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1.4.2024
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Equipe Afya Educação Médica
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Semelhante ao transtorno bipolar, a ciclotimia interfere na qualidade de vida do paciente, provocando alterações no humor, com períodos de euforia e depressão. Nesse sentido, para um perfeito diagnóstico, é importante conhecer as principais características dessa condição, que pode levar a um quadro grave de depressão quando não tratada de maneira adequada.
É sobre isso que trataremos neste artigo. A seguir, entenda melhor o transtorno de ciclotimia, conheça seus sintomas e tratamentos possíveis para melhorar a qualidade de vida do paciente. Boa leitura!
A ciclotimia ou transtorno ciclotímico se refere a uma alteração repentina do humor, caracterizada por momentos alternados de depressão e euforia. Essas alterações ocorrem de maneira recorrente por curtos períodos, seguindo um curso regular.
Muitas vezes, devido à semelhança dos sintomas, esse quadro é confundido com o transtorno bipolar — a principal diferença é a intensidade das oscilações de humor e a quantidade de crises. Embora esse tipo de montanha-russa de emoções seja prejudicial à vida do paciente, os sintomas são mais sutis comparados aos da bipolaridade.
O transtorno de ciclotimia é considerado um precursor do transtorno bipolar II. Contudo, ele também pode se manifestar como variação extrema do humor, sem necessariamente se tornar um transtorno de humor efetivo.
No transtorno bipolar há uma perturbação mental caracterizada por períodos de depressão e de ânimo intenso, também conhecida como mania. Dessa forma, uma pessoa pode passar semanas ou até meses em estados maníacos, ou depressivos.
O transtorno bipolar envolve sintomas depressivos, ansiosos e maníacos, como:
Já o transtorno ciclotímico apresenta sintomas mais leves, com uma duração menor, alternando entre os estados de hipomania e depressão. Contudo, por serem muito semelhantes, há um risco de pacientes ciclotímicos serem diagnosticados como bipolares.
A manifestação do transtorno de ciclotimia é mais comum em adolescentes e jovens adultos, com maior incidência em mulheres. O paciente passa por ciclos de hipomania e depressão, conforme comentamos a seguir.
O período relacionado ao ciclo de hipomania é um estado de mania mais leve, que se caracteriza por sentimentos de euforia, com sensação de extrema alegria e bem-estar, além de excitação e irritabilidade.
Nos episódios hipomaníacos, o paciente apresenta uma autoconfiança súbita e exacerbada, sentindo-se imbatível. Esse é um aspecto que pode interferir de maneira negativa no pensamento coerente e provocar confrontos evitáveis.
Os episódios hipomaníacos costumam durar até uma semana e incluem sintomas, como:
Além desses sintomas, o paciente também pode apresentar um comportamento compulsivo. Exemplo disso, é a pessoa fazer compras desenfreadas, sentindo arrependimento posteriormente por essa atitude. Esses sintomas podem passar despercebidos e serem entendidos como parte da personalidade de uma pessoa.
Logo após o período de hipomania, a pessoa entra na fase depressiva da ciclotimia. Os sintomas são os mesmos do transtorno depressivo, porém, menos intensos. O paciente sente-se desanimado, cansado, triste e sem motivação.
Além disso, os pensamentos negativos começam a surgir, perturbando a percepção que ele tem sobre a vida e sobre si. Esses sentimentos podem evoluir para uma depressão mais severa, com tendências suicidas.
A ciclotimia tem como principais causas a hereditariedade, fatores bioquímicos e ambientais (ambientes que influenciaram a infância do paciente). Contudo, ela também pode ocorrer devido a um temperamento explosivo natural do paciente.
Um dos principais fatores agravantes é o estresse prolongado a que uma pessoa fica exposta, bem como experiências traumáticas.
O diagnóstico é realizado por um psiquiatra por meio de uma anamnese detalhada. Nessa avaliação, o paciente discorre sobre a duração e frequência dos episódios de euforia e depressão e responde a uma série de perguntas que precisam ser feitas pelo médico para que ele consiga fazer um diagnóstico acertado.
Dessa forma, o médico psiquiatra avalia os padrões que se repetem na vida da pessoa. Além disso, são observados alguns critérios para diferenciar a ciclotimia dos demais tipos de transtornos, conforme comentamos a seguir.
O tratamento para o transtorno de ciclotimia pode ser realizado por meio de cuidados de suporte e terapia. Dependendo do caso pode ser necessária a introdução de medicamentos.
Os grupos de apoio podem ajudar os pacientes por meio de fóruns, para que eles possam compartilhar experiências e sentimentos comuns. Da mesma forma, o apoio da família e amigos é essencial.
Além disso, a psicoterapia exerce um papel fundamental, pois ajuda a pessoa a lidar com as alterações de humor de maneira saudável por meio do autoconhecimento. Dessa forma, ela consegue desenvolver maior controle sobre as suas emoções.
O tratamento medicamentoso pode incluir o uso de estabilizadores de humor, ansiolíticos e antipsicóticos leves. A indicação deve ser feita somente por um psiquiatra.
A decisão vai depender da avaliação em relação ao comprometimento funcional e os benefícios sociais ou picos criativos que a pessoa pode experimentar.
O prognóstico do transtorno ciclotímico varia de paciente para paciente, sendo influenciado por diversos aspectos, como gravidade dos sintomas, adesão ao tratamento, suporte social e demais aspectos individuais.
Em geral, esse tipo de transtorno tende a ser uma condição crônica. Contudo, o impacto na vida de cada pessoa pode ser diferente, dependendo, inclusive, da forma que ele próprio lida com a condição.
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Como vimos, a ciclotimia é um transtorno de humor leve, que apresenta sintomas muito semelhantes ao transtorno bipolar, podendo ser confundida com esse. Esperamos que as informações deste artigo contribuam para uma melhor compreensão dessa condição e ajudem no diagnóstico correto, para um atendimento efetivo ao paciente.
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