeiro médico a fazer cateterismo no Brasil e criador do stent, se confunde com a história da cardiologia mundial. Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1958, fez especialização em cardiologia pediátrica pela Harvard Medical School e doutorado em cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Na Cleveland Clinic presenciou a realização pioneira do cateterismo e, em 1966, o maranhense foi o responsável por importar a técnica e fazer o primeiro exame no Brasil. Em 1999 entrou novamente para a história da medicina ao criar o stent, um implante de aço inoxidável inserido no coração via cateter. Desde 2002, José Eduardo Sousa já colocou stents em 5 mil pacientes e, em 2012, lançou um livro em que relata todas as operações, com o acompanhamento de cada caso, um dos mais completos trabalhos sobre o método.
Entre as centenas de homenagens recebidas, a que mais o emocionou foi o TCT Career Achievement Award, de 2003, em Washington, onde foi o 12º a receber o prêmio entre 10 mil de todo o mundo.
Filho de uma costureira e de um pedreiro, nascido na zona rural de Ipaussu, interior de São Paulo, José Osmar custeou o cursinho pré-vestibular fabricando parafusos para a indústria automobilística. Criou o serviço de transplantes no Hospital São Paulo, maior centro público de transplantes do mundo, que faz mil destes procedimentos por ano e transplantou mais de 12 mil pessoas pelo sistema público de saúde.
O médico ainda criou um sistema de estações para tratar os pacientes com eficiência, assim, a partir de melhorias simples no tratamento, o número de transplantados, que era de quatro por ano em 1983, chegou a mil. Desde 2005, o pesquisador se dedica também à orientação de estudantes de medicina de baixa renda e também ao desenvolvimento de programas para incentivar a doação de órgãos.
Em novembro de 2012 José Osmar recebeu um prêmio em Harvard pelas mãos de Joseph Murray, Nobel de Medicina em 1990 e primeiro médico a realizar um transplante de órgãos na história.
Angelita nasceu na Ilha de Marajó, filha de libaneses que vieram em busca de refúgio da guerra. Em 1952, entrou na USP e nunca mais a deixou, fazendo sua residência em cirurgia e construindo toda sua carreira na Universidade. Na década de 50, as mulheres enfrentavam dificuldades para ingressar na universidade e na carreira médica, indo normalmente para a ginecologia e obstetrícia.
Angelita optou pela cirurgia, área ainda hoje dominada por homens, e se tornou a primeira mulher cirurgiã da história da USP. Após a especialização em coloproctologia no St’ Marks Hospital de Londres, foi presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e fundou a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (ABRAPRECI).
Foi a primeira mulher a ser professora titular em cirurgia no departamento de gastroenterologia da USP, a primeira a se tornar membro honorário da American Surgical Association e a primeira médica latina-americana a integrar os membros honorários da European Surgical Association.
Mineiro de Belo Horizonte, Ivo Pitanguy fez faculdade de medicina na UFRJ e residência em cirurgia plástica nos Estados Unidos. Pitanguy trabalhou na implantação de vários procedimentos de cirurgia plástica e reparadora no Rio de Janeiro quando esta especialização ainda era incipiente no Brasil e pouco respeitada na medicina.
Possibilitou o acesso à cirurgia reparadora a inúmeros pacientes sem condições financeiras na Santa Casa do Rio e, em 1963, fundou a Clínica Pitanguy, centro de referência internacional em cirurgia estética e reparadora que já atendeu mais de 50 mil pacientes. Ao longo das décadas de 60, 70 e 80 o cirurgião criou um método matemático para acompanhar o envelhecimento da pele e demonstrou que o direcionamento de uma cirurgia da face deve ser o oposto do sentido do envelhecimento.
Pitanguy atendeu diversas celebridades e chefes de Estado e desenvolveu técnicas inovadoras em intervenções cirúrgicas que se tornaram padrão e são seguidas até hoje pelos cirurgiões. Ele detém o recorde mundial de operações de face liftings, cirurgia facial para tratar os sinais de envelhecimento da pele. O cirurgião se destacou também como escritor, tendo sido eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras em 1990 e o quarto a ocupar a cadeira 22.
Você já conhecia todos estes médicos? Qual mais te inspira? Faltou algum na lista? Conte pra gente nos comentários!