A atividade física é uma importante aliada no tratamento da fibromialgia. Saiba como orientar os seus pacientes a se exercitarem regularmente!
As dores generalizadas impactam profundamente o cotidiano de quem lida com essa condição, tornando tarefas simples em um grande desafio. Diante disso, é imprescindível entender a relação entre fibromialgia e atividades físicas, tendo em vista que se manter em movimento pode aumentar o bem-estar de seus pacientes.
Devido à dor crônica e à fadiga, muitas pessoas com esse diagnóstico sentem uma série de dificuldades na hora de se exercitar, fazendo com que abandonem a prática regular de exercícios. No entanto, com as orientações certas é possível superar essas barreiras.
Quer saber mais sobre como ajudar seus pacientes com fibromialgia? Neste post, vamos abordar dicas para orientá-los a praticar atividades físicas. Confira!
O que é fibromialgia?
A fibromialgia é uma patologia crônica caracterizada por uma disfunção na percepção da dor, afetando principalmente os músculos, tendões e ligamentos, o que resulta em uma sensibilidade aumentada aos estímulos dolorosos.
Trata-se de uma desregulação no processamento da dor pelo sistema nervoso central (SNC), levando a um estado de hipersensibilidade. O tratamento dessa enfermidade requer uma abordagem multidisciplinar, que combine estratégias farmacológicas e não farmacológicas.
Quais são os seus sintomas?
Comumente associada a uma série de manifestações clínicas que afetam diversos sistemas do corpo, a dor generalizada e a fadiga são os principais sintomas da fibromialgia. Quem sofre este mal geralmente esse incômodo como uma sensação de queimação ou dor muscular profunda, que pode variar em intensidade e localização, afetando principalmente a região cervical, lombar, ombros e quadris.
Além disso, muitos pacientes relatam alterações no sono, como insônia ou sono não reparador, o que contribui para a sensação de cansaço constante. O fenômeno de fadiga também é recorrente, impactando de maneira significativa na funcionalidade diária.
Distúrbios cognitivos, por vezes chamados de ‘’fibro fog’’, podem levar a dificuldades de concentração e memória, bem como à confusão mental.
Quais são as suas causas e fatores de risco?
Embora os mecanismos exatos ainda não sejam completamente compreendidos, sabe-se que a fibromialgia envolve uma interação complexa entre fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.
A comunidade científica também acredita que eventos traumáticos, estresse crônico, infecções e alterações hormonais podem atuar como gatilhos para o desenvolvimento ou agravamento da condição.
Ademais, é comum observar uma associação com distúrbios como depressão, ansiedade e outras síndromes de dor crônica, reforçando o papel da integração entre aspectos biológicos e psicossociais no surgimento da fibromialgia.
Quais são os tratamentos para fibromialgia?
O tratamento para fibromialgia é realizado de forma multidisciplinar, combinando desde a prescrição de medicamentos até a prática de atividades físicas. Uma vez que estamos falando de uma doença crônica e multifacetada, o manejo deve ser individualizado, considerando as necessidades e limitações de cada pessoa.
Abordagem farmacológica
O uso de medicamentos visa aliviar os sintomas da fibromialgia, especialmente a dor e os distúrbios do sono. Entre as opções mais utilizadas estão os antidepressivos, como os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina, que ajudam a modular a percepção da dor.
Os anticonvulsivantes também podem ser prescritos para controlar a hipersensibilidade à dor devido ao seu efeito sobre os impulsos nervosos. A escolha da medicação deve ser pautada na resposta individual e nos efeitos colaterais expressados por cada paciente.
Terapias psicológicas
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem mostrado resultados positivos no tratamento da fibromialgia. A partir dela, a pessoa pode entender e modificar padrões de pensamento e comportamento que podem exacerbar a dor e outros sintomas.
Estratégias para o controle do estresse, como técnicas de relaxamento e mindfulness, são essenciais, já que esse fator agrava a doença. Essas intervenções auxiliam na construção de uma percepção mais positiva e no fortalecimento da capacidade de enfrentamento.
Prática de atividades físicas
O exercício físico de baixo impacto, se praticado regularmente, ajuda a reduzir a dor, além de melhorar a flexibilidade, aumentar os níveis de energia, contribuir significativamente para a saúde cardiovascular, fortalecer os músculos e o equilíbrio. Dessa maneira, pode-se reduzir a sensação de rigidez, algo comum nesses pacientes.
Ao manter-se em movimento, o paciente também pode obter benefícios emocionais, pois libera endorfinas, substâncias naturais do corpo que atuam como analgésicos que elevam o humor, diminuindo as manifestações da ansiedade e depressão frequentemente associadas à patologia.
Educação e autocuidado
Educar o paciente sobre a fibromialgia é uma peça-chave no tratamento, permitindo que ele compreenda a natureza da doença e se sinta mais empoderado para gerenciá-la.
Nesse sentido, é importante recomendar o equilíbrio entre atividades e repouso, bem como práticas que melhorem a qualidade do sono.
Como orientar a prática de atividades físicas?
As atividades físicas exercem um papel fundamental no tratamento de pessoas com fibromialgia. Contudo, para que gere resultados eficazes, os exercícios devem ser realizados de modo adequado e adaptado às suas necessidades individuais. Veja, abaixo, como orientar os seus pacientes para que se exercitem de maneira segura, respeitando seus limites.
Recomende atividades de baixo impacto
As atividades de baixo impacto, como caminhada, hidroginástica, ioga, pilates e alongamentos, são altamente recomendadas, pois promovem a mobilidade e o bem-estar sem sobrecarregar as articulações e os músculos.
É importante que você indique uma atividade que seja prazerosa para o paciente, o que aumenta as chances de adesão a longo prazo, tornando o tratamento mais eficiente.
Incentive o início gradual e a progressão cuidadosa
É imprescindível que o paciente entenda a importância de iniciar os exercícios de forma gradual, aumentando a intensidade conforme a sua tolerância e o condicionamento físico evoluem.
Ressalte que o objetivo inicial não é alcançar alto desempenho, mas sim introduzir a prática de forma constante e sem causar desconfortos adicionais. Reforce, ainda, que pequenas conquistas são valiosas para manter a motivação.
Estimule a manutenção da frequência e regularidade
Oriente sobre a relevância de ter uma rotina regular de exercícios físicos, mesmo que em menor intensidade nos dias em que os sintomas da fibromialgia forem mais severos. Isso porque se exercitar com frequência é mais eficaz do que sessões intensas e esporádicas.
Aconselhe o acompanhamento profissional
Para evitar lesões ou demais situações que tragam prejuízos para a sua saúde, aconselhe o paciente a buscar acompanhamento profissional para se exercitar, como o fornecido por educadores físicos, fisioterapeutas ou instrutores especializados.
Esses especialistas poderão ajustar o plano de exercícios conforme a resposta do indivíduo, garantindo que os movimentos sejam realizados de maneira segura.
Quer continuar aperfeiçoando a sua prática médica?
A relação entre fibromialgia e atividades físicas é um aspecto crucial no manejo dessa condição. Com a prática regular de exercícios alinhados ao perfil do paciente, é possível diminuir a intensidade dos sintomas, o que traz melhorias para a saúde física e emocional, refletindo diretamente no aumento da sua qualidade de vida.
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