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Como calcular a dosagem de CBD para seus pacientes

Como calcular a dosagem de CBD para seus pacientes

Você já ouviu falar sobre a dosagem de CBD? Esse assunto está ganhando cada vez mais espaço no mundo médico. E não é para menos! Em uma era na qual a Medicina não para de evoluir, o canabidiol, ou simplesmente CBD, extraído da planta Cannabis sativa, está se mostrando uma opção terapêutica que merece nossa atenção. E acredite, os resultados são promissores.

O seu potencial abrange diversas condições clínicas, desde a ansiedade até a epilepsia. No entanto, o sucesso do tratamento está relacionado à precisão na determinação da dosagem correta. E não se trata apenas de definir a quantidade de miligramas. Afinal, é importante fornecer uma atenção individualizada a cada paciente.

Por esse motivo, preparamos este artigo para fornecer uma abordagem abrangente sobre o assunto. Aqui, você entenderá tudo que precisa saber para ajudar na promoção da saúde e bem-estar dos seus pacientes. Boa leitura!

Veja um panorama do uso de canabidiol no Brasil e no mundo

O canabidiol é aquela substância encontrada na Cannabis sativa, mais conhecida como maconha. E acredite, ela tem sido o foco de muitas pesquisas ao redor do mundo.

E não é só papo de especialista: a Forbes destacou que as vendas de produtos com CBD nos Estados Unidos deram um salto impressionante. De modestos US$108 milhões em 2014, chegaram a US$1,9 bilhões em 2022. E uma curiosidade: os gummies e outros comestíveis são os queridinhos dos americanos quando o assunto é consumir essa substância.

No Brasil, a situação não é diferente. O marco regulatório da cannabis medicinal no país tem sido objeto de discussões intensas. De acordo com dados da Kaya Mind, uma referência em inteligência de mercado de cannabis, a regulamentação da substância no território nacional poderia criar 117 mil empregos e movimentar impressionantes R$26,1 bilhões em apenas quatro anos.

Além disso, a Anvisa deu o sinal verde em dezembro de 2019 para a venda de produtos à base de cannabis em farmácias. Até abril de 2020, mais de 35 mil brasileiros já tinham autorização para usar — ainda que isso represente apenas cerca de 0,017% da nossa população.

Com esse boom no interesse pelo CBD, fica a dúvida: como acertar na dosagem de CBD para garantir um tratamento seguro e, ao mesmo tempo, eficaz? Antes de responder a esta pergunta, vamos entender quais são os principais usos dessa substância.

Conheça as aplicações terapêuticas do canabidiol

No vasto campo da Medicina, poucos temas têm gerado tanta discussão e interesse quanto o canabidiol. Esse composto está redefinindo paradigmas e abrindo novos horizontes terapêuticos. Por isso, é fundamental que você esteja atualizado sobre o seu potencial e as suas principais aplicações. Acompanhe!

Epilepsia

O tratamento da epilepsia, especialmente suas formas refratárias, sempre foi um desafio. Estudos recentes, como o “O canabidiol no tratamento da epilepsia”, realizado em 2022, têm demonstrado que o CBD pode ser uma alternativa valiosa, reduzindo significativamente a frequência e a gravidade das crises em diversos pacientes.

De acordo com os autores da pesquisa:

“...é possível concluir que o canabidiol apresenta grande potencial terapêutico no tratamento da epilepsia, pois os estudos comprovam a importância do tratamento no qual se mostra promissor e eficaz, havendo assim a diminuição ou cessação das crises convulsivas em pacientes epilépticos, apresentando poucos efeitos colaterais, sendo estes considerados leves e toleráveis. Entretanto, é preciso ressaltar que são necessários mais estudos e pesquisas clínicas em um número elevado de pacientes epilépticos, para que sejam realizados testes em prol das propriedades farmacocinéticas do canabidiol”.

Ansiedade

O canabidiol está ganhando destaque para quem procura algo além dos tratamentos tradicionais para problemas psiquiátricos. Claro, os especialistas ainda estão pesquisando a fundo para entender todos os benefícios, mas os estudos já estão aí. Um deles, feito em 2019 e intitulado "Use of cannabidiol in anxiety and anxiety-related disorders”, sugere que a dosagem de CBD adequada pode ser uma grande aliada na luta contra a depressão e ansiedade.

