X Fechar
Em breve você receberá uma confirmação da assinatura da nossa newsletter por e-mail!
Oops! Algo deu errado, tente novamente.
Sem spam. Cancele a inscrição a qualquer momento.
Blog
Clínica de Medicina do Trabalho: como abrir uma?

Clínica de Medicina do Trabalho: como abrir uma?

A demanda pelos serviços de uma clínica de Medicina do Trabalho nunca foi tão alta. De um lado, empresas de todos os tamanhos precisam cumprir as normas de saúde e segurança no trabalho, algo que não é opcional. Do outro, trabalhadores que buscam atendimento especializado e um ambiente laboral mais seguro e saudável.

O resultado? Um mercado em crescimento, cheio de oportunidades para quem quer investir nessa área. Se você é médico e está pensando em abrir sua própria clínica, saiba que está olhando para um setor estratégico e indispensável.

Mas, antes de pensar em aluguel, equipamentos e marketing, é preciso começar pelo básico: entender o que, na prática, une a Medicina à Segurança do Trabalho.

É exatamente assim que vamos começar o nosso manual. Quer saber como funciona essa relação e como dar os primeiros passos para abrir sua clínica? Confira.

Qual é a relação entre Medicina e Segurança do Trabalho?

Profissionais de saúde que escolheram seguir carreira na Medicina do Trabalho contribuem para que as empresas cumpram exigências legais e assegurem a saúde dos funcionários.

As clínicas de Medicina Ocupacional atuam como parceiras estratégicas no desenvolvimento e na execução de ações para proteger os trabalhadores contra riscos ocupacionais, promover a saúde preventiva e atender às normas vigentes.

Conheça mais sobre os procedimentos clínicos que mostram a relação que existe entre a prática médica e a Segurança do Trabalho.

Exames médicos ocupacionais

Uma das funções primordiais das clínicas de Medicina do Trabalho é a realização de exames médicos ocupacionais obrigatórios de acordo com a Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7). Alguns exemplos são:

  • exames admissionais;
  • exames demissionais;
  • exames periódicos;
  • exames de retorno ao trabalho;
  • exames de mudança de função.

A realização de exames médicos ocupacionais cumprem exigências legais e evitam que a empresa enfrente litígios futuros, como ações trabalhistas relacionadas a doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho.

Elaboração de laudos técnicos e acompanhamento dos riscos ocupacionais

Os médicos do trabalho também podem ser responsáveis pela elaboração de laudos técnicos que avaliam as condições do ambiente laboral.

O mais conhecido deles é o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), que identifica a presença de agentes físicos, químicos ou biológicos no ambiente laboral e avalia se os trabalhadores estão expostos a condições insalubres ou perigosas.

O profissional de uma clínica de Medicina do Trabalho também auxilia no controle de riscos ocupacionais por meio de ferramentas como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que serve para identificar e mitigar riscos à saúde e segurança dos trabalhadores.

Implementação de programas preventivos

Um papel das clínicas especializadas em Medicina Ocupacional é a criação de programas preventivos voltados à saúde no local de trabalho. Entre os mais comuns, estão:

  • Programa de Conservação Auditiva (PCA): voltado para trabalhadores expostos a altos níveis de ruído, este programa busca prevenir a perda auditiva ocupacional;
  • Programa de Proteção Respiratória (PPR): desenvolvido para proteger trabalhadores expostos a agentes químicos e biológicos que possam comprometer o sistema respiratório;
  • Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): um dos pilares da saúde ocupacional, o PCMSO é obrigatório e inclui medidas de vigilância à saúde, campanhas de vacinação, palestras educativas e o acompanhamento contínuo da saúde dos colaboradores.

São programas que se tornam o braço prático da prevenção. Eles protegem a saúde e garantem que o ambiente de trabalho seja, de fato, seguro e sustentável.

Apoio na gestão da saúde ocupacional das empresas

Além de atender os trabalhadores, as clínicas de Medicina do Trabalho também auxiliam as empresas na gestão da saúde ocupacional.

Médicos da área podem contribuir com a organização e o controle de documentos e programas relacionados às Normas Regulamentadoras, o que é importante para evitar autuações por órgãos fiscalizadores, como o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

As clínicas ainda oferecem suporte técnico na capacitação de equipes internas, como os integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com a finalidade de fortalecer a cultura de segurança e saúde dentro da empresa.

