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8.2.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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O Brasil está entre os campeões em cirurgias e procedimentos estéticos. De acordo com levantamentos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 2023 foi um ano com cerca de 2 milhões de procedimentos eletivos realizados em todo o Brasil. No entanto, um tema pouco mencionado é a ocorrência da cirurgia plástica reparadora.
Este é um tipo de procedimento que visa reparar tecidos que sofreram lesões (como traumas) ou, ainda, restabelecer a função de estruturas com alterações adquiridas ou congênitas. Continue a leitura para entender um pouco mais sobre cirurgia reparadora e descubra as particularidades de um dos ramos da Medicina que mais crescem no Brasil!
A cirurgia plástica reparadora é um ramo da Cirurgia Plástica que se concentra na correção de defeitos físicos, deformidades congênitas, lesões traumáticas, queimaduras e outras condições que afetam a função ou a aparência de uma parte do corpo.
Ao contrário da cirurgia plástica estética, que visa melhorar a aparência estética, a cirurgia reparadora tem o objetivo principal de restaurar a função e melhorar a qualidade de vida do paciente.
As cirurgias reparadoras podem variar amplamente, dependendo da natureza específica da condição a ser corrigida. No entanto, geralmente, esses procedimentos seguem um conjunto de passos comuns. Confira!
O processo começa com uma avaliação inicial por um cirurgião plástico reparador. Durante essa consulta, ele conhece a condição do paciente, histórico médico e metas desejadas.
Com base na avaliação, o cirurgião desenvolve um plano cirúrgico personalizado. Isso pode incluir a utilização de técnicas específicas de reconstrução.
Antes da cirurgia, o paciente pode ser submetido a exames médicos adicionais e instruções específicas para preparação, como restrições alimentares e medicamentos pré-operatórios.
Durante a cirurgia, o cirurgião plástico realiza as correções necessárias para reconstruir a área afetada. Isso pode envolver a transferência de tecidos, o uso de enxertos de pele, a remodelação de estruturas existentes e outras técnicas.
Após a cirurgia, o paciente entra na fase de recuperação. Isso pode incluir um período de internação no hospital, dependendo da extensão da cirurgia.
O acompanhamento pós-operatório é muito importante. Os pacientes podem precisar de sessões de fisioterapia, terapia ocupacional ou outros tipos de reabilitação, dependendo da natureza da cirurgia e das áreas afetadas.
Em muitos casos, os resultados da cirurgia podem levar algum tempo para se consolidares, à medida que o processo de cicatrização ocorre e as estruturas reconstruídas se estabilizam. E, ainda, é possível que mais de uma intervenção seja necessária.
O objetivo principal da cirurgia reparadora é corrigir defeitos físicos, deformidades congênitas, lesões traumáticas, queimaduras e outras condições que afetam a função ou a aparência de uma parte do corpo. O foco é na restauração da função e na melhoria da qualidade de vida do paciente.
A cirurgia plástica estética, por sua vez, é realizada para melhorar a aparência de uma pessoa. Envolve procedimentos que visam alterar características físicas percebidas como indesejadas para aumentar a autoestima e a satisfação pessoal.
Abaixo, confira algumas indicações mais detalhadas para cirurgias plásticas reparadoras.
As fissuras labiais e palatinas são malformações congênitas que afetam a formação dos lábios ou do céu da boca durante o desenvolvimento embrionário. Para fissuras labiais, o procedimento envolve geralmente a correção da abertura nos lábios, enquanto fissuras palatinas exigem a reconstrução do palato.
Anomalias craniofaciais, como craniossinostoses, envolvem fechamento prematuro das suturas cranianas, resultando em deformidades no crânio e na face. A cirurgia plástica reparadora é indicada para corrigir essas malformações e permitir o desenvolvimento adequado do cérebro e do rosto.
Traumas faciais, como fraturas ou lesões traumáticas, podem causar deformidades significativas que afetam a função e a estética.
A cirurgia reparadora é indicada para corrigir essas deformidades, muitas vezes envolvendo o realinhamento de ossos faciais, reconstrução de tecidos moles e a minimização de cicatrizes.
Após a remoção de tumores na face, cabeça ou pescoço, a cirurgia plástica reparadora é frequentemente indicada para reconstruir as áreas afetadas.
