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15.7.2018
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A medicina tem a fascinante característica de abranger uma complexidade de conhecimentos e ciência sobre o corpo humano, suas funcionalidades e morbidades. E por mais que a graduação e cursos de aprimoramento exijam muito estudo e dedicação, sabemos que é impossível dominar todos os aspectos de diagnóstico e saúde humana.
Nesse contexto, quando o seu paciente é médico e está do outro lado do consultório necessitando orientações, é comum surgirem dúvidas e inseguranças durante o atendimento, principalmente para médicos em início de carreira atendendo outros mais experientes.
Pensando nisso, elaboramos este post com dicas de como proceder no atendimento a colegas de profissão. Você vai perceber que elas são simples e totalmente aplicáveis, com o potencial de promover a melhor interação entre ambos. Confira!
A busca por oferecer um atendimento humanizado deve ser direcionada a todos os seus pacientes. Atitudes como conversar olhando nos olhos da pessoa, adotar uma escuta atenciosa e e um tratamento empático podem fazer toda a diferença na visão e desenvolvimento de confiança em qualquer consulta.
Independentemente da profissão ou status, as pessoas gostam de sentir que estão sendo examinadas detalhadamente e que o profissional da saúde realmente se preocupa com a sua situação clínica.
Além disso, a sua reputação como médico é potencializada, uma vez que você tenta entender as expectativas e anseios do outro profissional da saúde, que, na maioria das vezes, está passando por alguma situação de incômodo ou sofrimento. Ao colocar o paciente no centro da atenção ao cuidado ele se sente mais valorizado e a relação estabelecida é muito mais transparente.
Essa dica é estreitamente relacionada à primeira, pois também faz parte de um atendimento mais humanizado. Entretanto, quando o paciente é médico, ela tem uma importância ainda mais especial.
É natural que diante de outros médicos alguns recém-formados sintam vulnerabilidade ou hesitação quando precisam expressar suas considerações sobre a melhor conduta clínica a ser adotada. E a partir dessa insegurança, podem tentar demonstrar que sabem ou dominam determinados assuntos demasiadamente.
Esse tipo de atitude pode até gerar bons resultados quando é necessário externar seus conhecimentos para algum professor ou preceptor. No entanto, o cenário muda totalmente quando o paciente é médico.
É preciso lembrar que quem precisa ser escutado é o enfermo. Portanto, ficar tentando comprovar seu conhecimento cria uma situação desconfortável. Além disso, tenha em mente que, se o profissional está ali, é porque ele já confia em você e é desnecessário evidenciar isso.
Diante de todas as possibilidades de morbidades, investigação e acerto do diagnóstico, é comum e perfeitamente natural que médicos de diferentes níveis de experiência necessitem de segundas ou terceiras opiniões, dependendo do caso.
Portanto, não hesite em ser sincero, caso você deseje esclarecer seu raciocínio sobre determinados sinais e sintomas ou condutas a serem estabelecidas. O médico entenderá que o fato de buscar outra opinião é vantajoso para o sucesso do tratamento, considerando essa postura como uma atitude de zelo e dedicação com o quadro clínico.
Além disso, você certamente aprenderá com essa troca de conhecimentos, além de evitar que situações desagradáveis como o erro médico ocorram. A atuação clínica sempre deve prezar pela excelência no atendimento e cuidado, evitando quaisquer aspectos relacionados a alguma atitude equivocada ou irresponsável.
A personalização do atendimento é imprescindível e a experiência que os pacientes têm durante a consulta é o que determina a qualidade da assistência à saúde.
Dessa maneira, quando o paciente é médico, é interessante referir-se a ele como Doutor, com o objetivo de manter não somente o profissionalismo no atendimento, mas também a sensação de que ambos são colegas de profissão e se respeitam independentemente da relação médico-paciente.
Outro ponto interessante é o vocabulário que pode ser utilizado. A personalização do atendimento exige que o médico molde a forma de comunicação de acordo com o grau de instrução dos pacientes. Desse modo, é possível utilizar termos científicos e mais específicos, pois o profissional está acostumado com esse tipo de linguagem.
Já mencionamos neste artigo que é imprescindível ouvir o que o paciente tem a dizer, além de desenvolver a autoconfiança. O médico que procura pelo seu atendimento geralmente confia no seu trabalho e considerar isso potencializa a segurança no serviço de saúde prestado.
Mas não se esqueça de que o colega de profissão também apresenta um considerável histórico de estudos e vivência clínica, podendo discordar de você em relação à tomada de decisões em certas condutas. No entanto, isso não precisa ser considerado como uma questão negativa.
Quando esse fato acontecer, mantenha a postura profissional e a humildade. Tente explicar, de maneira amistosa, sobre suas considerações e estudos científicos sobre o assunto. Ademais, lembre-se da importância de estabelecer uma relação de confiança com o paciente, em vez de somente ser um conhecedor de doenças e protocolos.
Em qualquer tipo de prestação de serviço, seja ele na área médica ou não, o acompanhamento após a experiência proporcionada ao usuário é extremamente importante. Na medicina essas atitudes promovem a fidelização dos pacientes e criam uma relação de satisfação com esses indivíduos.
Se o paciente é médico, torna-se bastante relevante saber se o tratamento está sendo seguido adequadamente e se está gerando resultados. Acompanhar essas pessoas no período pós-consulta é uma estratégia para estabelecer uma comunicação eficaz, garantindo feedbacks importantes quanto à sua atuação.
Dialogue com o colega e busque alinhar os conceitos diante do quadro clínico estabelecido. Aproveite a oportunidade para discutir sobre a conduta adequada com uma pessoa que pode contribuir para o sucesso do tratamento de acordo com seu histórico e competência médica.
Como podemos observar, existem determinados comportamentos que favorecem o atendimento quando o paciente é médico, além de proporcionar mais firmeza ao serviço prestado. Em caso de qualquer dúvida, converse com médicos mais experientes e demonstre engajamento e humildade. Afinal, vocês estarão em prol de um mesmo objetivo.
E você, gostou das dicas do post? Já prestou algum atendimento no qual o paciente era médico? Se não, como procederia caso isso acontecesse? Interaja conosco e conte sua experiência nos comentários!