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10.3.2022
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Com a pandemia do novo coronavírus e os riscos de sérias complicações, pesquisadores criaram um novo sistema de pontuação que ajuda a prever o risco de acidente vascular cerebral (AVC) entre adultos hospitalizados com Covid-19. A relação entre AVC e Covid-19 foi estudada e analisada no estudo apresentado na American Stroke Association International Stroke Conference, em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Segundo a nova pesquisa, o novo sistema permitirá que os médicos estratifiquem os pacientes e levem a um monitoramento mais próximo daqueles com maior risco de AVC. Estudos anteriores examinaram o risco de acidente vascular cerebral entre adultos com Covid-19. Mas a associação entre AVC e Covid-19 não era clara. Os resultados foram inconsistentes e poucos estudos haviam se concentrado especificamente em adultos mais velhos, que correm maior risco de AVC.
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Os pesquisadores usaram o registro de doenças cardiovasculares da American Heart Association (AHA) Get With the Guidelines Covid-19 para esta análise. Com isso, eles avaliaram 21.420 pacientes adultos com idade média de 61 anos e 54% eram homens. Todos foram hospitalizados com Covid-19 em 122 centros de março de 2020 a março de 2021.Além da idade, raça e etnia dos pacientes, o registro inclui outras condições médicas, medicamentos e sinais vitais e laboratoriais dos pacientes. Do total da população hospitalizada com Covid-19, 312 (1,5%) tiveram um evento cerebrovascular.
Primeiro, os pesquisadores usaram modelos estatísticos padrão para determinar quais fatores de risco estão mais associados ao desenvolvimento do AVC. "O sistema é simples. Você pode calcular os pontos em 5 segundos e, em seguida, prever as chances de o paciente ter um derrame", disse ao Medscape Alexander E. Merkler, MD, professor assistente de neurologia no Weill Cornell Medical College/NewYork- Presbyterian Hospital em New York City, e principal autor do estudo do sistema.
Com base nos dados, os pesquisadores identificaram seis fatores clínicos que ajudaram a prever o risco de acidente vascular cerebral:
O sistema de pontuação atribui pontos para cada variável. Se tem mais pontos, maior é o risco de AVC. Segundo Merkler, que a ausência de febre e o histórico de doença pulmonar estivessem na lista foi algo surpreendente, mas tem explicação. A febre alta é uma resposta inflamatória e talvez os pacientes que não estão respondendo bem “podem estar mais doentes em geral e ter um sistema imunológico fraco e, portanto, ter um risco aumentado de acidente vascular cerebral”.
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Com o sistema de pontuação, é possível se adiantar e se um paciente tem pontuação de 5 ou 6, a equipe já sabe que pode precisar de monitoramento mais constante para garantir que os sintomas sejam detectados precocemente e que terapias estejam disponíveis rapidamente. De acordo com a pesquisa, pacientes analisados com quatro ou mais dos fatores de risco clínicos foram mais de 10 vezes mais propensos a ter um acidente vascular cerebral em comparação com aqueles com menos fatores.
Além disso, os pesquisadores também usaram uma abordagem sofisticada de learning machine, na qual um computador pega todas as variáveis e identifica o melhor algoritmo para prever o AVC. “O algoritmo de learning machine era basicamente tão bom quanto nosso modelo padrão; era quase idêntico”, disse Merkler. Dessa forma, foi verificada a precisão do sistema de pontuação. Tem interesse em se especializar em cardiologia ou em neurologia? Conheça nosso curso de pós-graduação em Cardiologia e nosso curso de Neurologia aqui. Ao cursar a pós-graduação da Afya Educação Médica, ex-IPEMED você irá aprender, na teoria e na prática, as melhores técnicas para o diagnóstico e o tratamento das doenças.