Por que abrir uma clínica nessa área?

Se você ainda tem dúvidas, veja as principais vantagens de abrir uma clínica de Medicina do Trabalho e como esse negócio pode fazer diferença no mercado e na vida de milhares de trabalhadores.

A saúde no trabalho é obrigatória

Toda empresa que segue as normas brasileiras precisa oferecer exames médicos e implementar programas de saúde ocupacional, como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), previsto na NR-7.

Ou seja, existe um público garantido: milhares de empresas no país que precisam, por lei, desses serviços. Não estamos falando apenas de grandes corporações. Pequenas e médias empresas também precisam se adaptar.

As empresas precisam reduzir custos com afastamentos

Segundo dados do INSS, o Brasil registra mais de 500 mil afastamentos por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais todos os anos. Cada colaborador afastado gera um impacto para as empresas, tanto em custos financeiros quanto em produtividade perdida.

As clínicas de Medicina do Trabalho atuam exatamente onde mais importa: na prevenção. Por meio de exames periódicos e programas como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), elas ajudam as empresas a identificar problemas antes que se agravem.

Quando a saúde está em dia, o colaborador trabalha melhor, a empresa evita prejuízos e a economia se reflete em todo o sistema.

Um negócio que cresce com o tempo

A fiscalização trabalhista no Brasil é rigorosa, e as empresas buscam se proteger contra multas e processos. A procura por clínicas de Medicina do Trabalho só tende a aumentar seguindo esse cenário nos próximos anos.

Segundo o Ministério do Trabalho, empresas que não cumprem as exigências de saúde ocupacional podem receber multas de até R$ 181 mil, dependendo da infração.

A “pressão” legislativa faz com que as organizações busquem clínicas especializadas que ofereçam um serviço completo e confiável. E mais: com o aumento da consciência sobre saúde mental e física, muitas empresas estão expandindo seus programas preventivos.

Um mercado de múltiplas oportunidades

Quando se fala em Medicina do Trabalho, muita gente pensa apenas nos exames admissionais e periódicos. Mas a verdade é que o mercado oferece inúmeras possibilidades para quem investe em uma clínica.

Além dos exames obrigatórios, há a oportunidade de oferecer serviços como:

  • avaliações psicológicas e programas de saúde mental — uma demanda crescente, considerando que os novos adoecimentos e a Síndrome do Burnout, que afeta 30% dos trabalhadores brasileiros;
  • treinamentos de segurança ocupacional para empresas que querem educar suas equipes sobre prevenção de riscos;
  • campanhas de vacinação e programas de saúde preventiva, que reforçam o compromisso das empresas com o bem-estar dos colaboradores.

A diversificação aumenta a receita da clínica e ainda fortalece a relação com as empresas parceiras, que estarão em busca de soluções ainda mais completas.

Como abrir uma clínica de Medicina do Trabalho?

Um mercado estável, alta demanda e a chance de construir algo duradouro: tudo o que muitos médicos que sonham em ter o próprio negócio precisam. Mas por onde começar uma clínica de Medicina do Trabalho?

Embora existam muitas oportunidades, você vai precisar de planejamento, regularização e a estrutura certa para começar em um mercado que não para de crescer.

Vamos ao passo a passo de como abrir uma clínica de Medicina Ocupacional.

1. Obtenha a pós-graduação em Medicina do Trabalho

Antes de iniciar qualquer plano para abrir uma clínica especializada, o médico precisa garantir a qualificação técnica exigida na área. A pós-graduação em Medicina do Trabalho é obrigatória e reconhecida pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).

Para obter o título, o médico graduado deve concluir um curso de pós-graduação credenciado, com carga horária mínima de 360 horas teóricas e práticas, além de passar pela prova de título aplicada pela ANAMT.

O título é necessário para que o médico possa exercer legalmente a profissão na área ocupacional. Ele o habilita a elaborar e coordenar programas obrigatórios, como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), previsto na NR-7.

Também será necessário fazer o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do seu estado. Somente com essa habilitação é que o médico está autorizado a atuar e a responder como responsável técnico pela clínica de Medicina do Trabalho.

2. Elabore um plano de negócios

Abrir uma clínica exige as mesmas estratégias de qualquer outro negócio, e tudo começa com um plano de negócios. É o que guiará todas as decisões futuras, desde a escolha do local até a definição de serviços e a projeção financeira.

Um plano de negócios completo deve conter os seguintes elementos:

  • análise de mercado: entenda a demanda na sua região. Qual o número de empresas que precisam cumprir normas ocupacionais? Existem outras clínicas concorrentes? Que tipos de serviços elas oferecem?
  • projeção financeira: liste os custos iniciais e fixos, como aluguel, aquisição de equipamentos médicos, softwares, salários de funcionários, licenças e marketing. Faça uma estimativa de faturamento considerando o número de clientes potenciais e os serviços oferecidos. Inclua um estudo de retorno sobre o investimento (ROI);
  • lista dos serviços oferecidos: defina a gama de serviços que sua clínica fornecerá, como exames admissionais, periódicos, demissionais, laudos técnicos (LTCAT) e elaboração de programas como o PCMSO e o PGR;
  • diferenciais competitivos: identifique o que tornará sua clínica mais atrativa. Pode ser a rapidez na entrega de resultados, uso de tecnologia avançada, equipe multidisciplinar ou atendimento personalizado.

O plano de negócios será um mapa do novo empreendimento. Use-o para prever os desafios financeiros e operacionais antes mesmo de iniciar as atividades. Ele também poderá ser usado para captar investidores ou conseguir financiamentos, caso necessário.

3. Defina a localização e estruture a clínica

A escolha do local onde a clínica será instalada é um dos passos mais críticos do processo. O espaço deve ser acessível para as empresas-clientes e os trabalhadores, de preferência localizado em áreas centrais ou de fácil acesso por transporte público.

Também é preciso que o local atenda às exigências estruturais da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do CRM.

A clínica precisa ter ambientes separados e bem definidos:

  • recepção e sala de espera;
  • consultórios médicos;
  • sala para exames complementares;
  • área administrativa.

Além dos materiais básicos de um consultório, clínicas de Medicina do Trabalho devem contar com equipamentos específicos, como:

  • audiômetro (para exames de audiometria);
  • espirômetro (para avaliação respiratória);
  • equipamento de eletrocardiograma (ECG);
  • computadores com software de gestão ocupacional para organização de prontuários e geração de laudos.

Depois de escolher e estruturar o local, a clínica deverá passar por inspeções da Vigilância Sanitária para obter a licença sanitária — documento que comprova que a clínica segue as normas de higiene, infraestrutura e biossegurança exigidas.

4. Regularize a clínica

A Medicina do Trabalho, por se tratar de uma área de saúde altamente regulamentada, exige licenças e autorizações, tanto sanitárias quanto administrativas. O processo pode parecer burocrático, mas passar por isso será fundamental para evitar multas, sanções ou o fechamento da clínica. Os principais documentos e registros são:

  • Alvará de funcionamento;
  • Licença sanitária;
  • Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);
  • Inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM);
  • Registro na Receita Federal e Inscrição Estadual.

Para auxiliar no processo de obtenção dessas licenças, pode ser útil o auxílio de uma assessoria contábil e jurídica.

5. Monte uma equipe de técnicos, especialistas e funcionários

Agora, é hora de trazer as pessoas que vão fazer sua clínica funcionar de verdade. Afinal, o que garante o sucesso da clínica de Medicina do Trabalho é ter profissionais capacitados e prontos para oferecer um bom atendimento. Quem você vai precisar:

  • médicos ocupacionais (além de você, se for o caso, é importante ter outros médicos especialistas para dar conta da demanda);
  • técnicos e enfermeiros;
  • técnico de Segurança do Trabalho (se a sua clínica oferecer laudos como o LTCAT e o PGR, esse profissional é necessário);
  • equipe administrativa (secretárias ou recepcionistas).

Deixar todo mundo alinhado e atualizado sobre as normas e práticas do mercado faz toda a diferença na hora de fidelizar os clientes.

Parece trabalhoso abrir uma clínica de Medicina do Trabalho, e de fato é. Mas vale cada esforço. Esse é um dos setores mais promissores para clínicas de saúde, com uma demanda alta no Brasil e oportunidades para os bons negócios. Boa sorte!

Estamos enviando por e-mail dezenas de recomendações exclusivas sobre o mercado de saúde. Preencha o formulário para assinar agora a newsletter da Afya, o maior hub de educação em saúde e healthtechs do Brasil.

