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31.3.2021
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Equipe Afya Educação Médica
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As neoplasias do aparelho digestivo estão entre as mais importantes e as mais prevalentes nas populações no mundo todo. No Brasil a situação não é diferente. Números do INCA Brasil 2020 apontam um expressivo crescimento de sua ocorrência em homens e mulheres no país. Trata-se do terceiro mais frequente entre os homens e o segundo entre as mulheres, ficando atrás somente do câncer de mama.
Esse crescimento, acreditam os cientistas, está ligado a mudanças na alimentação e no estilo de vida dos indivíduos, marcados pelo consumo excessivo de alimentos superprocessados, gordurosos, pobre em fibras, além da associação com um perigoso sedentarismo.
O câncer colorretal se refere a tumores que podem acometer seções do cólon, do reto e o ânus do paciente. Quando identificado precocemente, há grandes chances de sucesso no tratamento e uma possível cura, uma vez que os pólipos que desenvolvem para o tumor podem ser retirados na própria colonoscopia.
Diversos fatores podem impactar o surgimento de câncer colorretal. O mais comum é o etário, especialmente em pacientes acima dos 45 anos. Incluem ainda:
O câncer colorretal, em geral, é uma doença bastante silenciosa. As principais queixas clínicas dos pacientes envolvem a ocorrência de sangramento anal e a alteração do hábito intestinal. Outro ponto de atenção diz respeito a presença de pólipos no intestino grosso. Pesquisas neste campo demonstram a relação deste câncer com os pólipos do intestino grosso.
O sangramento anal, apesar de bastante frequente, não deve ser confundido com sangramento hemorroidário, o que causa certa confusão e retardo do diagnóstico. É importante que o médico identifique corretamente o tipo de sangramento. Pacientes que durante a vida toda tiveram o hábito intestinal normal e agora, aos 50 anos, sofrem com alguma alteração significativa precisam ficar atentos A presença de diarreia e constipação também está associada ao câncer.
Um alto percentual de pacientes são considerados assintomáticos por um longo período a partir do surgimento do tumor. Contudo, não se pode aguardar o surgimento de manifestações clínicas para efetuar o diagnóstico. A colonoscopia é a melhor ferramenta para identificar o câncer colorretal, principalmente após os 45 anos de idade, conforme indicado pela Associação Americana de Oncologia. O exame colonoscópico tem alta precisão e objetiva a detecção dos pólipos, que podem ter variadas formas e tamanho.
A melhor forma de impedir a progressão para uma neoplasia maligna ou para uma forma invasiva do câncer é por meio de reconhecimento e retirada dos pólipos presentes na região colorretal. O câncer colorretal é uma doença tratável e curável. A cirurgia corresponde ao tratamento inicial, com a retirada da parte do intestino afetada e dos gânglios linfáticos dentro do abdome. Outra etapa do tratamento inclui a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, de forma a diminuir a possibilidade de recidiva do tumor.
Esse tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas. Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores