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5.1.2024
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A constipação intestinal é um problema comum que afeta uma grande parcela da população em algum momento de suas vidas. Para os médicos, entender as causas e as opções de tratamento é essencial para ajudar os pacientes a lidar com essa condição de maneira eficaz. Uma das opções de tratamento mais comuns são os laxantes.
É fundamental que os médicos compreendam os diferentes tipos de laxantes disponíveis, seus mecanismos de ação e os riscos associados ao uso frequente. Essa compreensão aprofundada permitirá uma prescrição mais criteriosa e personalizada, considerando as necessidades individuais do paciente e minimizando os potenciais efeitos adversos.
Quer saber mais sobre o assunto? Convidamos você a mergulhar nesse conteúdo enriquecedor. Boa leitura!
A constipação intestinal, comumente referida como obstipação ou prisão de ventre, é caracterizada pela dificuldade em evacuar as fezes ou pela evacuação infrequente, geralmente menos de três vezes por semana. Os sintomas incluem fezes duras e secas, dor abdominal, inchaço e desconforto. Embora seja uma condição comum, a constipação pode afetar significativamente a qualidade de vida de um indivíduo.
A constipação pode ocorrer devido a diversos fatores, e entender sua causa subjacente é fundamental para o tratamento adequado. Confira as principais causas que contribuem para o problema.
Suprimir o desejo de evacuar, muitas vezes devido à falta de banheiros acessíveis ou por razões sociais, pode levar ao desenvolvimento da obstipação.
A falta de fibras na dieta é uma das causas mais comuns de constipação. A fibra dietética é essencial para adicionar volume às fezes e promover a motilidade intestinal. Por isso, uma dieta pobre em frutas, legumes e grãos integrais pode levar a fezes duras e secas.
A ingestão insuficiente de líquidos pode levar à absorção excessiva de água nas fezes, tornando-as mais ressecadas e difíceis de evacuar.
A falta de exercício pode diminuir o movimento intestinal, contribuindo para a constipação.
Alguns medicamentos, como opióides, antidepressivos e anti-hipertensivos, podem causar obstipação como efeito colateral.
Distúrbios do trato gastrointestinal, como síndrome do intestino irritável (SII) e doença de Parkinson, podem contribuir para a constipação.
As mudanças hormonais e a pressão abdominal que ocorrem durante a gravidez podem levar ao intestino preso em algumas mulheres.
O envelhecimento natural do sistema digestivo é uma das causas de prisão de ventre em pacientes idosos.
Altos níveis de estresse e ansiedade costumam afetar a função intestinal e contribuir para a constipação.
O tratamento da constipação muitas vezes envolve o uso de laxantes, ou purgantes, para aliviar os sintomas e restaurar a regularidade intestinal. Existem vários medicamentos com essa finalidade disponíveis no mercado, e cada um deles atua de maneira diferente para promover a evacuação intestinal. Abaixo estão os principais tipos e como cada um deles funciona.
Os laxantes emolientes, como o óleo mineral, funcionam revestindo as fezes com uma substância lubrificante, tornando-as mais escorregadias. Isso facilita o movimento através do trato intestinal. Eles são indicados para casos de obstipação leve a moderada e para pessoas que precisam evitar esforço durante a evacuação.
Os laxantes formadores de volume aumentam o volume das fezes, tornando-as mais macias e fáceis de passar. Eles contêm fibras naturais, como psyllium ou metilcelulose, que absorvem água e formam um gel nas fezes, promovendo o movimento intestinal. Esses laxantes são úteis para pessoas com constipação devido à falta de fibra na dieta.
Os laxantes de agente de volume, como o cloreto de cálcio e o gluconato de cálcio, funcionam aumentando o volume das fezes, mas de maneira diferente dos laxantes formadores de volume. Não contêm fibras, mas incluem substâncias químicas que aumentam o volume das fezes.
Os laxantes osmóticos, como a lactulose, o polietilenoglicol (PEG), sais de magnésio e glicerol (mais comum na forma de supositório de glicerina), ou salinos, que contêm sais como o sulfato de magnésio ou o cloreto de sódio, funcionam aumentando a quantidade de água no intestino, amolecendo as fezes e estimulando o movimento intestinal. Eles são eficazes para tratar casos de constipação ocasional moderada a grave, bem como para preparação prévia a procedimentos médicos, como colonoscopia.
Os laxantes estimulantes, como o bisacodil e o senna, promovem a contração dos músculos intestinais e aumentam o movimento intestinal. São indicados para casos graves de constipação, pois são geralmente mais potentes e devem ser usados com cautela.
Alguns laxantes estimulantes locais, como o óleo de rícino, atuam diretamente nas terminações nervosas do intestino, promovendo contrações musculares e o movimento intestinal. São usados em casos agudos de constipação, mas também podem causar desconforto abdominal e cólicas.
Certos alimentos e ervas, como ameixas, figos, aloe vera e chá de sene, têm propriedades laxantes suaves e podem ser usados de forma ocasional para aliviar a constipação.
Embora os laxantes sejam eficazes no alívio da constipação, seu uso frequente ou inadequado pode resultar em riscos para a saúde. Veja, a seguir, quais os principais riscos associados ao uso frequente dessas substâncias.
É fundamental que profissionais de saúde saibam orientar os pacientes sobre como cuidar de sua saúde intestinal e abordar a constipação de maneira eficaz. Confira algumas recomendações que podem ser oferecidas aos pacientes.
Incentivar uma dieta rica em fibras, frutas, verduras, legumes e grãos integrais para promover a regularidade intestinal.
Recomendar a ingestão de água suficiente para manter as fezes hidratadas.
Incentivar a prática regular de exercícios físicos, pois isso pode melhorar o movimento intestinal.
Ensinar aos pacientes a importância de responder ao desejo de evacuar quando ele ocorre.
Para pacientes com constipação crônica relacionada a doenças do intestino ou outras condições médicas, buscar tratamento adequado para a causa subjacente é essencial.
Quando o uso de laxantes é necessário, orientar os pacientes sobre o tipo apropriado, a dose correta e a duração do tratamento. Além disso, é importante recomendar o uso desses medicamentos somente quando outras abordagens não forem eficazes.
Instruir os pacientes a monitorarem seus sintomas e relatarem qualquer preocupação ou piora à equipe médica.
Esperamos ter te ajudado a aprofundar seus conhecimentos sobre os tipos de laxantes!
A constipação intestinal é uma condição comum que pode ser tratada com eficácia por meio do uso adequado de laxantes e da implementação de mudanças no estilo de vida. Ao orientar os pacientes sobre como cuidar de sua saúde intestinal, os médicos desempenham um papel crucial na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos que sofrem de constipação.
É importante ressaltar que, em alguns casos, a constipação pode ser um sintoma de doenças mais sérias, como doenças inflamatórias intestinais, ou até mesmo câncer colorretal. Portanto, uma abordagem cuidadosa e uma avaliação médica minuciosa são essenciais para identificar possíveis condições subjacentes e garantir uma intervenção adequada.
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