Isso pode envolver a utilização de técnicas microcirúrgicas avançadas, como a transferência de tecidos, para restaurar a função e a estética.
Mulheres que passaram por mastectomia devido ao câncer de mama podem fazer a reconstrução mamária por meio de técnicas diversas.
A cirurgia plástica reparadora visa restaurar a forma e o volume da mama, utilizando implantes mamários, tecidos autólogos ou uma combinação de ambos. O objetivo é não apenas reconstruir a mama, mas também apoiar o bem-estar emocional e a autoconfiança da paciente após o tratamento do câncer.
Queimaduras graves podem causar deformidades e comprometer a função da área afetada. A cirurgia plástica reparadora após queimaduras envolve a reconstrução de tecidos, frequentemente utilizando enxertos de pele e retalhos, para restaurar a função e melhorar a estética.
O tratamento pode ser complexo e exigir múltiplas intervenções ao longo do tempo para alcançar resultados satisfatórios.
Deformidades congênitas ou adquiridas em várias partes do corpo podem ser corrigidas com cirurgia reparadora. Essas intervenções visam restaurar a anatomia normal, melhorar a função e proporcionar uma aparência mais harmoniosa.
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, as cirurgias plásticas reparadoras apresentam alguns riscos e complicações potenciais. Confira alguns a seguir!
Todos os procedimentos cirúrgicos envolvem o uso de anestesia, e existem riscos associados a reações adversas aos medicamentos anestésicos. Complicações respiratórias e cardiovasculares são possíveis, embora incomuns.
Infecções podem ocorrer após qualquer procedimento cirúrgico. Os pacientes são instruídos a seguir cuidados pós-operatórios rigorosos para reduzir o risco de infecções.
Alguns pacientes podem apresentar problemas de cicatrização, resultando em cicatrizes hipertróficas ou queloides. Essas condições podem ser tratadas, mas o resultado pode variar de pessoa para pessoa.
O acúmulo de sangue sob a pele (hematoma) é uma possível complicação que pode ocorrer após a cirurgia. Se não for tratado, um hematoma pode causar desconforto e afetar negativamente os resultados da cirurgia.
A cirurgia pode causar alterações temporárias ou permanentes na sensibilidade da área tratada, incluindo dormência ou sensação aumentada. Isso é mais comum em procedimentos que envolvem nervos.
Procedimentos complexos de reconstrução, especialmente em casos de traumas ou cirurgias após remoção de tumores, podem apresentar riscos específicos relacionados à vascularização.
O período pré-operatório é uma fase crítica que envolve uma série de avaliações, preparativos e discussões entre o paciente e a equipe médica para garantir que a cirurgia seja realizada com segurança e eficácia. Aqui estão alguns aspectos comuns!
Antes da cirurgia, os pacientes têm uma consulta inicial com o cirurgião plástico. Durante essa consulta, são discutidos os objetivos da cirurgia, as expectativas do paciente, o histórico médico completo e quaisquer condições médicas subjacentes.
O cirurgião pode solicitar exames médicos, como exames de sangue, radiografias ou outros testes diagnósticos, para avaliar a saúde geral do paciente. Esses exames ajudam a identificar quaisquer condições médicas que afetem a segurança da cirurgia.
Em alguns casos, especialmente em cirurgias que envolvem reconstrução após traumas ou tratamento de câncer, pode ser recomendável uma avaliação psicológica para garantir que o paciente esteja emocionalmente preparado para a intervenção e compreenda os resultados esperados.
O cirurgião discute detalhadamente os riscos e benefícios da cirurgia com o paciente, garantindo que todas as preocupações sejam abordadas. Isso inclui a discussão de possíveis complicações, o tempo de recuperação e as expectativas realistas em relação aos resultados. Esta é uma etapa fundamental para o fortalecimento da confiança na relação médico-paciente.
O paciente recebe instruções específicas sobre como se preparar para a cirurgia. Isso pode incluir orientações sobre a ingestão de alimentos e líquidos antes da cirurgia, restrições de medicamentos, informações sobre tabagismo e álcool, além de outras instruções específicas relacionadas ao procedimento.
