Botulismo: entenda suas causas, tratamentos e fatores de risco

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O botulismo é uma doença considerada grave e que afeta os seres humanos. Trata-se de uma patologia rara e que causa sérios danos ao sistema neurológico. A enfermidade pode levar a pessoa ao óbito, pois é capaz de paralisar várias partes do corpo. Inclusive, afeta a musculatura do sistema respiratório dos indivíduos.

Caso exista o diagnóstico, o paciente deve ser encaminhado ao hospital para fazer o tratamento. A doença é causada pela toxina botulínica, que é potente e age rapidamente. Por essa razão, a descoberta e o tratamento dessa enfermidade devem ser agilizados.

Quer saber mais sobre o assunto? Continue a sua leitura!

O que é botulismo?

O botulismo é causado pela bactéria Clostridium botulinum. Essa enfermidade é uma das mais letais conhecidas pelos médicos, mas não é tão divulgada entre a população. Assim, muitos cidadãos nem imaginam que exista uma doença com tamanha gravidade.

Trata-se de uma patologia infecciosa, mas que não passa de pessoa para pessoa, não sendo contagiosa. Como ela age rapidamente, o tratamento deve ser iniciado o mais breve possível.

O principal modo de transmissão é por meio de alimentos malconservados. Devido à gravidade da doença, um caso pode ser considerado um alerta para um surto de botulismo. Afinal, muitas pessoas poderão ingerir os alimentos contaminados.

Quais são seus principais sintomas?

Os sintomas dessa doença variam de acordo com o tipo de infecção. Entre eles, podemos citar:

  • dor de cabeça;
  • vertigem;
  • tontura;
  • sensação de muito sono;
  • visão turva;
  • visão dupla;
  • diarreia;
  • náuseas;
  • vômitos;
  • dificuldade para respirar;
  • paralisia dos músculos respiratórios, dos braços e das pernas;
  • comprometimento de nervos do crânio;
  • prisão de ventre;
  • infecções respiratórias.

Os sintomas podem ser sentidos de forma isolada ou conjunta, o que faz com que a doença evolua rapidamente.

Como se manifesta e quais são as possíveis causas?

A bactéria letal que causa o botulismo nos indivíduos produz esporos que vivem, inclusive, em ambientes com pouco oxigênio. Sendo assim, pode estar presente em alimentos enlatados ou em conserva.

Também está presente na natureza, em lugares onde existam lagos, mares e solos contaminados. Apesar de raros, também já foram registrados casos de pessoas infectadas devido ao uso da toxina na área estética.

Veja abaixo, com mais detalhes, algumas formas pelas quais a doença se manifesta nos seres humanos!

Botulismo alimentar

Os alimentos que costumam causar esse tipo de infecção são produzidos ou conservados de maneira inadequada. Entre os principais, podemos listar:

  • conservas vegetais, como palmito e picles;
  • produtos cárneos cozidos e defumados artesanalmente, como salsicha, presunto, carne frita conservada na gordura e carne enlatada;
  • pescados salgados, defumados e fermentados;
  • queijos e pastas de queijos.

O período entre a contaminação da pessoa e o começo dos sintomas pode variar de um indivíduo para o outro. No entanto, entre 2 horas e 10 dias da contaminação, com uma média de 12 a 36 horas, as pessoas costumam passar mal.

Botulismo por ferimentos

Também temos a contaminação por ferimentos, que pode acontecer por meio de:

  • esmagamento de uma das partes do corpo, por um acidente;
  • cortes considerados profundos;
  • picadas de agulhas nos usuários de drogas injetáveis;
  • lesões no nariz em usuários de drogas inalatórias.

Esses são os tipos de ferimentos com mais frequência de contaminação. O período de incubação nos pacientes pode variar de 4 a 21 dias, com uma média de apenas 7 dias.

Botulismo intestinal

No botulismo intestinal, os alimentos contaminados se fixam no intestino. Ali, as bactérias causadoras do problema se multiplicam. Em adultos, alguns fatores de risco são cirurgias de intestino, uso de antibióticos por muito tempo e Doença de Crohn.

Nesses casos, não é possível definir o período de incubação, já que não há como saber quando a pessoa ingeriu os esporos. Nas crianças, a infecção intestinal mais frequente é causada pela ingestão do mel de abelha, entre 3 e 26 semanas de vida.

Como pode ser diagnosticado?

O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue ou de fezes, nos quais as toxinas são isoladas. Isso porque, quando existe a infecção por feridas, não adianta procurar nas fezes, é necessário analisar o sangue, e vice-versa. Quanto antes for feita a coleta do material, mais chances existem de encontrar rapidamente a bactéria.

Quais são as formas de prevenção?

A forma mais simples de prevenção, que pode ser adotada por todas as pessoas, é fazer o cozimento intenso dos alimentos. Também é valido aquecê-los em alta temperatura, de 79,9°C, por 30 minutos.

Além disso, o armazenamento e o manuseio apropriado dos alimentos são ótimas maneiras de se prevenir contra a doença. Destaca-se que as toxinas podem sobreviver a temperaturas baixas de até 3ºC e, por essa razão, a simples refrigeração não é a solução.

Outras dicas são:

  • jogar fora alimentos em conserva que tenham cheiro ruim;
  • usar instruções de preparo de conservas caseiras dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC);
  • não usar alimentos de latas estufadas, enferrujadas, desbotadas ou que estejam vazando;
  • manter aquecidas as batatas assadas em papel de alumínio até a hora de servir.

Existem algumas maneiras de saber se algum alimento enlatado está contaminado. A dica inicial é fazer um furo na lata e colocar uma gota de água. Se o líquido for sugado para dentro, o alimento está bom para ser usado. Caso a água seja expelida, ele está contaminado e deve ser eliminado.

Qualquer alimento que possa estar contaminado deve ser desprezado, pois até as quantidades pequenas da toxina podem causar uma doença grave.

Quais foram os primeiros casos de botulismo dos quais se tem registro?

Os primeiros casos de botulismo foram documentados no século XVIII pelo médico alemão Justinus Kerner. Ele reconheceu uma ligação entre a salsicha e a doença paralítica.

Em 1897, Emille Pierre Van Emergen fez a primeira publicação descrevendo o organismo, após um surto por ingestão de presunto na Bélgica.

No Brasil, o primeiro caso da doença foi relatado à Secretaria da Saúde do Ministério da Saúde em 1999.

Quais são os tipos de tratamentos existentes hoje?

O tratamento a ser realizado para as pessoas com o botulismo tem três fases:

  • tratamento de suporte: são adotadas medidas gerais de suporte e monitorização cardiorrespiratória da pessoa infectada;
  • tratamento específico com medicamentos: serve para eliminar a toxina que estiver circulando no organismo do paciente e a sua fonte de produção;
  • toxina botulinum: são usados o soro antibotulínico (sab) e os antibióticos.

Se for necessário, podem ser feitas transfusões. Vale salientar que o tratamento correto para cada pessoa será indicado pelo médico que estiver cuidando do caso.


Especialize-se no assunto!

Agora que você já sabe mais sobre o botulismo e a contaminação causada pela bactéria Clostridium botulinum, não deixe de compartilhar o conhecimento com colegas médicos e também com os seus pacientes.

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