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7.3.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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A relação médico-paciente está ficando mais complexa a cada dia, exigindo respeito e conhecimento de comportamentos sociais por parte do profissional. Embora proporcione muitas oportunidades de aprendizagem, essa interação também apresenta desafios. Um deles é a adoção de uma comunicação não-violenta (CNV), fundamental para oferecer um atendimento acolhedor e de qualidade.
Isso porque é muito importante saber como atender pacientes, entendendo suas particularidades e suas necessidades. Mas esse entendimento não se limita ao quadro de doença apresentado. Ele deve abranger todo um contexto no qual a pessoa está inserida, que pode, inclusive, indicar eventuais causas de um determinado problema de saúde.
Quer se aprofundar no assunto? Então, continue a leitura para entender o conceito de comunicação não-violenta e seus princípios. Saiba também a importância da CNV no cotidiano profissional e como colocá-lo em prática com os seus pacientes. Confira!
A comunicação não-violenta (CNV) é um conceito desenvolvido pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg na década de 60. Ela se fundamenta na transmissão de mensagens de maneira pacífica, diminuindo possíveis interferências negativas. Seu principal objetivo é fortalecer as relações interpessoais, sem julgamentos, agressões, exaltação de voz ou ofensas.
Rosenberg desenvolveu esse modelo de comunicação visando amenizar o clima violento com o qual teve que conviver grande parte de sua vida. Mas os princípios nos quais ele se baseou funcionam para qualquer situação que envolva relacionamentos interpessoais.
A comunicação não-violenta se fundamenta em quatro princípios que ocorrem em diferentes momentos de um diálogo. Eles envolvem importantes aspectos como: observação, sentimento, necessidade e pedido. A seguir, entenda melhor cada um deles.
O primeiro princípio se refere à observação imparcial, sem julgamentos e sem levar nenhum comentário para o lado pessoal. Aqui, é importante analisar se o que está ouvindo ou vendo pode dizer respeito ao estado do paciente.
É importante identificar e admitir os sentimentos aflorados após o primeiro contato. Isso inclui o tom de voz, a forma de se expressar, a linguagem corporal, entre outros aspectos. Eles se referem a fatores que podem desencadear as mais diferentes interpretações e sentimentos.
Quais são as necessidades relacionadas aos sentimentos? Quais delas não foram atendidas?
Pedir em vez de “ordenar” é um dos fundamentos de uma comunicação empática e não-violenta.
A comunicação não-violenta é essencial na vida pessoal e profissional das pessoas. Na relação médico-paciente, ela garante um bom relacionamento com quem está sendo cuidado. Dessa forma, é possível compreender os pacientes em suas necessidades, sem julgamentos ou preconceitos.
Esse tipo de comunicação promove maior conforto ao receptor da mensagem em um diálogo com o profissional de saúde. Isso porque, dependendo do assunto envolvido, o paciente pode precisar expor algo íntimo de sua vida. Nesse caso, se a conversa não for conduzida de maneira cuidadosa e gentil pelo profissional, pode haver um desconforto para externar uma determinada situação.
Um dos principais benefícios da comunicação não-violenta é o estímulo a uma postura de empatia. Esse é um aspecto muito importante nas relações interpessoais, pois nos permite ver o mundo a partir dos olhos de outra pessoa.
A CNV promove um ambiente acolhedor, seguro e de troca, aumentando a probabilidade do paciente ter confiança em comentar sobre a sua vida e rotina. Isso fortalece o vínculo e melhora a adesão do paciente ao tratamento, criando um ciclo em que todos são beneficiados.
Com base nos princípios da comunicação não-violenta, a sua prática envolve desde uma escuta ativa até o modo como você faz solicitações ao paciente. A seguir, veja algumas dicas que podem ajudar nesse sentido.
Saber ouvir é a base para qualquer tipo de diálogo. Assim, para praticar uma escuta ativa é muito importante manter uma postura de acolhimento e empatia. O paciente precisa sentir que você tem um real interesse naquilo que ele tem a dizer.
É importante se expressar com cautela, adotando um tom de voz amigável e respeitoso, de quem realmente tem interesse em entender e resolver o problema apresentado pelo paciente.
Procure ouvir o paciente com atenção, colocando-se no lugar dele. Busque compreender os motivos para aquela condição de saúde considerando a vivência do paciente, e não a sua.
Ofereça um atendimento humanizado usando a empatia para entender melhor o que aflige o paciente. Muitas vezes, um detalhe pode ser identificado como uma das causas do quadro de doença apresentado.
Isso se torna ainda mais especial no atendimento a transgêneros, que deve ser realizado com respeito, atenção e com os recursos adequados para essa parcela da população. Para se aprimorar nesse sentido, você pode:
Por fim, adote uma argumentação positiva. Muitas vezes, o paciente pode ter um comportamento sabe-tudo ou impor condutas por trazer experiências negativas de outros atendimentos médicos.
Nesses casos, não é necessário impor nada, nem deixar claro que o médico é você. Em vez disso, mostre que ele pode confiar e que a relação entre vocês pode ser ótima. Além disso, procure fazer os pedidos com cautela, acolhimento e atenção.
Também é muito positivo justificar as atitudes necessárias para o tratamento. Dessa forma, o paciente consegue sair do consultório sabendo tudo o que precisa ser feito com base em conhecimento que você proporcionou a ele, de maneira clara e objetiva.
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Como visto, a comunicação não-violenta é fundamental para garantir uma boa relação médico-paciente. Adotá-la em sua organização de consulta diária pode significar a diferença para obter bons resultados nos tratamentos de saúde. Assim, esperamos que este conteúdo ajude a entender melhor sobre a importância desse aspecto para um atendimento médico mais humanizado.
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