Clínica de Medicina do Trabalho: como abrir uma?

By 
This is some text inside of a div block.
. . min. read
Share This
Copy to Clipboard.
Share via URL

Quer empreender na área médica? Medicina do Trabalho é a aposta certa. Aprenda como abrir sua clínica!

A demanda pelos serviços de uma clínica de Medicina do Trabalho nunca foi tão alta. De um lado, empresas de todos os tamanhos precisam cumprir as normas de saúde e segurança no trabalho, algo que não é opcional. Do outro, trabalhadores que buscam atendimento especializado e um ambiente laboral mais seguro e saudável.

O resultado? Um mercado em crescimento, cheio de oportunidades para quem quer investir nessa área. Se você é médico e está pensando em abrir sua própria clínica, saiba que está olhando para um setor estratégico e indispensável.

Mas, antes de pensar em aluguel, equipamentos e marketing, é preciso começar pelo básico: entender o que, na prática, une a Medicina à Segurança do Trabalho.

É exatamente assim que vamos começar o nosso manual. Quer saber como funciona essa relação e como dar os primeiros passos para abrir sua clínica? Confira.

Qual é a relação entre Medicina e Segurança do Trabalho?

Profissionais de saúde que escolheram seguir carreira na Medicina do Trabalho contribuem para que as empresas cumpram exigências legais e assegurem a saúde dos funcionários.

As clínicas de Medicina Ocupacional atuam como parceiras estratégicas no desenvolvimento e na execução de ações para proteger os trabalhadores contra riscos ocupacionais, promover a saúde preventiva e atender às normas vigentes.

Conheça mais sobre os procedimentos clínicos que mostram a relação que existe entre a prática médica e a Segurança do Trabalho.

Exames médicos ocupacionais

Uma das funções primordiais das clínicas de Medicina do Trabalho é a realização de exames médicos ocupacionais obrigatórios de acordo com a Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7). Alguns exemplos são:

  • exames admissionais;
  • exames demissionais;
  • exames periódicos;
  • exames de retorno ao trabalho;
  • exames de mudança de função.

A realização de exames médicos ocupacionais cumprem exigências legais e evitam que a empresa enfrente litígios futuros, como ações trabalhistas relacionadas a doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho.

Elaboração de laudos técnicos e acompanhamento dos riscos ocupacionais

Os médicos do trabalho também podem ser responsáveis pela elaboração de laudos técnicos que avaliam as condições do ambiente laboral.

O mais conhecido deles é o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), que identifica a presença de agentes físicos, químicos ou biológicos no ambiente laboral e avalia se os trabalhadores estão expostos a condições insalubres ou perigosas.

O profissional de uma clínica de Medicina do Trabalho também auxilia no controle de riscos ocupacionais por meio de ferramentas como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que serve para identificar e mitigar riscos à saúde e segurança dos trabalhadores.

Implementação de programas preventivos

Um papel das clínicas especializadas em Medicina Ocupacional é a criação de programas preventivos voltados à saúde no local de trabalho. Entre os mais comuns, estão:

  • Programa de Conservação Auditiva (PCA): voltado para trabalhadores expostos a altos níveis de ruído, este programa busca prevenir a perda auditiva ocupacional;
  • Programa de Proteção Respiratória (PPR): desenvolvido para proteger trabalhadores expostos a agentes químicos e biológicos que possam comprometer o sistema respiratório;
  • Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): um dos pilares da saúde ocupacional, o PCMSO é obrigatório e inclui medidas de vigilância à saúde, campanhas de vacinação, palestras educativas e o acompanhamento contínuo da saúde dos colaboradores.

São programas que se tornam o braço prático da prevenção. Eles protegem a saúde e garantem que o ambiente de trabalho seja, de fato, seguro e sustentável.

Apoio na gestão da saúde ocupacional das empresas

Além de atender os trabalhadores, as clínicas de Medicina do Trabalho também auxiliam as empresas na gestão da saúde ocupacional.

Médicos da área podem contribuir com a organização e o controle de documentos e programas relacionados às Normas Regulamentadoras, o que é importante para evitar autuações por órgãos fiscalizadores, como o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

As clínicas ainda oferecem suporte técnico na capacitação de equipes internas, como os integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com a finalidade de fortalecer a cultura de segurança e saúde dentro da empresa.

