Combate ao estresse: como pode ser feito

Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que o estresse acomete, aproximadamente, 90% da população em âmbito mundial. Trata-se, então, de uma condição que demanda atenção e implementação de iniciativas voltadas a evitar riscos e manter um cotidiano equilibrado — daí a relevância de promover medidas de combate ao estresse junto aos pacientes.

Neste post, vamos abordar, entre outros pontos-chave, como você, profissional da área médica, pode orientar os seus pacientes no combate ao estresse, até mesmo no intuito de contornar outras doenças. Continue a leitura.

O que é o estresse, afinal?

Em termos gerais, o estresse é uma resposta natural do corpo a situações de perigo e/ou ameaça, colocando o indivíduo em estado de vigilância. Essa condição desencadeia mudanças hormonais que resultam em sintomas tanto físicos quanto psicológicos.

O quadro pode ocorrer em dois contextos clínicos:

• estresse crônico — é o tipo mais comum, ocorrendo frequentemente na rotina diária de forma leve, devido a situações cotidianas frustrantes, como desentendimentos;
• estresse agudo — é uma manifestação breve e intensa, provocada por traumas significativos, como a perda de um ente querido, ou resultante de um estado mental depressivo.

Assim, o estresse pode ser originário de múltiplos fatores e de circunstâncias comuns no cotidiano de muitas pessoas. Problemas financeiros, conflitos familiares e desafios profissionais estão entre os principais desencadeadores. Uma rotina intensa, doenças, dependências, insegurança, entre outros, também podem provocá-lo.

Quais são os seus efeitos no organismo?

Como é sabido, a saúde mental está diretamente relacionada ao corpo, e distúrbios ou episódios de ansiedade podem se manifestar como problemas físicos. O estresse segue o mesmo princípio, e sua frequência aumenta o risco de desenvolver outras enfermidades.

Mesmo que os efeitos mais graves sejam vistos ao longo do tempo, o estresse pode provocar sintomas físicos e emocionais que afetam negativamente a qualidade de vida e o bem-estar dos seus pacientes. Essas circunstâncias são comuns no dia a dia, sendo consideradas gatilhos para várias doenças que impactam a saúde física e mental.

Os principais efeitos do estresse no corpo abrangem:

• ansiedade;
• falta de ar;
• hipertensão;
• problemas cardiovasculares;
• depressão;
• problemas intestinais;
• fadiga;
• irritabilidade excessiva;
• falta de concentração;
• dor de cabeça;
• taquicardia;
• dificuldade para dormir;
• dores musculares;
• disfunção sexual.

Devido a esses sintomas, como vimos, o estresse se torna um problema que necessita de atenção e de medidas preventivas para prevenir danos graves à saúde. Sendo uma condição que pode surgir por várias causas do dia a dia, é fundamental conhecer métodos para evitá-lo e manter o bem-estar, visando a uma vida mais saudável. Daí a relevância de orientar bem os seus pacientes.

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O que níveis extremos de estresse podem causar?

É de conhecimento comum que o estresse prolongado é nocivo à saúde. O cortisol, secretado em situações estressantes, pode elevar os níveis de açúcar no sangue e a pressão arterial, associando-se ao desenvolvimento de diabetes e de doenças cardiovasculares, como arritmias e infartos.

Durante períodos de estresse contínuo, o estresse oxidativo também se intensifica, levando ao envelhecimento precoce. Nesse cenário, o resveratrol, um composto bioativo, destaca-se por sua potente ação antioxidante.

Além disso, o estresse pode provocar insônia, desequilíbrios hormonais, redução da libido e distúrbios cognitivos, incluindo problemas de memória e concentração.

O que uma vida estressante pode desencadear?

É o momento de explorar os resultados mais comuns do estresse na vida pessoal dos pacientes. Vamos prosseguir?!

Transtornos de humor e psicológicos

Depressão, ansiedade e outras condições psicológicas, assim como flutuações de humor, estão intimamente relacionadas ao estresse, podendo ser iniciadas ou agravadas por rotinas estressantes.

Obesidade ou sobrepeso

Um dos principais fatores relativos ao estresse é a obesidade. Hormônios desregulados podem levar ao ganho de peso, o qual pode ser exacerbado por mudanças no apetite e em razão de episódios de compulsão alimentar.

Alterações hormonais

Os hormônios, como o cortisol e a adrenalina, têm uma relação direta com o estresse. Sua liberação constante na corrente sanguínea pode causar prejuízos à saúde.

Dificuldades nas relações interpessoais

Indivíduos estressados podem se isolar ou ter explosões de humor, o que os torna difíceis de lidar. Isso prejudica os relacionamentos, que podem se tornar insustentáveis, contribuindo para o agravamento da situação.