Geralmente, é necessário que o paciente jejue por um determinado período antes da cirurgia. Isso reduz o risco de complicações anestésicas e facilita o processo cirúrgico.
O paciente é orientado sobre o que esperar durante o período pós-operatório, incluindo o tempo de recuperação, cuidados com a ferida, medicamentos pós-operatórios e qualquer restrição de atividade.
Em casos de cirurgias complexas ou reconstrutivas, pode ser necessário o acompanhamento com outros médicos especialistas, como oncologistas, cirurgiões oncológicos ou outros profissionais de saúde.
O período pós-operatório é de extrema importância para a recuperação bem-sucedida após uma cirurgia reparadora. As instruções pós-operatórias variam conforme o tipo de procedimento realizado, mas há alguns cuidados gerais que são comuns na maioria dos casos. Conheça alguns deles a seguir!
Após a cirurgia, muitos pacientes são monitorados em uma sala de recuperação antes de serem transferidos para um quarto hospitalar. A equipe médica monitora sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiração.
O paciente recebe medicações prescritas para controlar a dor, prevenir infecções e gerenciar outros sintomas. O uso de antibióticos pode ser indicado para reduzir o risco de infecções em alguns casos.
A aplicação de compressas frias e elevação da área operada podem ajudar a reduzir o inchaço (edema) e minimizar hematomas.
O paciente é instruído sobre os cuidados adequados com a incisão, que podem incluir limpeza suave e aplicação de curativos. O acompanhamento da cicatrização é essencial.
Dependendo do procedimento, podem ser estabelecidas restrições de atividades, como evitar levantar objetos pesados, praticar exercícios intensos ou realizar determinados movimentos.
Em alguns casos, dispositivos de suporte, como talas, cintas e sutiãs pós-cirúrgicos, podem ser recomendados para fornecer suporte à área operada e otimizar os resultados.
O cirurgião pode fornecer orientações sobre a dieta pós-operatória, incluindo restrições alimentares temporárias, ingestão de líquidos e, em alguns casos, suplementos nutricionais.
Consultas de acompanhamento são agendadas para monitorar o progresso, remover pontos de sutura, ajustar curativos e avaliar a recuperação. Durante essas consultas, o cirurgião também discute qualquer preocupação ou pergunta que o paciente possa ter.
Em cirurgias que afetam a função, como reconstruções após traumas, fisioterapia e reabilitação podem ser recomendadas para otimizar a recuperação e melhorar a função das estruturas que passaram pelo procedimento.
O suporte emocional é essencial durante o período pós-operatório. Muitos pacientes podem experimentar uma variedade de emoções, e o acompanhamento com profissionais de saúde mental pode ser benéfico.
Os pacientes são instruídos a relatar imediatamente qualquer sintoma adverso, como aumento significativo da dor, febre, sangramento excessivo ou outros sinais de complicações. Afinal, quanto antes tais questões forem tratadas, melhor.
A dimensão psicológica desempenha um papel significativo em cirurgias reparadoras, afetando tanto a decisão de buscar a intervenção quanto o processo de recuperação.
Antes da cirurgia, é crucial entender as motivações do paciente para buscar a intervenção. Pacientes podem procurar cirurgias plásticas reparadoras devido a razões médicas, como correção de deformidades após um acidente, ou razões estéticas, como melhoria da autoimagem. Compreender e alinhar expectativas realistas é essencial para a satisfação pós-cirúrgica.
O período pós-operatório pode ser emocionalmente desafiador. O ajuste à nova aparência, lidar com a cicatrização e enfrentar mudanças físicas pode gerar uma variedade de emoções e há um momento de adaptação com a nova realidade. O suporte psicológico, como aconselhamento ou psicoterapia, pode ser benéfico para auxiliar os pacientes a lidar com essas questões.
Para atuar na área de Cirurgia Plástica Reparadora, é necessário seguir estes passos:
Você escreve o seu caminho! Mas tenha sempre em mente a importância de nunca parar de estudar e de sempre buscar instituições renomadas para ajudar na escrita da sua jornada.
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Agora que você já entende mais sobre a cirurgia plástica reparadora, considere esta como uma possibilidade de carreira para o seu futuro. É uma área muito interessante, em pleno crescimento, e que muda a vida dos pacientes todos os dias para a melhor.
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