Como resultado, os pesquisadores ressaltaram:

“O CBD foi administrado por via oral na forma de cápsula ou spray sublingual e como monoterapia ou terapia adjuvante. As doses variaram amplamente, com estudos empregando doses fixas de CBD variando de 6 mg a 400 mg por dose. Várias escalas de avaliação de ansiedade foram utilizadas nos estudos para avaliar a eficácia, com o CBD demonstrando melhores resultados clínicos entre os instrumentos. Em geral, o CBD foi bem tolerado e associado a efeitos adversos mínimos, sendo os efeitos adversos mais comumente observados fadiga e sedação.” — traduzido livremente.

Dor crônica

Sabe aquela dor que parece nunca ir embora? Muita gente passa por isso e busca alívio nos consultórios. E adivinhe: a prescrição de CBD tem sido uma aliada poderosa, principalmente contra dores neuropáticas e inflamatórias. E o resultado disso é a maior qualidade de vida para os pacientes.

Um estudo de 2023, chamado “Relação do uso do canabidiol na dor: uma revisão sistemática”, analisou o potencial do uso do CBD no tratamento desse problema. E os autores chegaram à conclusão de que ele não só alivia a dor, mas também melhora outros sintomas, fazendo uma diferença real na vida das pessoas.

Porém, o canabidiol tem se mostrado mais eficaz para dores neuropáticas e não tanto para pacientes oncológicos. E tem mais: para quem usa opióides, introduzir a dosagem de CDB adequada tem ajudado a reduzir e até cortar esses medicamentos.

Como conclusão, os autores do estudo ressaltam que:

“A utilização do canabidiol para manejo da dor é uma terapêutica promissora, a qual vem atraindo cada vez mais pesquisas para si, porém ainda se faz necessária uma compreensão mais aprofundada de seu uso prolongado e mecanismos de ação. Como futuras pesquisas, destaca-se a necessidade de mais estudos que abordem a utilização do canabidiol para manejo da dor crônica e analisem os efeitos nos pacientes a longo prazo, uma vez que a maioria dos estudos existentes ainda não demonstram sua eficácia prolongada”.

Dada a relevância do tema, é essencial abordar a questão da dosagem de CBD. Afinal, a determinação precisa da dose é fundamental para garantir a eficácia do tratamento e minimizar possíveis efeitos adversos. Como sempre, cada paciente deve ser acompanhado de maneira individualizada, por meio de uma abordagem baseada em evidências.

Confira a importância da dosagem correta de canabidiol

No universo médico, a precisão é fundamental. Dessa forma, quando falamos do canabidiol, esse aspecto se torna ainda mais importante. Afinal, estamos lidando com uma substância que, embora promissora, ainda é objeto de estudos e pesquisas.

Por que a dosagem é tão importante?

Como profissional da saúde, você certamente entende a importância da dosagem correta em qualquer tratamento. E o canabidiol não é exceção. Uma dose subterapêutica pode não alcançar os resultados desejados, enquanto uma superdosagem pode acarretar efeitos adversos.

E, como você sabe, cada paciente tem um perfil metabólico e necessidades terapêuticas distintas. Assim, a prescrição de CBD exige uma abordagem individualizada, com ajustes e monitoramento contínuo.

Quais os riscos da dosagem incorreta?

A administração inadequada do CBD pode resultar em uma série de complicações. E ainda existe a possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas, especialmente se o paciente estiver tomando outros medicamentos.

Além disso, a superdosagem pode trazer tontura, boca seca ou até alterar o apetite do paciente. Estar bem informado e por dentro das dosagens e efeitos colaterais não é só uma questão de atualização, é garantir o melhor para quem confia em seu cuidado.

Saiba como fazer uma prescrição

No campo médico, a cautela é uma virtude. E quando falamos de prescrição de canabidiol, essa prudência ganha um peso ainda maior. Afinal, estamos diante de algo promissor, sem dúvida, mas que exige um entendimento aprofundado para que seja usado da maneira mais segura e efetiva possível. Veja algumas recomendações de como realizá-la de maneira adequada!

Inicie com uma dose baixa

Quando se trata de iniciar um tratamento com CBD, começar devagar é o caminho. Para aqueles que nunca tiveram contato com canabinóides, uma dose inicial mais baixa é o ideal. Assim, tanto você quanto o seu paciente podem ficar de olho e ajustar a dosagem conforme as reações e os efeitos forem surgindo.