Por que abrir uma clínica nessa área?

Se você ainda tem dúvidas, veja as principais vantagens de abrir uma clínica de Medicina do Trabalho e como esse negócio pode fazer diferença no mercado e na vida de milhares de trabalhadores.

A saúde no trabalho é obrigatória

Toda empresa que segue as normas brasileiras precisa oferecer exames médicos e implementar programas de saúde ocupacional, como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), previsto na NR-7.

Ou seja, existe um público garantido: milhares de empresas no país que precisam, por lei, desses serviços. Não estamos falando apenas de grandes corporações. Pequenas e médias empresas também precisam se adaptar.

As empresas precisam reduzir custos com afastamentos

Segundo dados do INSS, o Brasil registra mais de 500 mil afastamentos por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais todos os anos. Cada colaborador afastado gera um impacto para as empresas, tanto em custos financeiros quanto em produtividade perdida.

As clínicas de Medicina do Trabalho atuam exatamente onde mais importa: na prevenção. Por meio de exames periódicos e programas como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), elas ajudam as empresas a identificar problemas antes que se agravem.

Quando a saúde está em dia, o colaborador trabalha melhor, a empresa evita prejuízos e a economia se reflete em todo o sistema.

Um negócio que cresce com o tempo

A fiscalização trabalhista no Brasil é rigorosa, e as empresas buscam se proteger contra multas e processos. A procura por clínicas de Medicina do Trabalho só tende a aumentar seguindo esse cenário nos próximos anos.

Segundo o Ministério do Trabalho, empresas que não cumprem as exigências de saúde ocupacional podem receber multas de até R$ 181 mil, dependendo da infração.

A “pressão” legislativa faz com que as organizações busquem clínicas especializadas que ofereçam um serviço completo e confiável. E mais: com o aumento da consciência sobre saúde mental e física, muitas empresas estão expandindo seus programas preventivos.

Um mercado de múltiplas oportunidades

Quando se fala em Medicina do Trabalho, muita gente pensa apenas nos exames admissionais e periódicos. Mas a verdade é que o mercado oferece inúmeras possibilidades para quem investe em uma clínica.

Além dos exames obrigatórios, há a oportunidade de oferecer serviços como:

  • avaliações psicológicas e programas de saúde mental — uma demanda crescente, considerando que os novos adoecimentos e a Síndrome do Burnout, que afeta 30% dos trabalhadores brasileiros;
  • treinamentos de segurança ocupacional para empresas que querem educar suas equipes sobre prevenção de riscos;
  • campanhas de vacinação e programas de saúde preventiva, que reforçam o compromisso das empresas com o bem-estar dos colaboradores.

A diversificação aumenta a receita da clínica e ainda fortalece a relação com as empresas parceiras, que estarão em busca de soluções ainda mais completas.

Como abrir uma clínica de Medicina do Trabalho?

Um mercado estável, alta demanda e a chance de construir algo duradouro: tudo o que muitos médicos que sonham em ter o próprio negócio precisam. Mas por onde começar uma clínica de Medicina do Trabalho?

Embora existam muitas oportunidades, você vai precisar de planejamento, regularização e a estrutura certa para começar em um mercado que não para de crescer.

Vamos ao passo a passo de como abrir uma clínica de Medicina Ocupacional.

1. Obtenha a pós-graduação em Medicina do Trabalho

Antes de iniciar qualquer plano para abrir uma clínica especializada, o médico precisa garantir a qualificação técnica exigida na área. A pós-graduação em Medicina do Trabalho é obrigatória e reconhecida pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).

Para obter o título, o médico graduado deve concluir um curso de pós-graduação credenciado, com carga horária mínima de 360 horas teóricas e práticas, além de passar pela prova de título aplicada pela ANAMT.

O título é necessário para que o médico possa exercer legalmente a profissão na área ocupacional. Ele o habilita a elaborar e coordenar programas obrigatórios, como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), previsto na NR-7.

Também será necessário fazer o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do seu estado. Somente com essa habilitação é que o médico está autorizado a atuar e a responder como responsável técnico pela clínica de Medicina do Trabalho.

2. Elabore um plano de negócios

Abrir uma clínica exige as mesmas estratégias de qualquer outro negócio, e tudo começa com um plano de negócios. É o que guiará todas as decisões futuras, desde a escolha do local até a definição de serviços e a projeção financeira.

