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27.8.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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Quando se fala em patologias, definições e protocolos a serem seguidos no tratamento e no diagnóstico desses males, se fala também em CID-10. A Classificação Internacional de Doenças (CID) é uma ferramenta fundamental na prática médica, permitindo uma padronização global em questões como essas.
Atualmente, a décima versão dessa classificação, conhecida como CID-10, é a mais amplamente utilizada. No entanto, a nova versão (chamada de CID-11) vem sendo implementada com algumas mudanças que não podem ser desconsideradas.
Mas o que exatamente é a CID-10, como ela surgiu e qual a sua importância para a prática médica? Nos próximos minutos, vamos explorar esses aspectos e explicar como tudo isso funciona. E, claro, falaremos também sobre a CID-11 e suas novidades. Vamos lá?
O primeiro ponto é entender o que é a CID-10, caso você não esteja familiarizado com esse termo. Esse código se refere à décima revisão da Classificação Internacional de Doenças. Mas o que é isso?
De forma simples, o CID é um conjunto de códigos. Cada um deles se refere a enfermidades, sintomas ou detalhes diferentes envolvendo doenças diversas.
A principal finalidade do CID é permitir uma linguagem comum para a comunicação de informações sobre saúde entre diferentes países e regiões. Isso acaba facilitando a coleta, comparação e análise de dados epidemiológicos. Em outras palavras, o foco é padronizar tudo isso.
A CID foi criada pela OMS – Organização Mundial da Saúde – com o objetivo de padronizar a classificação de doenças em nível global. Tudo isso foi implementado pela primeira vez no ano de 1893. Desde lá, os códigos vêm sendo amplamente utilizados.
A décima versão (em vigor desde o final dos anos 1980) introduziu uma maior especificidade em relação às edições anteriores, permitindo uma codificação mais detalhada dos diagnósticos médicos. Por isso, ela é considerada a edição mais completa até então, assim como uma das mais duradouras.
Como vimos, o foco da CID-10 (e de todas as outras versões) é a padronização. Isso ajuda não só na comunicação entre médicos e outras organizações (sejam elas de saúde ou não), como também promove uma melhora na pesquisa de doenças e medicações.
E isso não é tudo! A CID também é de suma importância para questões envolvendo o reembolso de seguros e planos de saúde, garantindo que os serviços médicos sejam codificados corretamente para fins de faturamento. E, claro, ajudam as empresas a manterem registros sobre faltas e os trabalhadores a justificarem suas faltas, entre outros tópicos.
De modo geral, a CID-10 é organizada em 21 capítulos, cada um dedicado a uma categoria específica de doenças ou condições de saúde.
Mas não para por aí: cada um desses capítulos é subdividido em grupos de doenças e, dentro desses grupos, encontram-se códigos específicos que identificam diagnósticos individuais. Os códigos da CID-10 são alfanuméricos. Ou seja: começam com uma letra seguida por até três dígitos.
Por exemplo: F32 é a CID para a depressão. No entanto, F32.0 representa os episódios mais leves, enquanto F32.1 é o código para episódios moderados e assim sucessivamente.
Sendo assim, no dia a dia dos médicos, a CID-10 é usada de várias maneiras, tais como:
A CID-11, lançada pela OMS entre 2018 e 2019, representa uma atualização significativa em relação à CID-10, com várias mudanças e melhorias. E não é para menos, já que essa nova versão foi desenvolvida ao longo de uma década, com contribuições de mais de 300 especialistas de todo o mundo.
A principal diferença entre elas está no fato de que a CID-11 introduz novas categorias de doenças e condições, refletindo avanços na Medicina e mudanças nos padrões de saúde global. Alguns exemplos incluem novos códigos para doenças raras, transtornos mentais e comportamentais, e condições relacionadas à saúde sexual.
Por conta disso, a nova edição conta com 22 capítulos, um a mais do que a versão anterior. Uma das mudanças observadas é a questão do autismo, que passou por muitas atualizações de classificação, diagnóstico e sintomas. Na CID-10, o transtorno do espectro autista (TEA) era visto de forma generalizada e agora, as características são mais específicas.
Um exemplo é a denominação da Síndrome de Asperger, que agora foi incorporada aos níveis de autismo de baixo suporte.
Além disso, a CID-11 foi projetada para ser mais amigável ao usuário, com uma interface digital que facilita a navegação e a busca de códigos específicos. A questão da digitalização também foi pensada no que diz respeito à navegação em diferentes dispositivos.
Essa, inclusive, é uma outra diferença observada nessa versão. Enquanto a CID-10 não mencionava os transtornos envolvendo o uso exagerado de telas e os vícios em eletrônicos (já que tudo isso ainda estava dando os primeiros passos), a CID-11 aborda tais problemas em seus capítulos.
Por fim, outra das principais melhorias da CID-11 é a codificação mais detalhada e específica, permitindo uma descrição mais precisa dos diagnósticos médicos.
Apesar do lançamento da CID-11, a CID-10 ainda é amplamente utilizada em muitos países, incluindo o Brasil. A transição para a CID-11 está em andamento, mas pode levar vários anos para ser completamente implementada em todos os sistemas de saúde.
Por isso, não se preocupe: é possível mesclar as informações das duas versões em sua prática. Utilize as novidades da CID-11 e continue com o que já está habituado à edição anterior. Afinal, não há modificações em boa parte dos códigos amplamente utilizados no seu dia a dia.
Chegamos ao final do nosso conteúdo sobre a CID-10 e CID-11!
Como você viu, a CID-10 é uma ferramenta essencial na prática médica, proporcionando uma linguagem comum para a classificação de doenças e procedimentos médicos.
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