Conheça os fatores que influenciam a dosagem

A dosagem de CBD não é uma ciência exata e vários fatores podem influenciar a quantidade ideal para cada paciente como:

  • peso corporal: assim como muitos medicamentos, quanto o paciente pesa pode influenciar a dosagem de CBD. Aqueles mais pesados podem requerer uma dose mais alta para alcançar os efeitos desejados;
  • metabolismo: que é único em pessoa. Algumas, metabolizam medicamentos mais rapidamente que outras, o que pode afetar a eficácia e a duração do canabidiol no sistema;
  • gravidade da condição médica: a dosagem de CBD pode variar dependendo do nível de risco da condição que está sendo tratada. Condições mais graves podem exigir doses mais altas para gerar maior alívio ao enfermo.

Veja as recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM)

Aqui no Brasil, quando falamos de prescrever CBD, temos regras claras a seguir. E não é à toa que essa substância tem ganhado espaço: muitos pacientes relatam melhoras impressionantes após começar a usar.

No universo amplo e dinâmico da Medicina atual, o canabidiol vem se destacando, especialmente em casos desafiadores de epilepsia que não respondem ao tratamento padrão. Por isso, você, que está na linha de frente do cuidado, precisa estar por dentro e em sintonia com as orientações de órgãos como o CFM. Conheça alguns protocolos utilizados!

Seleção dos pacientes

No mundo médico, a prescrição de CBD tem um foco bem específico: pacientes pediátricos e adolescentes que enfrentam a dura realidade da epilepsia resistente, mesmo após tentar todas as alternativas terapêuticas convencionais. E essa classificação de "resistente" não é algo simples. Ela é baseada nos rigorosos critérios da International League Against Epilepsy (ILAE), que considera resistência quando dois anticonvulsivantes, mesmo administrados corretamente, não conseguem fazer efeito.

Protocolo de utilização

Na prática médica, é vital reconhecer que o CBD não é uma substituição, mas sim um complemento valioso ao tratamento que o paciente já segue. A jornada começa com uma dosagem inicial de 2,5mg/kg/dia, administrada oralmente duas vezes ao dia. Com o tempo, essa dose pode ser ajustada, com incrementos de 5mg/kg/dia, até atingir um limite de 25mg/kg/dia. E nesse processo de ajuste, a atenção deve ser redobrada: um monitoramento constante é a chave para assegurar o bem-estar do paciente.

E atenção: o CBD não está isento de interações medicamentosas. Ele pode reagir, em especial, com medicamentos processados pelo sistema enzimático citocromo P-450. Dessa forma, não dá para relaxar: é fundamental acompanhar de perto os níveis dos anticonvulsivantes no sangue dos seus pacientes e indicar a manutenção de uma rotina de exames, incluindo as enzimas hepáticas e o hemograma completo.

Protocolo de seguimento

Ao introduzir o canabidiol no plano terapêutico dos seus pacientes, a atenção precisa ser redobrada. Não basta apenas prescrever, é essencial um monitoramento clínico detalhado. E não esqueça: os relatórios de acompanhamento têm que ser enviados ao CFM. No primeiro ano, a cada 4 a 6 semanas. Depois, a cada 12 semanas.


Fique por dentro dos avanços na Medicina

O canabidiol, ou CBD, está se tornando um grande destaque na Medicina moderna. Ele é uma ferramenta poderosa para tratar uma variedade de condições, desde ansiedade até casos complexos de epilepsia. Mas aqui vai um ponto crucial: o sucesso do tratamento está diretamente ligado à dosagem. Não é só sobre quanto usar, mas sim encontrar o equilíbrio perfeito entre ciência, experiência clínica e o cuidado individual de cada paciente. E o mundo está percebendo isso. Por isso, existe um interesse crescente na substância.

Aqui no Brasil, a conversa sobre a regulamentação e prescrição do CBD está a todo vapor. E, mesmo com debates acalorados, estamos avançando. Pesquisas recentes só confirmam o que muitos já suspeitavam: a dosagem de CBD adequada tem um grande potencial de tratar alguns problemas de saúde, especialmente condições como epilepsia, ansiedade e dores crônicas. Mas, como em qualquer área da Medicina, são necessários mais estudos e um entendimento mais aprofundado sobre como essa substância realmente funciona.

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