Problemas com a memória e com a concentração

Como mencionado, o estresse está diretamente relacionado a problemas de memória e concentração, pois pode afetar negativamente os processos de memorização e de aprendizagem. Inclusive, estudos indicam que taxas aumentadas de cortisol, o hormônio associado ao estresse, podem causar perda de memória e alterações cognitivas.

Envelhecimento precoce

Quando estamos sob grande estresse, a liberação contínua de cortisol pode promover a atrofia da pele e diminuir os níveis de colágeno e de elastina, o que está relacionado ao aparecimento de rugas e linhas finas. Além disso, o hormônio pode abreviar a fase de crescimento do cabelo e provocar a sua queda.

Alterações no padrão de sono

Pacientes estressados, muitas vezes, enfrentam dificuldades para dormir. Ao longo do tempo, isso pode resultar em problemas de concentração, diminuição do desempenho em atividades diárias e maior susceptibilidade a várias doenças.

Queda da imunidade

A diminuição da imunidade é um reflexo das noites mal dormidas e das rotinas cheias de estresse. Se um paciente aparece frequentemente doente, com resfriados ou gripes, isso pode indicar que o seu corpo está constantemente estressado.

Dores e desconfortos

Mais uma consequência física do estresse prolongado é o aparecimento de dores generalizadas. Essas dores ocorrem com mais frequência em áreas como os ombros, as costas e a nuca, regiões que geralmente tensionamos em períodos estressantes.

Alterações gastrointestinais

Dores abdominais, constipação, diarreia, gastrite e refluxo são sintomas comumente associados a períodos de nervosismo intenso. O estresse pode modificar as interações entre o cérebro e o intestino, levando a inflamações intestinais, dores abdominais, desconforto, diarreia e diminuição do apetite nos pacientes.

Risco de problemas cardiovasculares

O que muitos pacientes não sabem, mas alguns suspeitam, é que o estresse realmente pode elevar o risco de infarto. Além disso, afeta negativamente a circulação sanguínea e pode ser considerado uma "bomba-relógio" para a pressão arterial.

Um exemplo disso é como o esgotamento físico ou emocional compromete a circulação sanguínea e se torna um risco iminente para a pressão arterial.

Alterações na taxa de fertilidade

Estudos também mostram que conviver com o estresse é algo que pode trazer danos à fertilidade de homens e mulheres. Para aqueles pacientes que desejam ter filhos, situações de estresse recorrentes podem diminuir as chances de concepção, afetando até mesmo os tratamentos de fertilização.

Problemas na saúde do sistema reprodutivo

Nos pacientes homens, é comum ocorrerem problemas com a ereção ou a ejaculação. Já nas mulheres, podem surgir alterações no ciclo menstrual. Além disso, ambos os sexos podem experimentar uma diminuição da libido, entre outras consequências.

Como evitar o estresse no dia a dia?

Embora o estresse seja uma realidade comum para várias pessoas, ainda há muitas incertezas sobre como combatê-lo. Mudar hábitos e adotar um estilo de vida mais saudável, por exemplo, é essencial para evitar o estresse. A medida traz benefícios significativos para a saúde do paciente e ajuda a manter o equilíbrio, mesmo sob pressão.

Veja, a seguir, algumas dicas valiosas para aliviar o estresse e melhorar a qualidade de vida que podem ser repassadas aos seus pacientes!

Praticar exercícios físicos

Aos pacientes, recomende a manutenção de um cronograma regular de exercícios físicos. Adultos de 18 a 64 anos devem realizar de 150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade intensa.

É importante que essas diretrizes sejam avaliadas e adaptadas individualmente, incluindo uma combinação de exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular. Por isso, o acompanhamento de um profissional de Educação Física tende a ser essencial.

Alimentar-se corretamente

A deficiência de certos nutrientes na dieta, como vitamina B12, zinco e cálcio, pode causar sérias mudanças no humor e na qualidade de vida dos pacientes. Uma alimentação equilibrada também é fundamental para prevenir ou minimizar o estresse.

Além disso, é importante contar com um acompanhamento médico e nutricional para detectar e suplementar, se necessário, quaisquer deficiências de vitaminas e minerais.

Alguns alimentos que oferecem nutrientes úteis ao sistema nervoso são:

• nozes;
• banana;
• verduras;
• sementes de chia;
• salmão e outros peixes.

Dormir bem

Um dos impactos do estresse no corpo é a insônia e a dificuldade de relaxar, tornando essencial uma boa noite de sono. Para isso, é importante que os seus pacientes criem um ambiente aconchegante, tentem dormir mais cedo e pelo tempo necessário e evitem o uso de smartphones antes de adormecer.

