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9.5.2022
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Equipe Afya Educação Médica
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Uma recente análise publicada na revista Arthritis & Rheumatology, do Colégio Americano de Reumatologia, revelou que o envelhecimento da população tem favorecido o crescimento do número de casos de osteoartrite pelo mundo, transformando-se em um problema de saúde pública.
O levantamento, que tomou como base dados que cobrem o período entre 1990 e 2019, foram coletadas pelo consórcio Global Burden Disease (Carga Global de Morbidade), que reúne 7 mil pesquisadores em 156 países que buscam fornecer resultados globais, regionais e nacionais confiáveis e atualizados relacionados com os encargos de morte prematura e a incapacidade de mais de 350 doenças e lesões.
Segundo estimativas do consórcio, há cerca de 12 milhões de brasileiros com osteoartrite, o equivalente a 6,3% da população adulta, e a prevalência entre os idosos que apresentam evidência radiológica da enfermidade é de 85%. E embora a enfermidade seja mais comum em indivíduos mais idosos, jovens podem sofrer em decorrência do problema.
A osteoartrite do quadril é uma condição incapacitante comum da articulação do quadril e está associada a uma carga substancial de saúde.
Em termos globais, o número de casos de osteoartrite cresceu 113,25%, de 247,51 milhões em 1990 para 527,81 milhões em 2019. Também foram avaliadas as taxas de prevalência padronizadas por idade (ASRs). Os ASRs de osteoartrite foram 6.173,38 por 100 mil pessoas em 1990 e 6.348,25 por 100 mil em 2019, com um aumento médio anual de 0,12%.
Os ASRs da doença aumentaram para joelho, quadril e outras articulações, mas diminuíram para mão. De acordo com os pesquisadores, a osteoartrite do joelho é o problema que mais pesa no índice do Global Burden of Diseases, embora, percentualmente, a osteoartrite de quadril seja a que mais vem crescendo mundialmente.
A enfermidade afeta mais o sexo feminino do que o masculino, mas existem diferenças geográficas específicas. Países com maior índice de desenvolvimento apresentam uma incidência mais alta, o que pode estar relacionado a diagnósticos precisos e precoces.
“O impacto da enfermidade é enorme, causado pelo envelhecimento da população global e agravado pela epidemia de obesidade, que é um fenômeno mundial. Precisamos investir na prevenção de fatores de risco, como o ganho de peso dos indivíduos e as lesões nos joelhos, que estão associadas a atividades pesadas de repetição, como levantar peso”, afirmou o médico Jianhao Lin, professor da Universidade de Pequim e um dos autores do estudo.
“A prevenção primária e secundária, incluindo abster-se de sobrepeso ou obesidade, prevenir lesões no joelho e evitar atividades pesadas e repetidas de carga articular são medidas eficazes para aliviar a carga. Além disso, a terapia de exercícios pode retardar a perda funcional e deve ser recomendada como tratamento principal para artrose do joelho”, complementou o médico.
Na conclusão do estudo, os pesquisadores destacam que para reduzir essa tendência mundial, a melhor saída é a formulação de políticas de saúde a fim de aumentar a conscientização sobre os fatores de risco e as consequências da osteoartrite.
Úrsula Neves: Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), pós-graduada em Comunicação com o Mercado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e em Gestão Estratégica da Comunicação pelo Instituto de Gestão e Comunicação (IGEC/FACHA).
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