Um plano de negócios completo deve conter os seguintes elementos:

  • análise de mercado: entenda a demanda na sua região. Qual o número de empresas que precisam cumprir normas ocupacionais? Existem outras clínicas concorrentes? Que tipos de serviços elas oferecem?
  • projeção financeira: liste os custos iniciais e fixos, como aluguel, aquisição de equipamentos médicos, softwares, salários de funcionários, licenças e marketing. Faça uma estimativa de faturamento considerando o número de clientes potenciais e os serviços oferecidos. Inclua um estudo de retorno sobre o investimento (ROI);
  • lista dos serviços oferecidos: defina a gama de serviços que sua clínica fornecerá, como exames admissionais, periódicos, demissionais, laudos técnicos (LTCAT) e elaboração de programas como o PCMSO e o PGR;
  • diferenciais competitivos: identifique o que tornará sua clínica mais atrativa. Pode ser a rapidez na entrega de resultados, uso de tecnologia avançada, equipe multidisciplinar ou atendimento personalizado.

O plano de negócios será um mapa do novo empreendimento. Use-o para prever os desafios financeiros e operacionais antes mesmo de iniciar as atividades. Ele também poderá ser usado para captar investidores ou conseguir financiamentos, caso necessário.

3. Defina a localização e estruture a clínica

A escolha do local onde a clínica será instalada é um dos passos mais críticos do processo. O espaço deve ser acessível para as empresas-clientes e os trabalhadores, de preferência localizado em áreas centrais ou de fácil acesso por transporte público.

Também é preciso que o local atenda às exigências estruturais da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do CRM.

A clínica precisa ter ambientes separados e bem definidos:

  • recepção e sala de espera;
  • consultórios médicos;
  • sala para exames complementares;
  • área administrativa.

Além dos materiais básicos de um consultório, clínicas de Medicina do Trabalho devem contar com equipamentos específicos, como:

  • audiômetro (para exames de audiometria);
  • espirômetro (para avaliação respiratória);
  • equipamento de eletrocardiograma (ECG);
  • computadores com software de gestão ocupacional para organização de prontuários e geração de laudos.

Depois de escolher e estruturar o local, a clínica deverá passar por inspeções da Vigilância Sanitária para obter a licença sanitária — documento que comprova que a clínica segue as normas de higiene, infraestrutura e biossegurança exigidas.

4. Regularize a clínica

A Medicina do Trabalho, por se tratar de uma área de saúde altamente regulamentada, exige licenças e autorizações, tanto sanitárias quanto administrativas. O processo pode parecer burocrático, mas passar por isso será fundamental para evitar multas, sanções ou o fechamento da clínica. Os principais documentos e registros são:

  • Alvará de funcionamento;
  • Licença sanitária;
  • Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);
  • Inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM);
  • Registro na Receita Federal e Inscrição Estadual.

Para auxiliar no processo de obtenção dessas licenças, pode ser útil o auxílio de uma assessoria contábil e jurídica.

5. Monte uma equipe de técnicos, especialistas e funcionários

Agora, é hora de trazer as pessoas que vão fazer sua clínica funcionar de verdade. Afinal, o que garante o sucesso da clínica de Medicina do Trabalho é ter profissionais capacitados e prontos para oferecer um bom atendimento. Quem você vai precisar:

  • médicos ocupacionais (além de você, se for o caso, é importante ter outros médicos especialistas para dar conta da demanda);
  • técnicos e enfermeiros;
  • técnico de Segurança do Trabalho (se a sua clínica oferecer laudos como o LTCAT e o PGR, esse profissional é necessário);
  • equipe administrativa (secretárias ou recepcionistas).

Deixar todo mundo alinhado e atualizado sobre as normas e práticas do mercado faz toda a diferença na hora de fidelizar os clientes.

Parece trabalhoso abrir uma clínica de Medicina do Trabalho, e de fato é. Mas vale cada esforço. Esse é um dos setores mais promissores para clínicas de saúde, com uma demanda alta no Brasil e oportunidades para os bons negócios. Boa sorte!

Estamos enviando por e-mail dezenas de recomendações exclusivas sobre o mercado de saúde. Preencha o formulário para assinar agora a newsletter da Afya, o maior hub de educação em saúde e healthtechs do Brasil.

Written by