Preservar uma rotina devidamente definida

Manter uma rotina bem estruturada pode tornar o cotidiano mais sereno. Que tal indicar aos pacientes a organização de uma agenda com suas tarefas e respectivos prazos, bem como um cronograma semanal detalhado? Dessa forma, eles poderão definir prioridades, combater a procrastinação e garantir tempo para atividades pessoais além do trabalho.

Fazer pausas no dia a dia de trabalho

De acordo com pesquisas, 79% dos trabalhadores passam por situações de estresse durante a rotina de trabalho. Nesse contexto, é imperativo manter o foco e estabelecer uma rotina profissional que inclua intervalos, bem como cultivar relacionamentos no ambiente de trabalho baseados na ética e no respeito mútuo. Oriente-os quanto a isso.

Meditar

As práticas de meditação são essenciais para promover o relaxamento e preservar o equilíbrio emocional, contribuindo significativamente para a redução do estresse. Portanto, é recomendável induzi-los a estudarem essa técnica e praticá-la todos os dias, utilizando, se necessário, aplicativos e suporte para ajudar na concentração e na obtenção de resultados positivos.

Reservar um tempo para o lazer

Momentos de descontração e lazer são fundamentais para todos e ajudam a melhorar a saúde mental. Assim, é importante recomendar que os pacientes reservem um tempo para se divertir com amigos, viajar, ler um livro, assistir a filmes ou simplesmente se afastar das obrigações para desfrutar de atividades prazerosas ou dedicar-se a um novo hobby que proporcione satisfação pessoal.

Investir em calmantes naturais

Os ansiolíticos devem ser utilizados apenas sob prescrição médica, como sabido. Contudo, há uma variedade de remédios naturais feitos com plantas medicinais que podem ser benéficos para tranquilizar o sistema nervoso.

Exemplos incluem cápsulas de valeriana ou maracujá e chás de lavanda ou camomila, que, se consumidos com regularidade, podem contribuir para uma noite de sono mais tranquila. Além disso, aplicar duas gotas de óleo essencial de lavanda no travesseiro pode ser útil para relaxar e facilitar o sono.

Se esses métodos naturais não forem suficientes para gerenciar o estresse ou a ansiedade, avalie a situação e considere a possibilidade de prescrever antidepressivos, se necessário.

Conservar o diálogo com pessoas queridas

Ter uma rede de apoio é essencial em momentos desafiadores. Portanto, oriente os pacientes a conversarem com a sua família e amigos! É decisivo buscar estabelecer novos laços ou fortalecer as conexões que já existem.

Administrar melhor o tempo

Outra dica eficaz para combater o estresse é gerenciar melhor o tempo, definindo tarefas, metas e prioridades. Embora essa tarefa possa ser desafiadora, tomar pequenos passos consistentemente pode ser mais eficiente do que esperar por uma solução improvável.

Ao adotar essas estratégias e administrá-las, é possível notar uma melhora nos sintomas de estresse e da ansiedade nos pacientes, como dores de cabeça frequentes, fadiga e desânimo, em aproximadamente 10 dias. Contudo, melhoras podem ser sentidas imediatamente após a prática de exercícios físicos ou após uma noite de sono reparador.

Manter um acompanhamento especializado

Ter acompanhamento médico e psicológico é fundamental para identificar desequilíbrios de forma precoce e tratá-los corretamente.

Essa prática deve ser complementada com exames de check-up frequentes, incluindo análises clínicas e de imagem. O propósito é acompanhar a saúde do corpo e compreender como a Medicina pode contribuir para o bem-estar do paciente.

Não negligenciar os exames de rotina

Complementando o tópico anterior, a prevenção é fundamental para a manutenção da saúde, tanto física quanto mental. Por isso, é essencial manter um cronograma de consultas médicas e realizar exames periódicos, essenciais para o monitoramento da saúde.

Realizando check-ups regulares, os médicos obtêm informações valiosas sobre o estado de saúde do paciente, o que é vital para detectar quaisquer alterações precocemente e propor tratamentos oportunos, evitando complicações mais sérias.

Como vimos, para o combate ao estresse, é fundamental reduzir as pressões externas, buscando alternativas para realizar o trabalho ou os estudos de maneira mais serena. É aconselhável também buscar o equilíbrio emocional, gerenciando melhor o tempo entre o trabalho, a família e o cuidado pessoal. Procurar apoio em outras pessoas, seja um amigo próximo ou um psicólogo, pode ser uma estratégia igualmente eficaz para enfrentar os dias com mais qualidade de vida e menos estresse.

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